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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Fifa diz não reconhecer Torneio de Caracas como título mundial, mas Botafogo prepara documentação


"Independentemente de qual seja o resultado do pleito, o clube se considera merecedor dessa reverência", afirma o presidente alvinegro Nelson Mufarrej


O Botafogo registrou na última semana, em seu site oficial, as conquistas da Pequena Taça do Mundo de 1967, 1968 e 1970 como títulos mundiais e informou que iria à Fifa em busca do reconhecimento. Ao GloboEsporte.com, a entidade máxima do futebol mundial afirma não considerar o Torneio de Caracas como mundial.


- Decisão tomada pelo Conselho da Fifa em outubro de 2017 reconheceu todas as equipes europeias e sul-americanas que venceram a Copa Intercontinental (apenas) - disputada entre 1960 e 2004 - como campeões mundiais de clubes - informa a federação.


- No entanto, somente em 2000 a entidade organizou o primeiro Mundial de Clubes da Fifa, com representantes das seis confederações. Os vencedores desta competição, que passou a ser realizada anualmente desde 2005, são os oficialmente considerados pela Fifa como campeões mundiais de clubes da Fifa - diz o comunicado enviado ao GloboEsporte.com.


Nesta semana, a ESPN havia informado que a Fifa descartou o Botafogo como campeão mundial.


+ Jornal da época aponta que troféu da Pequena Taça do Mundo de 1968 foi roubado; Botafogo fará réplica



Jogadores do Botafogo no Torneio de Caracas de 1967 — Foto: Arquivo pessoal do ex-jogador Waltencir


Apesar do comunicado, a Fifa ainda não recebeu nenhuma solicitação oficial do Botafogo, que mantém firme a decisão de levar à entidade o pedido de reconhecimento dos títulos conquistados em Caracas, na Venezuela.


- O Botafogo vai sim levar a sua fundamentação às autoridades competentes, pois considera ser um reconhecimento legítimo. Toda a documentação está sendo encaminhada ao Departamento Jurídico, que por sua vez irá formalizar e dar os devidos encaminhamentos - afirmou o presidente alvinegro Nelson Mufarrej ao GloboEsporte.com.



"Independentemente de qual seja o resultado do pleito, o clube se considera merecedor dessa reverência, um justo reconhecimento ao time que jogou o melhor futebol do mundo naquele período".


+ Botafogo confirma extensão de férias dos jogadores até o dia 30 de abril



Boletim do Botafogo: ex-jogador Carlos Roberto fala sobre torneios internacionais conquistados pelo Botafogo (http://globoesporte.globo.com/ge/videos/v/boletim-do-bota-alvinegro-registra-tres-titulos-mundiais-e-vai-buscar-reconhecimento/8478295/)


A copa internacional disputada na capital da Venezuela foi criada logo após o Mundial de 1950, sediado pelo Brasil. O torneio foi disputado até os anos 70 e teve alguns nomes, mas ficou conhecido como Pequena Taça do Mundo. Além de equipes sul-americanas, também competiram gigantes de Espanha, Inglaterra, Itália, Portugal e de outros países do Leste Europeu. Além de seleções nacionais, como a da Argentina.


Nas três edições que participou, o Botafogo passou por clubes como Barcelona-ESP, Benfica-POR e Peñarol-URU, fora as seleções argentina e soviética. Além do Alvinegro, outros brasileiros venceram o torneio: Bangu, Corinthians, Cruzeiro e São Paulo.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Em um dia, Botafogo renova o contrato de três titulares


Enquanto conversas por possíveis reforços estão pausadas, Comitê Executivo de Futebol cuida de manter jogadores do atual elenco por mais tempo no clube



Marcelo Benevenuto e Kanu tiveram os contratos renovados (Foto: Vítor Silva/Botafogo)


Se não consegue contratar, o Botafogo pelo menos faz questão de garantir que não vai perder nenhum jogador importante. Na última quarta-feira, depois de anunciar a renovação de Caio Alexandre, o clube protocolou a extensão dos vínculos de Marcelo Benevenuto e Kanu. A informação foi dada primeiramente pelo jornalista Matheus Mandy e confirmada pelo LANCE!.


Desta forma, o Comitê Executivo de Futebol, no mesmo dia, cuidou da renovação de três jogadores que vinham sendo titulares até a paralisação das competições por conta da pandemia do coronavírus. Vale ressaltar que os antigos vínculos de Caio Alexandre, Kanu e Marcelo Benevenuto eram válidos até o final de 2020 - ou seja, eles podiam assinar um pré-contrato com outra equipe a partir de junho.


A diretoria do Botafogo trabalha para manter os jogadores criados na base de General Severiano por perto. Os três são vistos como ativos do clube e são bem avaliados pelo treinador Paulo Autuori - não à toa, vinham sendo utilizados com certa frequência.


Caio Alexandre renovou até dezembro de 2022, mesma tempo de Kanu. Benevenuto, por sua vez, assinou até o final de 2023. Os novos contratos, consequentemente, vêm com aumentos salariais e novas multas rescisórias para proteger o Botafogo do interesse de outras equipes nos jogadores.


Da equipe que vinha sendo titular com frequência em 2020 - excluindo os jogadores que estão emprestados -, Fernando e Keisuke Honda são outros dois atletas que possuem contrato acabando no final do ano. A diretoria deve sentar com os representantes do lateral-direito nas próximas semanas. Quanto ao japonês, por se tratar de um contrato mais complexo, as negociações devem se desenvolver mais.


Marcinho, titular em boa parte de 2019 e que não atuou na atual temporada por uma lesão no joelho direito, é outro que tem contrato acabando em dezembro de 2020. A prioridade da diretoria, como citado anteriormente, é valorizar os jogadores que já estão no clube.


Se as conversas por novos jogadores - John Obi Mikel, por exemplo - foram paralisadas pela pandemia, a diretoria espera não ficar para trás nas questões de renovação neste período.



Fonte: LANCE! Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Marcinho chega à metade do tratamento e lamenta interrupção do "melhor momento da carreira"


Lateral está em recuperação desde os primeiros dias de janeiro e absorve baque após terminar 2019 com titularidade e convocação. Médico do clube explica trabalho em meio a quarentena


Marcinho se reapresentou em janeiro à espera de um grande 2020 pelo Botafogo. Depois de duas temporadas como titular e uma convocação para a seleção brasileira, o jogador planejava começar com todo o gás o que poderia ser o melhor ano da carreira. Expectativa virou decepção ainda nos primeiros dias de treino.



Marcinho teve baque nos primeiros dias da pré-temporada — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Tudo ficou em risco com a lesão séria no joelho sofrida ainda nos primeiros dias do ano e o diagnóstico médico de retorno apenas na metade da temporada. O lateral-direito conversou com o GloboEsporte.com sobre os primeiros meses atípicos de trabalho, que ficaram ainda mais estranhos devido à pandemia do novo coronavírus.


+ DM do Botafogo explica cirurgia complexa de Marcinho


- A expectativa era a melhor possível. Terminei o ano em alta, com convocação. Vivia o melhor momento da carreira. É um baque, porque eu tracei metas, objetivos, queria coisas maiores. Mas, estou tranquilo, com a cabeça boa. Me sinto bem com o futebol, lido de uma maneira diferente, mais tranquila do que em relação à minha primeira lesão - disse.



Marcinho marca Neymar em treino da Seleção em outubro de 2019 — Foto: Lucas Figueiredo/CBF


Tratamento chega à metade

Nos dois primeiros meses, os dias de Marcinho foram concentrados no departamento médico e na fisioterapia do Botafogo. Desde o último dia 16, no entanto, o jogador ganhou mais um desafio: a quarentena. Agora, o atleta fica entre os cuidados para não contrair a Covid-19 e o esforço para finalizar o tratamento.


- Às vezes, consigo trabalhar na praia, mas eles proibiram areia também nos últimos dias. Procuro fazer reforço muscular, essas coisas. E, por esse lado, a quarentena está me ajudando, pelo menos no sentido de tempo perdido. Está todo mundo parado também - contou.



Lateral não fez nem uma semana de treinos antes da lesão — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Depois de três meses dedicados à fisioterapia, Marcinho está quase pronto para passar ao estágio final, a transição física. O coordenador médico do Botafogo Christiano Cinelli projeta que o atleta estará liberado para recobrar o condicionamento no final de abril.


- O Marcinho está entrando no quarto mês de pós-operatório. Está muito bem, fazendo fisioterapia com orientação dos profissionais do Botafogo. Em breve voltará à parte física. Dentro do possível, é claro, nessa situação do coronavírus. Vamos tentar fazer com que a parte física dele não seja tão alterada, mas depende de como ele vai evoluir. Esperamos que até o fim do mês ele acabe essa parte inicial para iniciar a transição - explicou Cinelli ao GloboEsporte.com.


- A previsão era de cinco ou seis meses e cheguei na 12ª semana, três meses. A quarentena muda a intensidade do tratamento. Faço três vezes na semana na casa do meu fisioterapeuta. Nos outros dias eu tento fazer algumas coisas, mas dentro da limitação que eu ainda tenho - completou o jogador.


Bate-bola com Marcinho

Como tem sido o dia a dia e o contato com o clube?

Faço fisioterapia às segundas, quartas e sextas. Nos outros dias da semana eu tento complementar de alguma maneira. Com o clube, a gente tem um grupo e se comunica por lá. Agora, um pouco menos porque entramos em férias. Antes disso, o professor Paulo (Autuori) passou alguns vídeos sobre tática. O Capella (preparador físico) passou uma cartilha para quem estava jogando.


Disputa por posição

Barrandeguy é um jogador uruguaio, de muita luta, garra, marcação. Tem as qualidades dele. Junto com o Fernando, é uma disputa aberta. Quero voltar logo e jogar, mas sempre respeitando os meus companheiros de posição. Está sendo uma disputa sadia. Cada um tem os próprios objetivos individuais, mas os objetivos coletivos são sempre os mesmos.



Marcinho e Fernando disputam posição desde 2019 — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Contato com Autuori

O meu networking de futebol, graças ao meu pai e aos meus tios, é muito bom. Então, já conhecia o professor Paulo. Não pessoalmente, mas por histórias. O meu pai mesmo foi treinado por ele. Pelo pouco que tive de contato, deu para conhecer melhor. Falo bastante com o professor Renê também, que é o auxiliar técnico. Ainda não conheço no trabalho de campo do dia a dia, mas esse contato pessoal tem sido muito bom.


Primeira impressão sobre Honda


Troquei uma ideia rápida com ele, até porque o diálogo não é tão simples. Dentro de campo será mais fácil. Foi só um papo furado mesmo, mas parece ser um cara bem legal, bem tranquilo. Foi uma grande contratação do Botafogo, é um grande jogador, que passou por outros grandes clubes e é referência no país dele. Pelo que vimos até agora, o saldo é muito mais positivo. Algo negativo poderia ser a idade, mas, pelo que vi treinando, está muito em forma. Foi uma grande contratação.


Como avalia o início de ano do Botafogo?

Tem muito pouco para ser avaliado nesse início de temporada. Na competição que é a mais importante, a Copa do Brasil, vencemos e passamos de fase. Ainda é pouco para avaliar. Por enquanto, vejo como positivo esse início de ano. Sobre desempenho, o jogo contra o Paraná foi muito bom, gostei muito do jogo. Os piores foram os do início da temporada. Time desentrosado, cheio de garotos... Mas nada que não seja ajustável.


Fonte: GE/Por Emanelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro