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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Autor do gol mais marcante do Botafogo, Sinval cobra valorização para o grupo campeão em 1993


Em enquete do GloboEsporte.com, gol do ex-atacante contra o Peñarol, pela final da Conmebol daquele ano, foi o mais votado pela torcida: "Reconhecimento para o nosso título"




O gol de Sinval, pelo Botafogo, contra o Peñarol, na final da Copa CONMEBOL de 1993


Sinval foi o artilheiro da Copa Conmebol de 1993, conquistada pelo Botafogo. Um dos oito gols anotados pelo ex-atacante ficou marcado no coração do torcedor, que elegeu o gol da final contra o Peñarol como o mais marcante da história do clube. Para Sinval, a escolha vale como o reconhecimento que o grupo tanto cobra do Botafogo.


- É um grande reconhecimento para o nosso título, porque não somos tão badalados como deveríamos ser, já que é o único título internacional do Botafogo. A gente entende que falta mais valorização, não somos menos que os títulos de 89 e 95, por exemplo. A falta de valorização por parte do Botafogo incomoda um pouco a nossa geração.



"Eu já tinha feito gols parecidos contra o Caracas e o Atlético-MG. Era uma jogada que o pessoal achava meio absurda, mas que começou a dar certo quando estávamos em apuros lá na Venezuela".



Aos 22 minutos do segundo tempo, quando o placar apontava 1 a 1, Sinval marcou um belo gol ao encobrir o goleiro Rabajda em cobrança de falta ensaiada. Nos minutos finais, o Peñarol conseguiu o empate, levando a decisão para os pênaltis. Sinval desperdiçou sua cobrança, mas Suélio, Perivaldo e André Santos converteram e garantiram a taça internacional para o Botafogo depois de time uruguaio perder três pênaltis.


Ao GloboEsporte.com, Sinval recordou momentos significativos do título conquistado no Maracanã. Veja abaixo algumas memórias do ex-atacante, que atualmente é empresário e vive com a família em Andradina, no interior de São Paulo.



Sinval comemorando o gol marcado na final da Copa Conmebol de 1993 — Foto: Júlio César Guimarães/O Globo



Jogos marcantes

- Além da final, os dois jogos contra o Atlético-MG foram marcantes para mim. Nós perdemos de 3 a 1 no Mineirão, eu fiz o gol, e ganhamos por 3 a 0 no Caio Martins, também fiz um gol.



Curiosidades

- Uma história curiosa foi quando perdemos por 3 a 1 para o Atlético-MG no Mineirão. Acabou o jogo, Carlos Alberto Torres (técnico do Botafogo na época) me abraçou e disse: "Você nos deu o gol da classificação". Eu fiquei sem entender, pois havíamos perdido, e ele completou: "Esse gol que você fez nos deu uma sobrevida, 3 a 0 dificilmente conseguiríamos reverter".


- Depois da reviravolta contra o Atlético-MG, antes da final, o Carlos Alberto parou o coletivo com 10 minutos, não quis dar treino e disse que já estávamos preparados para disputar a decisão. Perivaldo tinha errado quatro passes seguidos, e ele parou o treino. Ninguém entendeu. A gente tentou convecê-lo, mas ele não continuou.



Sinval no Estádio Nilton Santos em 2018, quando o título da Conmebol completou 25 anos — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Desafios

- O maior desafio foi a imaturidade, um grupo muito jovem, o Botafogo tinha sido desmanchado, 90% dos jogadores eram da casa, estavam querendo seu espaço. Tínhamos problemas financeiros, de salários, com falta de material de treino, transporte para o aeroporto... Mas tínhamos uma vontade grande de vencer. A imagem do Carlos Alberto pra gente era muito forte, nós acreditávamos muito nele, era o capitão do tri ali. Ele conseguiu abraçar todos os jogadores, era um paizão. Nós compramos a ideia, acreditamos que iríamos vencer.



"Depois do Botafogo, eu virei jogador de verdade, foi o time que me deu expressão no futebol".



Vitória na enquete como sinal de reconhecimento

- Tenho que agradecer ao torcedor por esse reconhecimento, acho que é muito bom isso. O meu gol faz com que o meu grupo seja valorizado. A enquete foi boa para as pessoas olharem nosso time com outros olhos, eu competi com grandes jogadores e gols importantes. É um orgulho grande ficar marcado na história do clube, fico lisonjeado com a escolha da torcida. Ser lembrado assim por uma torcida tão forte depois de tantos anos mostra que fiz coisas boas.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Fernando ou Barrandeguy: a disputa na lateral do Botafogo


Com a iminente saída de Marcinho, clube de General Severiano terá lacuna e disputa em aberto por titularidade no flanco direito da defesa entre brasileiro e uruguaio



Fernando e Barrandeguy (Foto: Divulgação/Botafogo)



O Botafogo deverá passar por uma mudança de impacto no elenco nos próximos dias. A saída de Marcinho é iminente e o Corinthians aparece, até aqui, como o principal candidato a levar o lateral-direito, titular na maior parte da temporada passada. Desta forma, Paulo Autuori terá que lidar com uma lacuna no onze inicial.

É verdade que Marcinho não atuou em 2020 por conta de uma lesão no joelho, sofrida antes mesmo da pré-temporada. Teoricamente, o cenário é o mesmo para o treinador: escolher entre Fernando e Federico Barrandeguy. Com características distintas, o brasileiro e o uruguaio aparecem na disputa para a vaga de titular.

Fernando iniciou o ano como titular, mas se machucou em meados de março e, desde então, perdeu espaço e alternou entre a titularidade e o banco de reservas. Mesmo assim, o lateral-direito é o líder do Botafogo em passes para assistências - três, ao todo - na temporada.


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O brasileiro, também criado nas categorias de base de General Severiano, teve evolução em termos associativos em 2020, mas ainda mostra certa dificuldade nas lacunas defensivas. Assim como Marcinho, também tem contrato acabando em dezembro e, por possuir passaporte europeu, pode explorar novos ares a partir do ano que vem.

Barrandeguy, por sua vez, não teve atuações totalmente convincentes até a parada das competições por conta da paralisação do coronavírus. O uruguaio, que se apresentou ao Glorioso na metade da pré-temporada, fez sete jogos em 2020. Fernando, seu "concorrente", entrou em campo em cinco oportunidades.

Vale ressaltar que o Botafogo, já pensando na saída de Marcinho, negocia com um lateral-direito para compor o elenco para a sequência do ano. O nome ainda é guardado em segredo por membros do Comitê Executivo de Futebol.


Fonte: LANCE! Rio de Janeiro (RJ)