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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

O novo Patrick de Paula: volante do Botafogo foca em parte mental e tem Copa do Mundo como objetivo



Maior contratação da história do clube, volante aprende a lidar com a pressão, começa a se exercitar fora do clube e sonha alto




"Sou o jogador mais caro da história do Botafogo, eu sei disso, é óbvio que vai ter cobrança"


Patrick de Paula convive com pressão praticamente desde o primeiro minuto que se tornou jogador do Botafogo. Maior contratação da história do clube, adquirido por 6 milhões de euros (R$ 33 milhões na cotação da época) do Palmeiras, o meio-campista passou por altos e baixos no clube carioca e nem sempre soube lidar com as cobranças externas.



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No ano passado, Patrick chegou a ficar mais de um mês sem entrar pelo Botafogo e sequer foi relacionado para alguns jogos com Luís Castro. Para 2023, o jogador de 23 anos busca um novo caminho: o de valorizar a saúde mental. O volante tem feito sessões semanais com um psicólogo particular duas vezes na semana.


- Procuro evoluir. Nunca deixei de trabalhar, sou muito trabalhador. Ano passado faz parte do momento do jogador viver altos e baixos, eu sempre me dediquei. Estou focado nesse ano, 2022 eu apaguei da minha mente. Estou pensando mais em 2023 e poder ser feliz esse ano - afirmou Patrick, em entrevista exclusiva ao ge.





Patrick de Paula, Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo



- Pressão faz parte do futebol. Quem quer ser grande tem que ter pressão. Eu sei disso muito bem e por isso trabalho minha parte mental. Tenho o psicólogo do Botafogo (Paulo Ribeiro), tenho psicólogo fora (do clube)... Sou o jogador mais caro da história do Botafogo, eu sei disso, é óbvio que vai ter cobrança, vai ter torcida em cima... Mas sou bem tranquilo com isso, quero estar focado no meu trabalho para desempenhar meu futebol.


"PK" assumiu um papel de protagonismo no Palmeiras aos 19 anos, sendo um dos destaques no título do Campeonato Paulista de 2020 ainda sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Apesar de sempre ter mostrado lampejos promissores dentro de campo, teve episódios de mau comportamento fora das quatro linhas. Para 2023, o meia quer deixar isso para trás.


A parte mental

Após terminar o treino no Espaço Lonier, CT do Botafogo localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Patrick vai para casa, descansa um pouco e logo depois se encontra com Rafael Winicki, personal trainer que trata do atleta desde o fim do ano passado. O camisa 8 faz treinamentos particulares além das atividades no Alvinegro todos os dias.


- Quando aqui (no Botafogo) é puxado eu fico só na parte de superior e core, para ficar bem também na parte de força. O trabalho que eu faço fora é todo alinhado, porque se não for dá errado. O Botafogo sabe tudo que eu faço fora do clube. Eu procuro evoluir em parte mental, é algo que o futebol precisa muito hoje. A parte física também, estou buscando evoluindo aos poucos. Quero entender mais sobre mim e poder buscar meu alto nível.


Em outros dois dias na semana, o dia de Patrick é complementado com sessões de preparação mental com Lulinha Tavares, profissional que toca a parte de performance dos atletas.


- O Lulinha me ajuda bastante. Ele me ajuda a ficar mais concentrado no jogo, no treino... Fico mais preciso, focado nas ações dentro de campo.


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Patrick de Paula na comemoração do título do Palmeiras — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras


Patrick ligou o alerta para o que se passava na própria cabeça depois de sofrer Paralisia de Bell, uma síndrome facial rara. No começo de setembro, ele desfalcou o Botafogo em jogos do Brasileirão por não conseguir mexer uma parte do rosto.


- Fiquei bem triste porque um menino de 23 anos ter isso é bem chocante. Depois que tive isso trabalhei ainda mais a parte mental. Tive ajuda da família, do psicólogo do Botafogo, meu psicólogo de fora, empresários, mãe, noiva... Todos me ajudaram bastante para sair dessa dificuldade. Hoje estou aqui começando um grande ano ao lado de todo o grupo. Eu, o grupo e Luís Castro queremos colher frutos.


Passaporte carimbado?

Mais participativo neste início de temporada, focado nos treinos e com moral com Luís Castro. O promissor começo de 2023 faz Patrick de Paula sonhar alto: o volante põe a Copa do Mundo de 2026 como objetivo nos treinos com o treinador e o psicólogo particulares.


- Minha vida toda eu sempre sonhei alto. Meu sonho é chegar sim em chegar na Seleção, desde pequeno pensei nisso, vou trabalhar para isso. Vou trabalhar cada temporada, cada dia para poder aperfeiçoar e chegar no ano da Copa do Mundo (2026) e eu estar lá.


- A oportunidade vem para todo mundo. A gente não é profissional à toa, nos esforçamos para isso. Cada um tem a sua oportunidade, na hora certa minha hora certa pode aparecer, como também não pode. Eu entrego tudo na mão de Deus, como sempre foi na minha vida. Eu quero essa oportunidade.





Patrick de Paula e Luís Castro, Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Sobre o comandante, o camisa 8 garante que os dois estão na mesma página e até o compara a Abel Ferreira, técnico do Palmeiras.


- O Mister sempre me ajudou, apoiou e conversou comigo. É um cara que quer meu bem, me dá oportunidade, conversa bastante comigo desde o ano passado. Eu, ele e todo o grupo queremos colocar o Botafogo na frente antes de qualquer outra coisa. É um cara que me dá bastante confiança. Já tive outro treinador português, sempre pergunto o que eu tenho dificuldade e tenho esse retorno.


Mais declarações de Patrick de Paula

Dia a dia com o elenco

- Estamos sempre unidos. Somos um conjunto, um grupo. Não é à toa que o Luís Castro fala que somos uma família, estamos todos os dias juntos, viajando para cima e para baixo, e isso acaba formando mesmo uma família. Somos muito unidos e isso é importante para ganhar.


Treinos fora do clube

- Tem dia que é folga e tem dia que não (risos). Estou sempre procurando evoluir na parte física e mental, o futebol precisa disso. Na pré-temporada fiz bastante isso e estou dando continuidade a isso. Está sempre tudo alinhado ao Botafogo porque quero ajudar muito ao clube.


Precisa ser protagonista porque é a contratação mais cara?

- Não para ser protagonista. Protagonista não sou só eu, é o clube Botafogo, é o grupo. Não jogo sozinho, tenho todos os companheiros, estão sempre me dando força e me apoiando, falando do meu potencial. Sei que posso contar com eles. Eu tenho isso bem na cabeça porque posso ajudar com um gol ou uma assistência porque sei que todos estarão ajudando. Hoje estou concentrado no meu futebol.


Semelhanças de Luís Castro com Abel Ferreira

- Português não gosta de perder, né. Tive o Abel como treinador e o Luís é a mesma coisa. Querem sempre o melhor no grupo e é isso que a gente procura.


Scarpa e Danilo, ex-companheiros de Palmeiras, na Europa

- Estou sempre muito tempo sem falar com o Scarpa e o Danilo. Mas estou sempre falando com o Luan, é meu amigão, e os meninos da base, são pessoas que vou levar para minha vida toda. Foram garotos que fizeram história, estiveram na minha vida quase toda.

- Eu boto bastante metas para mim, fico feliz pelo Scarpa e Danilo. Estou bem focado hoje com o Botafogo. Se eu tiver oportunidade de um dia ir (para a Europa), Deus sabe o que faz por mim.


Como está se sentindo

- O Patrick sempre foi um menino sonhador, que sempre se dedicou. Altos e baixos fazem parte. Quero olhar para frente, desempenhar um bom futebol em 2023, mostrar para os torcedores o Patrick que surgiu (no Palmeiras) e fazer bons jogos.


Opções no meio-campo

- É uma briga boa, todo mundo quer jogar. Infelizmente só jogam três no meio. É saudável, o Mister mesmo diz que é algo bom. Cada um quer desempenhar seu futebol. Todo mundo se respeita e todos queremos ser felizes juntos.


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Fonte: GE/Por Sergio Santana — Rio de Janeiro

Cuesta elogia Carli e minimiza possível time reserva do Flamengo contra o Botafogo



Zagueiro cita entrosamento com compatriota e elogia qualidade do elenco do adversário do clássico de sábado, em Brasília: "Não faz diferença"



Os desfalques na zaga devem levar o Botafogo a ter Joel Carli como titular contra o Flamengo. O argentino é o favorito para substituir Adryelson, suspenso. Nesta quinta-feira, em coletiva no CT, Victor Cuesta elogiou seu compatriota e citou o entrosamento da dupla.


- O Carli é mais experiente, tem uma trajetória linda aqui no Botafogo. Entrou contra o Vasco e foi muito bem. A gente tem um certo entrosamento. Com o Segovia, a gente não conseguiu jogar junto ainda, mas estamos preparados para dar o melhor para o time – disse Cuesta.




Victor Cuesta em entrevista nesta quinta, antes do treino do Botafogo — Foto: Giba Perez


O zagueiro também falou sobre a preparação para o clássico contra o Flamengo, que acontece neste sábado, às 18h, no Mané Garrincha, em Brasília, e minimizou a probabilidade de o rival entrar em campo com o time reserva, por conta da decisão da Recopa Sul-Americana, na próxima terça.


- Obviamente que é diferente. Nosso grupo encara todo jogo como se fosse final. Estamos nos preparando bem para fazer um grande jogo. Esperamos conseguir uma vitória para sequência de trabalho, A gente sabe que eles têm três times muito fortes. Não faz diferença. Vamos dar o nosso melhor e nos preparar para fazer um grande jogo.


O Botafogo é o segundo da Taça Guanabara, com 16 pontos. O time está a quatro do líder Flamengo.


Outros trechos

Jogar pelos dois lados


Já fiz a posição pelo lado direito, mas por ser canhoto eu fico mais confortável em jogar pelo lado esquerdo. No fim, vai jogar quem estiver melhor e seguir a decisão do mister.


Recuperação do futebol de 2018


Naquele momento eu falei que não estava passando por um grande momento. Recuperei o futebol que eu queria. Ídolo eu acho que ainda falta muito, tenho que conquistar títulos primeiro.


Jogo em Brasília

É um lugar muito bacana, o torcedor sempre comparece. Não só do Botafogo, mas quando jogamos contra o Flamengo o estádio ficou lotado. Vai ser muito bacana.


Rio Open

Tenho amigos tenistas, não só argentinos. O Fognini é meu amigo também. É um grande torneio, estou tentando aproveitar o máximo.



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Fonte: GE/Por Giba Perez — Rio de Janeiro