Volante Rodrigo Souto domina a bola durante treinamento do Botafogo Vitor Silva / SSPress |
Rodrigo Souto chegou ao Botafogo sob muita desconfiança. Após se destacar no São Paulo, em 2011, o volante não teve muito brilho nos últimos quatro anos. Mesmo assim, ele foi contratado pelo Alvinegro e se viu em uma saia justa: seu irmão, Ney Souto, é gerente geral da base do clube. A situação aumentou ainda mais o receio por parte da torcida.
E a desconfiança se tornou realidade. Rodrigo Souto até iniciou o Campeonato Carioca mostrando serviço, mas aos poucos foi caindo no esquecimento até que quase não era relacionado para as partidas pelo então técnico Eduardo Húngaro – foram seis jogos no estadual e dois pela Libertadores. Com a chegada de Mancini, a história não foi muito diferente.
Ele até teve oportunidades, mas não conseguiu render o esperado em sua função principal e sofria com a forte concorrência de Airton, Gabriel, Bolatti e até do jovem Fabiano. Até que a falta de opção fez Mancini novamente apostar em Rodrigo Souto. E ele correspondeu com grande atuação diante do Corinthians, em Manaus.
O volante foi mantido para o jogo seguinte, mas a humilhante goleada por 5 a 0 para o Santos fez o treinador novamente mudar a escalação e Rodrigo Souto voltou ao banco. Mas por pouco tempo. Para o treinador, o principal problema estava na dupla de zaga e barrou Dankler e Matheus Menezes mesmo sem ter um jogador da função à disposição.
A experiência de Souto foi levada em conta e ele foi escolhido para fazer a função de zagueiro ao lado de André Bahia diante do clássico com o Flamengo. Arriscado? Talvez, mas o fato é que a defesa teve uma segurança até então não apresentada. Rodrigo Souto agradou. E muito. Tanto que seguirá entre os titulares para a partida contra o Cruzeiro, neste domingo, no Mineirão. Mas sem Bahia, com dores musculares. Dankler volta ao time.
"Ele fez uma partida brilhante e cumpriu o que eu havia pedido. É experiente, tem bom toque de bola e não se enervou. Tivemos uma posse de bola interessante muito em função de termos o Souto ali atrás. Contra o Corinthians. Ele nos ajudou muito como volante. Hoje, como zagueiro. O fato de ter mexido essa peça e ter tido êxito faz com que o grupo ganhe moral e confiança se forem feitas outras alterações nos últimos sete jogos", disse o técnico Vagner Mancini após a vitória diante do Flamengo.
E Rodrigo Souto não vê problema nenhum em continuar atuando mais recuado. Segundo ele, o importante é ajudar o Botafogo, seja como for. "Se o treinador quiser me manter na zaga, não tem problema. O jogador quer sempre entrar em campo. Respeito quem é da posição, mas se ele mais uma vez precisar, estou pronto. Já havia atuado algumas vezes como zagueiro e estou preparado. Consegui jogar bem na posição, principalmente por causa da ajuda dos meus companheiros da defesa", finalizou.
Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro