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domingo, 14 de janeiro de 2018

Albirex pede devolução de Rony e pode melar negociação de Cruzeiro e Botafogo


Envolvido na troca com a Raposa por Bruno Silva, atacante já foi anunciado como reforço do Alvinegro. Porém, japoneses emperram negócio e cobram R$ 32,1 milhões de multa






Rony foi anunciado oficialmente pelo Botafogo na última quinta-feira (Foto: Divulgação / Botafogo)


A contratação de Rony pelo Botafogo, anunciada oficialmente na última quinta-feira, pode ser cancelada. Segundo informação divulgada pelo portal "Super Esportes", de Minas Gerais, o Albirex Niigata, clube japonês onde o atacante estava emprestado, notificou esta semana o Cruzeiro cobrando a devolução do jogador ou multa de U$ 10 milhões (cerca de R$ 32,1 milhões). O GloboEsporte.com confirmou que existe o imbróglio, por isso ele ainda não assinou contrato com o Alvinegro.


No final de 2016, o Albirex investiu R$ 4 milhões em um contrato de empréstimo de um ano, mas com cláusula de renovação por mais três. Como o clube foi rebaixado para a Segunda Divisão do Japão, acreditava-se que os japoneses não iriam se opor à saída do jogador, que tem vontade de voltar a jogar no Brasil e já se mostrou motivado em defender o Botafogo. Porém, eles farão jogo duro. Rony foi o artilheiro do time asiático com sete gols em 32 jogos e virou xodó da torcida.



Rony ao lado de Renatinho: atacante sequer pode treinar enquanto há imbróglio (Foto: Felippe Costa)


Botafogo e Cruzeiro trabalham em sigilo para tentar resolver a situação com os japoneses. Enquanto isso, Rony, que já foi aprovado nos exames médicos no Alvinegro, ainda não está liberado para treinar com os novos companheiros. Mesmo que ele precise retornar ao Japão, não há risco de o negócio por Bruno Silva melar. Nesse caso, a Raposa, que já pagou R$ 4 milhões aos cariocas, teria que desembolsar mais R$ 1 milhão.


Fonte: GE/Por GloboEsporte.com, Rio de Janeiro

De Belém ao Rio, Rony e Leandro Carvalho transformam velha rivalidade em parceria


Nascidos com 24 horas de diferença e rivais desde a base, atacantes revelados por Remo e Paysandu se tornam aliados pela primeira vez no Botafogo. Mas serão parceiros ou concorrentes por posição?



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Dá para brincar que Rony e Leandro Carvalho são rivais desde antes de nascer. O segundo acabou sendo mais rápido e veio ao mundo em 10 de maio de 1995, em Belém. Um dia depois, a mãe de Rony deu à luz em Magalhães Barata, no interior do Pará. Não demorou muito para a distância de aproximadamente 160 km entre eles sumir, mas a rivalidade continuou na capital do estado.


Atrás do sonho de virar jogador de futebol, Leandro Carvalho chegou ao Paysandu. Rony, por sua vez, ganhou chance no Remo. Pelos dois maiores clubes do estado, seus caminhos se cruzaram ainda nas categorias de base antes de serem revelados na mesma época, em 2014. O atacante do Papão foi o primeiro a estrear no profissional, mas o do Leão Azul foi o primeiro a se firmar titular.


Nos profissionais, só se enfrentaram uma única vez. Melhor para Leandro Carvalho: foi no dia 5 de abril de 2015. O atacante entrou aos 27 do segundo tempo, enquanto Rony foi titular. Os dois estiveram em campo juntos por 21 minutos e não fizeram gol, mas o Paysandu venceu por 2 a 0 no Mangueirão, pelo jogo de ida da semifinal da Copa Verde.



Leandro Carvalho ainda com cara de garoto pelo Paysandu (Foto: Akira Onuma/O Liberal)


No duelo de volta, só Rony jogou. Leandro Carvalho ficou no banco, e de lá viu o Remo devolver o placar e se classificar por 5 a 4 nos pênaltis. Mas o time acabou perdendo a final do torneio para o Cuiabá. No mesmo ano, os dois atacantes também se cruzaram em um 3 a 1 do Paysandu no Mangueirão, quando ambos foram reservas e só Rony entrou na partida.



Seus caminhos depois se separaram: Rony foi comprado pelo Cruzeiro, onde jogou só na base, foi cedido ao Náutico e depois vendido ao Albirex Niigata, do Japão, antes de ser contratado pelo Botafogo. Já Leandro Carvalho foi emprestado para Penapolense-SP, Tuna Luso-PA e Ceará até chamar atenção do Glorioso. Aos 22 anos, encontram-se do mesmo lado.


No Botafogo, passam de rivais a aliados e disputarão pela primeira vez a Série A de Brasileiro. Fora de campo, têm personalidades opostas: Rony é mais sossegado, daqueles que gostam de pescar, enquanto Leandro é mais agitado e carrega um histórico de indisciplinas fora de campo. Mas dentro das quatro linhas, têm estilos parecidos, de velocidade e drible.


– Minha relação com o Rony é muito boa. Mesmo antes dos clássicos, a gente conversava, brincava. Nunca deixamos de nos falar, temos uma relação muito boa até hoje. Fico feliz com a vinda e tenho certeza que ele nos ajudará muito aqui – vibrou Leandro Carvalho.



Também novinho, Rony em sua passagem pelo Remo (Foto: Akira Onuma/O Liberal)


Outro ponto em comum dois é que ambos estão com filhos recém-nascidos – Rony é pai de um menino, enquanto Leandro de uma menina –, que aumentaram a responsabilidade dos dois e deu juízo ao ex-Paysandu, segundo o próprio atacante já admitiu publicamente. Rony é só elogios ao conterrâneo, com quem projeta uma parceria de sucesso.


– O Leandro Carvalho subiu no Paysandu, e eu, no Remo. A gente já se enfrentou, e ele é um ótimo jogador. Daqueles que partem para cima e têm características boas. Espero que a gente possa se dar bem no Botafogo. Que possa ser uma grande parceria e dar títulos.


Mas por serem atacantes de lado de campo, será que formarão dupla ou virarão concorrentes por posição? Dúvida que só o técnico Felipe Conceição poderá tirar. Fato é que Leandro Carvalho continua a rotina de sair na frente do amigo e deve ser regularizado a tempo de jogar a estreia do Carioca. Rony, que chegou depois, acerta detalhes do contrato e ainda vai aprimorar a parte física.



Fonte: GE/Por Felippe Costa, Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro