Páginas

quinta-feira, 28 de maio de 2020

'É precipitado estabelecer data para volta dos jogos', diz chefe do Gabinete de Crise da Prefeitura do Rio


Ao L!, Gutemberg de Paula Fonseca nega 'pressão' externa por retomada e diz que preocupação é como clubes terão cuidado na volta aos treinos diante do novo coronavírus



'As medidas do 'Jogo Seguro' foram consideradas as melhores possíveis para o retorno dos clubes às atividades', afirmou Gutemberg de Paula Fonseca (Marcos de Paula / Prefeitura do Rio)


A permissão para que os clubes voltem aos treinos no Rio de Janeiro é só o primeiro passo de um longo caminho que a rotina do futebol vai percorrer em meio ao combate ao novo coronavírus. Responsável por chefiar o Gabinete de Crise da Prefeitura durante a pandemia, Gutemberg de Paula Fonseca destaca o momento no qual houve conciliação com o que foi planejado pelas equipes e pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

- Não estamos pensando inicialmente em quando o futebol vai voltar. A nossa preocupação é na maneira como os clubes tendem a retornar às suas respectivas rotinas. Os debates foram centralizados em relação a isto. Depois, enviamos o protocolo de segurança da Ferj, o "Jogo Seguro", ao nosso Conselho Científico e as medidas foram consideradas as melhores possíveis para a retomada. Há um zelo muito grande com os atletas, comissões técnicas e funcionários dos clubes - afirmou, ao LANCE!.

O secretário da Ordem Pública nega que a "pressão" de Brasília tenha pesado para mudar a decisão sobre os rumos do futebol no Rio. Além disto, detalha como a Prefeitura fiscalizará a conduta dos clubes no dia a dia, aponta a relevância do esporte para ajudar a combater a pandemia do novo coronavírus e é categórico.

- Este momento é de união, para todos sairmos mais fortes da crise do coronavírus - disse.


LANCE!: Quais fatores foram essenciais para que os clubes e a Ferj conseguissem mudar a percepção de vocês que estão no Gabinete da Crise da COVID-19 e também da Prefeitura?


Gutemberg de Paula Fonseca: Chamou muito a atenção a certeza de que, nesta volta aos seus treinos, os clubes passarão a ser também fundamentais para o combate à pandemia. Haverá a testagem frequente dos jogadores, da comissão técnica, dos funcionários, com o objetivo de detectar quem está infectado, quem é assintomático... As equipes também se comprometeram a fazer testagem nas comunidades que cercam seus respectivos CT's. Claro que clubes de menor investimento não terão as mesmas condições de arcar com exames para COVID-19. Por isto, a Ferj se dispôs a oferecer testes para estas equipes. Todo este monitoramento trará uma contribuição significativa para toda a população do Rio de Janeiro e ajudará a prevenir um aumento da propagação do vírus.

'Todo este monitoramento é uma contribuição significativa para a população e ajuda a prevenir um aumento da propagação do vírus', diz Gutemberg sobre exames de COVID-19 feitos pelos clubes


L!: Botafogo e Fluminense se opuseram inicialmente a este retorno às atividades. O que achou disto?


Não vejo nada de errado em tomarem a posição que acharem melhor. Porém, podem lidar com problemas de ordem técnica posteriormente, quando as competições voltarem.


L!: Como os clubes que decidiram voltar às atividades podem evitar que haja o risco de contágio no dia a dia entre os jogadores?

Neste primeiro momento, foram liberadas fisioterapia, na qual o atleta fica deitado na maca, e também a fisioterapia com bola. Aquela reabilitação muscular para que o jogador retome as atividades que fazia no gramado. Houve um entendimento entre todas as partes para não acontecerem rachões nem coletivos, pois trariam aglomerações. Além disto, cada elenco será dividido em turnos. Massagistas, fisioterapeutas e funcionários usarão máscaras, todos os locais de treinamento serão sanitizados... O objetivo primordial da Prefeitura e de todos nós é salvar vidas.


L!: O presidente da República, Jair Bolsonaro, e dirigentes de Flamengo e Vasco manifestaram abertamente o desejo de uma volta do futebol no Rio de Janeiro. Isto fez a Prefeitura apressar sua decisão em relação à retomada das atividades?

Não, de forma alguma! O prefeito sempre foi a favor da volta aos treinos. Ele se opunha à realização de coletivos, de rachões. Como esta situação ficou resolvida com os clubes e a Federação, foi dada a liberação.


L!: Não há uma preocupação com a ascensão da curva da COVID-19?

Na verdade, estamos nos equipando e isto vai nos ajudar a fazer com que aconteça uma redução da curva aqui no Rio de Janeiro. Foram abertos mais 1,3 mil leitos em hospitais de campanha. Isto ajudará nossos hospitais.


L!: As autoridades vão fiscalizar se os clubes estão agindo conforme o planejado em relação ao combate à COVID-19?

Há o Disk Aglomeração (na capital fluminense, o número é 1746). A Vigilância Sanitária também fará fiscalização frequente. O fato dos atletas estarem de volta aos clubes é importante também neste momento.

'O prefeito (Marcelo Crivella) sempre foi a favor da volta aos treinos. Ele se opunha à realização de coletivos, de rachões', diz chefe do Gabinete de Crise da COVID-19, rechaçando que 'pressões' tenham pesado para retorno das atividades dos clubes


L!: Houve reclamações de que jogadores estavam "driblando" a quarentena...

Não há como o clube fiscalizar o que cada jogador está fazendo nesta paralisação. Não se sabe se está treinando na rua, se está jogando bola no condomínio... Soubemos que tinha jogador que disputava o Estadual em clube de menor investimento e, para compensar o fato de seu contrato ter sido suspenso, disputava liga amadoras em troca de determinada quantia. Agora, quando voltarem à rotina do clube, os atletas não só vão se recuperar fisicamente, como também estarão cercados de cuidados.


L!: Acredita que a bola possa voltar a rolar para o Estadual já no mês que vem. como chegou a ser articulado entre clubes e Federação?

Acho precipitado estabelecer uma data para volta dos jogos. Nossa prioridade é ajustar a maneira como as atividades vêm sendo retomadas. Ninguém falou com clareza sobre os protocolos das partidas em estádios. Teremos ainda muitos debates com clubes e a Federação até definirmos passo por passo.



Fonte: LANCE! Vinícius Faustini/Rio de Janeiro (RJ)

Destaque do Botafogo em 2020, Bruno Nazário foca em treinos à distância para voltar em alta


Em coletiva de imprensa virtual, meia lembra boa fase que vivia antes da paralisação do futebol e recebe pergunta surpresa do colega Pedro Raul: "Quantas assistências vai me dar?"



Em coletiva de imprensa virtual na noite desta quarta-feira, o meia Bruno Nazário lembrou a boa fase que vivia com a camisa do Botafogo antes da paralisação do futebol por conta da pandemia do novo coronavírus. Ele falou sobre como tem tentado equilibrar a parte física para o retorno das atividades.


- Não é fácil parar de repente, a gente vem de uma crescente. Eu estava bem fisicamente, infelizmente aconteceu isso, mas temos que colocar nossa saúde em primeiro lugar. Tenho feito os treinos com o grupo online, faço treinos extra e cuido da minha alimentação para voltar ao meu condicionamento o mais rápido. Há pessoas dentro do clube cuidado da questão do retorno e vamos voltar quando for seguro para todos.


Artilheiro do Botafogo na temporada, Bruno Nazário tem quatro gols em 10 jogos.


A transmissão teve uma participação especial. Além dos jornalistas, o centroavante Pedro Raul também enviou uma pergunta ao colega: ele quis saber quantas assistências receberia de Bruno na temporada.


"Até você aqui rapaz. Esse moleque joga muito. Eu não vou prometer, mas pode colocar na conta umas seis, sete. E quero assistência também (risos). Esse cara é um grande amigo, concentro com ele, saudades da resenha".



Bruno Nazário — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Outras declarações de Bruno Nazário

Posicionamento tático

- Sempre atuei nas duas posições, tanto no Athletico quanto no Guarani, que joguei mais de ponta. Na Polônia eu fazia muito essa troca também (centro e lados do campo). O Honda veio para somar, e o Paulo Autuori sabe como nos posicionar.


Tempo de inatividade

- Quando eu tive a lesão em 2018, eu fiquei cinco meses em recuperação, sem tocar na bola, é muito difícil. Tem sido difícil para todos, estamos preocupados com o trabalho, nossas famílias e nossa saúde. Tentando manter a cabeça no lugar.


- Fisicamente eu tenho me sentido bem, treino em dois períodos, me cuido ao máximo. O psicológico é o mais difícil, a preocupação com a família. Eu, por exemplo, tenho dois filhos pequenos.


Adaptação

- Fui muito bem recebido por todos, inclusive nosso torcedor. Vou seguir dando meu melhor e espero continuar fazendo um bom trabalho. Fui bem acolhido pela torcida e isso me faz ter mais confiança para seguir com o trabalho.


"Estou morrendo de saudades dos torcedores. Em breve farei aquele gol para comemorarmos juntos".


Responsabilidade em vestir a camisa de grandes ídolos

- Desde o momento em que tive o contato com o clube e decidi vir para o Botafogo, sabia da responsabilidade e da grandeza do Glorioso. Estou muito feliz aqui hoje, quero ser cada vez melhor, sei que temos grandes ídolos que serão eternos.


Exemplo que jogadores podem dar nessa pandemia

- Servimos de exemplo para várias pessoas, somos pessoas públicas. Temos que seguir o que tem sido passado pelo Ministério da Saúde e tomar todos os cuidados para sairmos dessa.


Honda

- Qualquer atleta que vem com bastante experiência tem a somar. Jogou em grandes clubes, jogou Copa do Mundo, o que é um sonho, isso agrega muito para todos os jogadores.


Aumento no número de gols agora no Botafogo

- No Athletico eu comecei bem, mas logo tive a lesão no joelho, o que atrapalhou minha sequência. Aqui no Botafogo eu tive menos jogos, mas tive uma sequência, e o ritmo ajuda muito.


ASSISTA À COLETIVA COMPLETA:





Fonte: Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro