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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Meio bilhão em faturamento, títulos abundantes e generoso perdão de dívidas: as premissas da nova tentativa do Botafogo S/A



Projeto avança sob a coordenação do economista Gustavo Magalhães, da Áureo Investimentos. Apresentações para potenciais investidores, visivelmente otimistas, foram obtidas pelo blog




Depois de alguns planos frustrados para a abertura de uma sociedade anônima, considerada por muitos uma solução para a interminável crise financeira que o prejudica, o Botafogo pode ter um novo projeto.


A sociedade anônima voltou à pauta porque, nesta semana, o Botafogo apresentou ao Conselho Deliberativo uma carta com as condições para que a S/A avance. Entre elas a necessidade de captação de investimentos e de renegociação de cerca de 80% das dívidas.


O modelo não difere muito das tentativas anteriores: ainda se trata de uma S/A, que captaria dinheiro com investidores e usaria o dinheiro para refinanciar o endividamento do clube e fazer investimentos no futebol.


O coordenador deste novo projeto é um economista chamado Gustavo Almeida Magalhães. Ele trabalha em uma gestora de recursos, a Áureo Investimentos, que assina o novo projeto do Botafogo S/A.


O ge teve acesso a duas apresentações do projeto, ambas em inglês, nas quais o modelo é apresentado a potenciais investidores. Inclusive com projeções financeiras e esportivas. Procurado pelo blog, Gustavo não respondeu a mensagem em seu celular até o fechamento deste texto.



O projeto


Em teoria, a proposta que avança nos bastidores é parecida com as tentativas anteriores. Uma empresa seria aberta, e o Botafogo transferiria todo o futebol para esta sociedade anônima.


A transferência incluiria ativos e passivos, receitas e despesas. Ou seja, tudo o que hoje está sob a administração da associação civil Botafogo de Futebol e Regatas passaria para uma outra estrutura, a do Botafogo S/A.


Investidores aportariam dinheiro e se tornariam proprietários de parte desta empresa. Os recursos seriam usados para abater grande parte do endividamento, de modo a tornar o futebol competitivo. Essas pessoas recuperariam o investimento e eventualmente lucrariam.


A princípio, este novo projeto previu a captação de R$ 350 milhões com investidores. Que seriam aplicados da seguinte maneira:



R$ 163 milhões para pagar dívidas
R$ 187 milhões para investimentos no futebol



Apresentação de novo projeto do Botafogo S/A, sob comando de Gustavo Magalhães — Foto: Reprodução


Em outra apresentação, também da Áureo Investimentos, os valores são diferentes. Seriam captados R$ 550 milhões, a serem usados assim:



R$ 150 milhões para pagar dívidas
R$ 400 milhões para investimentos no futebol




Apresentação de novo projeto do Botafogo S/A, sob comando de Gustavo Magalhães — Foto: Reprodução


De acordo com seu balanço mais recente, referente a 2020, o Botafogo possui R$ 933 milhões em dívidas. A parte fiscal está refinanciada pelo Profut e, teoricamente, não precisaria ser quitada com o dinheiro dos investidores. O restante – entre dívidas trabalhistas, cíveis e bancárias, entre outras – soma quase R$ 600 milhões.


Como a S/A conseguiria resolver R$ 600 milhões em dívidas com o aporte de apenas R$ 150 milhões? Por meio da renegociação com credores e da busca por descontos, mediante pagamento adiantado. De qualquer maneira, são números arriscados. Os responsáveis pelo projeto precisariam de um perdão de dívidas considerável.



As premissas


Na tentativa de mostrar a potenciais investidores que o Botafogo S/A pode ser um negócio lucrativo, a equipe de Gustavo Magalhães simulou o desempenho financeiro e esporte do clube na próxima década. E as projeções são otimistas – para dizer o mínimo.


Produzida antes do rebaixamento para a segunda divisão, a apresentação contava com o segundo lugar no Campeonato Carioca e com o 14º lugar no Campeonato Brasileiro já em 2021. Com um faturamento de R$ 175 milhões, próximo dos R$ 157 milhões em 2020.


Em pouco tempo, segundo a estimativa, o Botafogo teria um time de alto nível no futebol brasileiro. A ponto de ser campeão da Libertadores em 2025, campeão do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil em 2026, além de semifinalista em diversas outras ocasiões.


Em termos financeiros, a S/A alcançaria uma arrecadação de meio bilhão de reais já em 2025. Amparada por transferências de jogadores, que sairiam de um patamar próximo dos R$ 40 milhões anuais para R$ 140 milhões, e pelas premiações das competições que seriam vencidas.



Projeções esportivas e financeiras de Gustavo Magalhães para o Botafogo S/A — Foto: Reprodução



A captação


Diferente dos projetos anteriores, o pessoal coordenado por Gustavo Magalhães tem a esperança de que conseguirá dinheiro estrangeiro. As apresentações foram feitas em inglês, e um vídeo promocional se refere ao plano como "Lonely Star" (tradução literal para Estrela Solitária).



Nos bastidores, as pessoas próximas ao projeto têm falado em abrir negociações com o Manchester City – que, com dinheiro dos Emirados Árabes, construiu uma espécie de multinacional do futebol com 11 clubes adquiridos em diferentes países.


O novo presidente, Durcesio Mello, afirmou algumas vezes que há interesse pela entrada de um grupo estrangeiro, que compraria pelo menos 51% desta S/A e se tornaria sócio majoritário da operação. O cartola tocou no assunto inclusive no momento de sua eleição.


Outra possibilidade é a captação desse dinheiro com investidores menores. Enquanto as tentativas anteriores miravam em quantias mais altas, na casa dos milhões de reais, este novo projeto abriria a possibilidade de abarcar investidores com dezenas de milhares de reais.



A controvérsia


Nos bastidores, o projeto de Gustavo Magalhães não tem a mesma força que os antecessores. Tanto que o Botafogo está novamente levando o caso para instâncias políticas, porém com ênfase no fato de que o plano de Gustavo não tem "exclusividade" sobre a pauta.


Críticos do projeto afirmam que as premissas, sobretudo as financeiras e esportivas, são difíceis de serem realizadas. Além disso, existem temores em relação ao processo de renegociação das dívidas com credores – e dos descontos que concederiam para que o projeto fosse bem-sucedido.


Também existem críticas a Gustavo. Em reportagem recente, a repórter Gabriela Moreira mostrou que o economista responde por ações judiciais que passam dos R$ 6 milhões. A dívida está relacionada a empréstimos em bancos, não pagamento do cartão de crédito e disputas com ex-sócios. Gustavo optou por não comentar questões judiciais.


Este é o terceiro projeto para a criação de uma S/A no Botafogo. O primeiro modelo foi concebido pela consultoria EY por encomenda dos irmãos Moreira Salles. O segundo foi coordenado pelo empresário Laércio Paiva e acabou sem conseguir captar o dinheiro necessário.



Fonte: GE/@rodrigocapelo/São Paulo

Com contrato perto do fim, Luiz Otávio deixará o Botafogo no fim do mês


Meio-campista não terá o contrato de empréstimo renovado com o Alvinegro; atual vínculo do jogador termina no fim do mês de maio




Luiz Otávio em ação pelo Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



O elenco do Botafogo passará por mudanças para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. A primeira delas será a saída de Luiz Otávio: o volante não terá o contrato de empréstimo junto à Tombense-MG renovado e deixará o Alvinegro no fim do mês.


O meio-campista possui vínculo com o Glorioso até o dia 31 de maio. O atleta será devolvido ao time mineiro e estará livre para definir o futuro após esta data. Portanto, o último jogo de Luiz Otávio como jogador do Botafogo deverá ser a estreia na Série B diante do Vila Nova, no dia 28.

O Botafogo preferiu não estender o vínculo do atleta, que não tem sido titular de Marcelo Chamusca e foi inconstante na última temporada, na campanha do rebaixamento.

Luiz Otávio chegou no Botafogo no começo de 2020, também por empréstimo. Ele disputou 31 partidas e não balançou as redes pelo clube de General Severiano.


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Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Com indefinições no time e no mercado, Botafogo terá em clássicos últimos testes para a Série B


Título da Taça Rio é visto como consolo para quem foi eliminado no Campeonato Carioca, mas em jogo mesmo está a evolução do time e a premiação de R$ 1 milhão em cima do Vasco




Depois de 15 jogos na temporada, o Botafogo ainda está em processo de reconstrução a 15 dias do início da Série B e terá nos próximos dois finais de semana os últimos testes antes da principal competição de 2021. O título da Taça Rio é visto como consolo para quem foi eliminado no Campeonato Carioca, mas em jogo mesmo está a evolução do time e a premiação de R$ 1 milhão em cima do Vasco, rival que vai reencontrar na segunda divisão.


Os jogos da decisão serão usados por ambos para os últimos ajustes. Um teste de ouro para equipes que vivem momentos semelhantes. Ainda à espera de reforços, Marcelo Chamusca não definiu o time-base e tem indecisões principalmente no meio de campo e no ataque. O técnico tem muito o que observar nos clássicos com o Vasco para a sequência da temporada.


+ Detalhes da nova versão da Botafogo S/A




Marcelo Chamusca terá muito o que testar diante do Vasco — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Defesa à prova


O clássico será a oportunidade perfeita para testar o setor que, hoje, é o único a dar segurança ao time: a defesa. Formada na maior parte por pratas da casa, a retaguarda alvinegra é uma das melhores desse início de temporada entre os clubes da Série B. Douglas Borges, Jonathan, Kanu, Sousa e Paulo Victor deram conta do recado até agora.


Gilvan corre por fora e é opção para dar experiência à jovem defesa alvinegra. O defensor de 31 anos tem oito jogos e um gol na temporada. Joel Carli, de 34, ainda aguarda a primeira chance.


+ Sousa se vê "cada vez mais entrosado com Kanu"


O Bota não sofre gols há três partidas. Mas, agora, vai pegar um time mais qualificado e que tem um dos melhores ataques da competição. O Vasco marcou 23 vezes em 13 jogos do Carioca, fora os outros três anotados nas duas primeiras fases da Copa do Brasil.



Definição do volante

Da defesa para o meio de campo, as finais da Taça Rio servirão de tira teima. Matheus Frizzo e Pedro Castro parecem ter vagas cativas, mas há ao menos mais um espaço em disputa. Entre meias e volantes, Rickson, Romildo, Ricardinho, Luiz Otávio e Felipe Ferreira já foram testado.




(https://globoplay.globo.com/v/9513524/)



Pedro Castro conquista espaço no Botafogo

A escolha de Chamusca parece passar por onde escalar Pedro Castro. Se o volante atuar com mais liberdade, entra alguém com mais poder de marcação, como Rickson ou Romildo. Se o camisa 33 for recuado, dá espaço a nomes como Ricardinho ou até Felipe Ferreira, que vem jogando mais vezes na ponta.


Esses nomes disputam a titularidade no elenco, mas, na realidade, o Botafogo espera contratar um volante para chegar e jogar. O clube busca um primeiro volante no mercado, e a intenção é começar a Série B com o novo contratado. A camisa 10 também está vaga à espera de um titular.



Quem fica na ponta?

A mesma indefinição do meio de campo aparece ao se avançar para os lados do ataque. Problema desde a temporada 2020 que o Botafogo ainda não achou solução. O clube fez contratações e tem novos nomes no elenco, mas ainda não achou o encaixe ideal. Atualmente, Chamusca parece ter mais confiança nos meias Felipe Ferreira e Marco Antônio.


Além da dupla, o atacante Ronald ganhou chance no time na última partida, no 1 a 0 sobre o Nova Iguaçu, mas não se destacou. Marcinho, outro recém-contratado, começou a temporada como titular e perdeu o posto. Corre por fora o jovem Ênio, que já fez dois gols no Campeonato Carioca. O Bota também busca reforço para essa posição.



Marco Antônio larga na frente entre os pontas do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Disputa de centroavantes


Os clássicos dos próximos dois domingos também mostrarão quem sai na frente na briga pelo comando de ataque. No planejamento do clube, o ideal é que esse nome venha do mercado antes da Série B. O favorito é Anselmo Ramon, da Chapecoense, mas as diretorias ainda não entraram em acordo.


No momento, as opções são os jovens Matheus Nascimento, de 17 anos, e Rafael Navarro, de 21. Os dois são bem avaliados, mas ainda não passam segurança para serem as únicas alternativas do elenco. Cada um marcou um gol nessa temporada.



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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro