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sábado, 6 de dezembro de 2014

Após susto, Botafogo treina no campo principal do Engenhão antes de viajar



Jogadores realizam atividade antes de seguir para Brasília, onde enfrentam o Galo no domingo. Pela manhã, choque de peças içadas causou medo em operários no estádio




O choque de duas peças que vinham sendo içadas durante as obras do Engenhão, na manhã deste sábado, não passou de um grande susto. Prova disso é que o Botafogo treinou à tarde no campo principal do estádio, antes de viajar para Brasília, onde enfrenta o Atlético-MG neste domingo, no Mané Garrincha, às 17h. Como não foi constatada qualquer ameaça à segurança dos presentes, o clube não precisou recorrer ao gramado anexo e realizou a atividade recreativa sem qualquer limitação no local.

Com viagem marcada para logo depois da atividade, os jogadores realizaram apenas um rachão, e o técnico Vagner Mancini não mexeu na formação que treinou como titular na sexta-feira: Helton Leite, Régis, Dankler, André Bahia e Fabiano; Marcelo Mattos, Airton e Gabriel; Murilo, Yuri Mamute e Bruno Corrêa. Capitão e líder da equipe, Jefferson teve suas férias antecipadas e não segue com o grupo para o Distrito Federal – apesar de ter contrato até o fim de 2015, o goleiro tem futuro incerto no clube graças a uma dívida de R$ 2 milhões, referentes a salários e premiações atrasados. Assim, ele pode ter feito a sua despedida na derrota para o Santos, resultado que selou o rebaixamento alvinegro à Série B.

Susto no Engenhão

O choque de duas placas de ferro, de quatro metros de altura por 30 centímetros de largura, causou apreensão na manhã deste sábado durante as obras de reparo da cobertura do Engenhão. As peças – que estavam sendo içadas para, quando alocadas, passarem por um processo de soldagem –, se chocaram durante a instalação, causando forte barulho e gerando medo e apreensão nos funcionários

Os operários foram retirados do local, e os serviços, paralisados. Segundo a assessoria da RioUrbe (Empresa Municipal de Urbanização), as duas placas não despencaram e, após uma avaliação feita logo após o incidente, ficou constatado que não há risco de desabamento estrutural. Os funcionários da empresa responsável pelas obras, que no sábado trabalham em período reduzido, foram liberados para retomarem os trabalhos na segunda-feira.

Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro/GE

Consórcio adia entrega do Engenhão e cria 1ª saia justa em 'novo Botafogo'




Carlos Alberto durante o treinamento do Botafogo no campo principal do Engenhao, após dois anos Vitor Silva/SSPress

Antes de ser eleito, Carlos Eduardo Pereira e seu grupo tinham várias críticas a Maurício Assumpção. Uma delas era a falta de pulso do ex-mandatário em relação ao Engenhão. Na última semana, o Botafogo recebeu a informação da Prefeitura do Rio, que o consórcio responsável pelas obras (OAS e Odebrecht) adiou para março a entrega do estádio, o que estava previsto para o fim do mês. E a postura adotada pela nova diretoria nessa situação foi bastante semelhante à do ex-presidente, que apenas ouviu promessas das autoridades, criando sua primeira saia justa desde que assumiram o clube de General Severiano.

"Com relação ao Engenhão nós estivemos sexta-feira com o prefeito Eduardo Paes, que nos recebeu com muita cordialidade, e nos posicionou que as empresas prometeram entregar em novembro, adiaram para março, mas o prefeito vai fazer todos os esforços para jogarmos em janeiro o Campeonato Carioca", disse Carlos Eduardo Pereira em entrevista coletiva.

As afirmações do novo presidente seguem exatamente a mesma linha de Assumpção quando este estava a frente do Botafogo. Em vez de uma atitude mais enérgica, como prometeu em entrevista ao UOL Esporte, em novembro, antes das eleições. "A diretoria [antiga] fala em prejuízo e valores, mas não tomou nenhuma atitude para ser ressarcido. Já tem tempo de interdição [20 meses] e até agora nada. Essa posição passiva certamente vai mudar", afirmou na oportunidade.

Assim como ocorria com Assumpção, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, promete fazer de tudo para entregar o Engenhão para o Botafogo para a estreia do Carioca, no dia 1º de fevereiro, diante do Boavista. Existe a possibilidade até mesmo de o estádio funcionar de forma parcial, com algumas partes ainda em reforma. O problema é que não é apenas a cobertura (motivo da interdição) que passa por melhorias.

O entorno do Engenhão está completamente quebrado. A Prefeitura está realizando ajustes nas ruas próximas, o que tem gerado grande transtorno para quem transita por essas vias. Além disso, o local apresenta pedaços de pedra e madeiras que inviabilizariam uma partida oficial no estádio. Evidentemente ainda faltam três meses para o novo prazo (e menos de 30 dias para o planejamento inicial), mas o atual cenário é pessimista.

Dentro do estádio, a situação é muito parecida. Quatro grandes máquinas, caminhões e container dividem espaço com as balizas dentro do campo principal do Engenhão, onde os jogadores realizaram alguns treinamentos nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Até mesmo um dos funcionários da obra brinca com a situação: "tudo pronto em janeiro? Nem com a ajuda do papai Noel".

Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro