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sábado, 1 de dezembro de 2012

Garotos dão graça ao clássico, e Fla e Bota se despedem com empate


Em jogo marcado por disposição e empenho, rivais encerram suas participações no Brasileirão com igualdade por 2 a 2


O clássico que pouco valia acabou sendo uma surpresa. Quatro gols, garotos da base em ação, Seedorf, Vagner Love... Pode-se dizer que Flamengo e Botafogo despediram-se de forma digna do Campeonato Brasileiro. Neste sábado, no Engenhão, os times empataram por 2 a 2, na 38ª rodada, num clássico marcado por muita luta e empenho. As equipes terminam a competição sem motivos para comemorar, principalmente o Rubro-Negro, sem conquistar objetivos importantes, mas pelo menos se esforçaram para honrar a tradição dos clubes no último compromisso da temporada.

Quem foi ao estádio conheceu Sassá, de 18 anos, que marcou o primeiro gol da partida. Viu também Nixon, de 20, fazer o primeiro dele como profissional rubro-negro. Vítor Júnior e Vagner Love completaram o placar. Com o resultado, o Flamengo termina o campeonato com 50 pontos e ocupa 11ª posição. O Alvinegro tem 55, em sexto, mas pode acabar o campeonato até em oitavo. A renda da partida foi de R$ 92.605, para um público pagante de 6.674 pessoas (9.380 presentes).

- Sempre no lugar certo, na hora certa para botar a bola para dentro. A emoção é muito grande, só tenho mesmo que agradecer a Deus - disse o garoto alvinegro Sassá.

Nixon, que fez um gol de meia-bicicleta, teve discurso parecido com o do rival.

- Primeiramente eu quero agradecer a Deus. A emoção não tem como explicar. Me emocionei muito, sempre busquei isso. Agradecer também a toda a minha família e a meus amigos - declarou o rubro-negro.

Considerando apenas jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro, o Botafogo não vence o Flamengo há 12 anos. Agora, são 20 jogos, sendo oito derrotas e 12 empates. A última vitória alvinegra pelo nacional ocorreu em 2000, por 3 a 1. A próxima tentativa fica para o ano que vem.

As equipes voltam a jogar em 2013. O Flamengo, que se reapresenta em 3 de janeiro, estreia na Taça Guanabara está prevista para o dia 19, um sábado, contra o Quissamã, às 17h, no Engenhão. No dia seguinte, no mesmo local, o Botafogo recebe o Duque de Caxias, às 19h30m. O data do início da pré-temporada do Bota ainda não foi divulgada.

São só garotos...

O sorriso de moleque demorou só quatro minutos para brotar no rosto de Sassá. Primeiro jogo como titular do time principal do Botafogo. Primeiro clássico. Primeiro gol. Esquecido pelos zagueiros do Flamengo quase dentro da pequena área, o atacante de 18 anos recebeu passe de Seedorf após jogada de Fellype Gabriel e completou de primeira, de pé direito, para o gol de Paulo Victor. Fácil, fácil. Na comemoração, o camisa 26 ajoelhou-se e logo foi encoberto pelos companheiros. Beijo no escudo, abraço apertado no técnico Oswaldo de Oliveira e muita alegria.

Sassá comemora o primeiro gol do Botafogo no clássico (Foto: Satiro Sodré / Ag. Estado)
Pronto. O clássico que não valia nada ganhava um atrativo: a participação dos garotos.
Liderado por Seedorf, que tem o dobro da idade de Sassá, o Botafogo tinha sete reservas e era melhor em campo. No Flamengo, Dorival Júnior decidiu dar chance aos garotos no último compromisso do ano. Lançou Mattheus, Adryan e Nixon como titulares. Demorou um pouco, mas eles começaram a se soltar. Mattheus, único armador do time, perdeu chance incrível de empatar quase na pequena área, aos nove.

Mais forte, o Rubro-Negro passou a buscar o empate com ímpeto. No Bota, Oswaldo teve de fazer uma mudança. Gabriel, machucado, deu lugar a Renato. Enquanto o Flamengo tentava jogar com velocidade, os alvinegros usavam as faltas para travar o jogo, mas não conseguiram segurar por muito tempo. Aos 32, outro garoto apareceu. Wellington Silva cruzou para a área, e Nixon acertou uma bonita meia-bicicleta: 1 a 1. A comemoração foi muito parecida com a de Sassá. Ajoelhado com os dedos para o céu, foi cercado pelo companheiros para celebrar o primeiro gol dele como profissional.

O gol trouxe confiança ao time de Dorival, que ainda chegou com Wellington Silva e Mattheus em chutes fracos que se perderam pela linha de fundo. Para o Botafogo, o primeiro tempo terminou com uma preocupação. Seedorf foi para o vestiário sentindo um incômodo na parte de trás da coxa direita.

Seedorf voltou para o segundo tempo, mas ficou em campo só por um minuto. Logo deu lugar a Vítor Júnior e foi muito aplaudido na saída de campo. Foram necessários só dois minutos para que o substituto do holandês aparecesse. Aos três, Lima fez ótima jogada pela lateral esquerda, cruzou rasteiro para a área, e Vitor apareceu com muita velocidade para fazer 2 a 1 para o Botafogo.

Outro jovem de joelhos: Nixon celebra gol pelo Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla imagem)
A reação rubro-negra foi rápida, e o empate saiu aos dez minutos. Em novo cruzamento da direita, Wellington Silva achou Vagner Love. O Artilheiro do Amor conseguiu se antecipar e tocou de primeira, de esquerda, para surpreender o marcador e o goleiro Renan: 2 a 2. Logo após o gol, o técnico Dorival Júnior tirou Adryan, que não fazia boa partida, e lançou Wellington Bruno. O Flamengo deixava o esquema com três atacantes para jogar no 4-4-2.

O quase parecia perseguir Mattheus. Depois de uma chance clara no primeiro tempo, o meia passou perto do gol novamente, desta vez em cabeçada que passou muito perto da trave de Renan. Com dois meias, o Flamengo ganhou mais força ofensiva, passou a ocupar o campo do adversário, mas não foi efetivo.

Os dois treinadores fizeram mudanças para tentar a vitória na despedida do Brasileirão. Dorival tirou Mattheus e Nixon e tentou com Hernane e Paulo Sérgio. Pouco adiantou. No Botafogo, Oswaldo respondeu com Cidinho na vaga Lennon. Com uma linha de frente leve, a equipe passou a explorar contra-ataques, mas sem a força necessária para vencer.

Ao 46, Paulo Sérgio ainda teve a chance da virada para o Flamengo, mas a conclusão desviou na zaga e foi para fora. No fim, o clássico que se anunciava melancólico teve graça e placar justo. Pouco para os dois times, que em 2013 precisarão fazer muito mais.

Por Richard Souza Rio de Janeiro

Em despedida do Brasileiro, Botafogo e Flamengo ficam em novo empate



Apesar dos gols, equipes repetem resultado do primeiro turno, em partida marcada pelo brilho de revelações e poucas oportunidades de gol



Flamengo x Botafogo - Campeonato Brasileiro - Mattheus (Foto: Cleber Mendes)
Pegado, clássico terminou empatado
no Engenhão (Foto: Cleber Mendes)
O empate voltou a ser uma constante em um clássico carioca neste Campeonato Brasileiro. Na noite deste sábado, Flamengo e Botafogo despediram-se da competição com um empate em 2 a 2, numa partida marcada pelo brilho de jovens, poucas oportunidades claras de gol e por mais um empate no confronto direto entre os dois times. No primeiro turno, o Clássico da Rivalidade terminou sem gols.

Foi o vigésimo empate entre as equipes nos últimos dez anos (46 jogos). Além disso, outro incômodo tabu, este para o Botafogo, se manteve: o Alvinegro ainda não conseguiu vencer o Flamengo em seu próprio estádio. Pelo Brasileiro, a última vitória foi há 12 anos (3 a 1, em 2000).

GAROTADA BRILHA

Em um clássico recheado de garotos, não foi de se surpreender que eles aparecessem de maneira positiva. O inesperado, talvez, tenha sido a rapidez com que o primeiro deles deixou sua marca. Após boa triangulação entre Fellype Gabriel, Seedorf e Sassá, o garoto de 18 anos bateu no canto direito de Paulo Victor. Em sua estreia como profissional, um gol no clássico e lágrima dos familiares na arquibancada. 1 a 0 Bota, aos quatro minutos.

Os meninos rubro-negros também tinham suas responsabilidades. Adryan era o responsável pela armação no meio-campo e tocava bem a bola. Mattheus chegava mais perto do ataque e Nixon começou o jogo meio sumido. Pois o Rubro-Negro teve sua melhor chance com o filho de Bebeto. Após jogada de Nixon, Brinner cortou e a bola sobrou para o camisa 43, que isolou a bola.

Daí em diante, o que se seguiu foi um jogo bastante duro e pegado. Faltas fortes, chegadas intensas e muitos cartões amarelos. Apenas volantes, Amaral, Jadson e Renato (este último substituindo o lesionado Gabriel, que saiu precocemente) foram os advertidos. Mas, para quem achava que o jogo seguiria sem emoção até o intervalo, enganou-se.

Vagner Love fez bem o trabalho de pivô e escorou para Wellington Silva. O lateral-direito lembrou os melhores tempos de Léo Moura, avançando em velocidade e cruzando na medida para o garoto Nixon, no único espaço livre na área. O atacante virou o corpo e acertou uma meia-bicicleta, no canto direito de Renan, fazendo 1 a 1. Agora, o choro de alegria era do próprio atacante.

MAIS EQUILÍBRIO

O segundo tempo já começou com um fato inusitado: Vitor Júnior, que entraria no intervalo, atrasou-se para entrar em campo. Com isso, o Botafogo começou a segunda etapa com Seedorf, que sairia, ainda em campo. Só quando o relógio chegou a um minuto é que Vitor alinhou na lateral para entrar em campo. Ganhou um abraço de Seedorf e uma reprimenda de Oswaldo de Oliveira.

Mas, como o futebol muda a cada instante, não demorou nem cinco minutos para que o próprio camisa 7 virasse o rumo das coisas. Lima fez jogadaça pela esquerda, driblando Wellington Silva e Renato Santos, levou para a linha de fundo e cruzou para ele, Vitor Júnior, empurrar para a rede. Botafogo 2 a 1, e Oswaldo de Oliveira acolheu-no com um caloroso abraço.

A partida estava longe de estar definida e o Flamengo foi para cima novamente. Apesar da forte marcação alvinegra, Wellington Silva achou, na direita, o espaço suficiente para criar um novo empate. Ele se vingou da jogada de minutos antes e driblou Lima. Lançou na área e Vagner Love, com um sutil toque por cima, encobriu Brinner e Renan: 2 a 2.

Daí em diante, o Flamengo foi mais pressão e o Botafogo apostou nos contra-ataques. Com a entrada de Cidinho, houve um ganho em velocidade nas saídas de bola, sobretudo com o apoio de Sassá e Vitor Júnior. O camisa 7 parecia motivado e ia para cima da defesa, mas sem maior sucesso. O Flamengo colocou o time para frente, com Hernane e Paulo Sérgio, mas a pontaria ainda não estava das melhores.

O empate em um jogo pouco empolgante acabou sendo o fim melancólico da temporada para duas equipes que tiveram um ano frustrante, sem títulos ou vagas em competições continentais. Resta agora um mês de reflexão e planos para que 2013 seja melhor.


FICHA TÉCNICA

FLAMENGO 2 X 2 BOTAFOGO

Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 1/12/2012 - 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Felipe Gomes da Silva (RJ)
Auxiliares: Luiz Antonio de Oliveira (RJ) e Luiz Claudio Regazone (RJ)
Renda/Público: R$ 92.605,00 / 6.674 pagantes
Cartões amarelos: Amaral, González (FLA); Jadson, Renato, Lodeiro, Vitor Júnior (BOT)
Gols: Sassá 0 - 1 (5'/1ºT), Nixon 1 - 1 (32'/1ºT), Vitor Júnior 1 - 2 (3'/2ºT), Vagner Love 2 - 2 (10'/2ºT)

FLAMENGO: Paulo Victor, Wellington Silva, Renato Santos, González e Ramon; Amaral, Cáceres, Mattheus (Hernane, aos 36'/2ºT) e Adryan (Wellington Brunno, aos 11'/ 2ºT); Vagner Love e Nixon (Paulo Sérgio, aos 27'/2ºT). Técnico: Dorival Júnior.

BOTAFOGO: Renan; Lennon (Cidinho, aos 27'/2ºT), Brinner, Fábio Ferreira e Lima; Jadson, Gabriel (Renato, aos 28'/1ºT), Fellype Gabriel, Seedorf (Vitor Júnior, ao 1'/2ºT)) e Lodeiro; Sassá. Técnico: Oswaldo de Oliveira.


Gabriel Andrezo Rio de Janeiro (RJ) Leia mais no LANCENET! 



Botafogo não aceita condições de pagamento, e Elkeson fica no clube


Atacante seria vendido por cerca de R$ 16 milhões para o Guanghzou Evergrande. Ele já tinha se despedido e comprado passagem



Elkeson se despede de Jefferson no treino do
Bota (Foto: Cezar Loureiro / Agência o Globo)
Com passagem marcada para a China,Elkeson foi até o Engenhão para o treino do Botafogo, na sexta-feira, e se despediu dos companheiros. O ritual, ao que parece, foi em vão. Sua transferência para o Guanghzou Evergrande, que era dada como certa, teve uma reviravolta. A diretoria alvinegra não aceitou as condições de pagamento dos cerca de R$ 16 milhões e negociação foi cancelada.

O Bota receberia uma parcela de menor do valor - cerca de R$ 6 milhões -, já que detém apenas 35% dos direitos econômicos do atleta. Apesar do cancelamento do negócio, Elkeson não deve estar em campo no clássico deste sábado, contra o Flamengo, porque não se concentrou com o restante da equipe. Sassá, de 18 anos, será seu substituto.

Quem deve ter gostado da notícia é o técnico Oswaldo de Oliveira. Na sexta, ele deu entrevista lamentando não poder contar mais com o atacante.

- Lamento muito a saída dele. Infelizmente, isso é incontrolável hoje em dia. O futebol é um grande balcão de negócios. Pelo menos, essa saída é no limite e pode ser reparada com mais calma. De qualquer forma, pelo valor do jogador, eu lamento - disse o técnico Oswaldo de Oliveira.

Por Fred Huber e Thales Soares Rio de Janeiro

O Ano Seedorf


Eis o que aconteceu no futebol em 2012: o Fluminense foi campeão carioca e brasileiro; o Palmeiras, da Copa do Brasil; o Corinthians, da Libertadores das Américas. Parabéns a todos. Agora, ao que me interessa: o Botafogo. Escrever sobre ele ao final de cada temporada é um ato de resistência ao oba-oba criado em torno dos clubes que concentram quase metade dos torcedores do país: Flamengo. Corinthians e São Paulo.

Democracia não é apenas dar espaço à maioria, lembro, mas também respeitar as minorias. Se você faz parte de uma minoria (como a torcida do Fluminense) e seu clube não conquistou dois títulos nacionais nos últimos três anos (diferentemente do guerreiro tricolor das laranjeiras), entende o que digo. Não escrevo, porém, para me queixar.

O rótulo de "time de chororô" que querem nos colar segue a lógica do bullying: "Seja assaltado e não ouse prestar queixa, maricas." Na boa entrevista a Arnaldo Bloch, no Globo de domingo passado, Clarence Seedorf disse: "Quem chora tem coragem, e um atleta deve descarregar a sua dor. O Botafogo foi um dos grandes produtores de talentos de uma geração de seleções que ganhou muitos títulos mundiais. É um patrimônio brasileiro importante e não merece ser tratado dessa maneira e nem tratar mal a si próprio. Os jornalistas botafoguenses não são nada bonzinhos com o time."

Concordo integralmente com o craque. Inclusive somos chatos pra cacete, porque já nascemos sabendo das glórias que ele menciona. Em homenagem a Seedorf, então, hoje vou alistar os pontos positivos do nosso 2012, que acabou semanas atrás. Vou contar até dez para não mencionar a fragilidade do sistema defensivo, a carência de laterais, a falta de opções no ataque, a displicência da equipe na hora H, a profusão de gols tomados nos últimos minutos, o técnico refém da própria teimosia ... Não, não vou mencionar nada disso.

O primeiro ponto positivo, naturalmente, foi a contratação do próprio Seedorf. Não só pela classe demonstrada nos gramados por este que é "um dos maiores meio-campistas da História" (palavras insuspeitas de Júnior, ex-jogador e comentarista da Rede Globo), mas também pelo nível de profissionalismo que o holandês trouxe para General Severiano e para todo o futebol brasileiro. Agora, a garotada boleira tem outro modelo a ser seguido além do baladeiro que torra o seu talento em mulher e cachaça. Um craque veterano que não fuma, não bebe, dorme cedo e tem barriga de tanquinho.

É fascinante como Seedorf faz o futebol parecer um troço fácil, ao solucionar problemas numa fração de segundo, com passes ou arremates lúcidos e elegantes. Se dizemos que jogador ruim complica um lance, podemos dizer que craque descomplica o jogo. Fora dele, atrai atenção para o clube que defende. Semana passada, especulando sobre os possíveis destinos de David Beckham, o taboide londrino "The Sun" pôs o Botafogo entre eles. Não é verdade, claro, mas importa é que, graças a Seedorf, o clube voltou a fazer parte do mapa-múndi do futebol. Falta confirmar em campo.

O segundo ponto positivo no ano alvinegro, ponto que eu coloco quase no mesmo nível da vinda de Seedorf ao Milan, foi a contratação de Nicolás Lodeiro ao Ajax. Ela desmentiu o papo de que o Brasil seria destino apenas para estrangeiros em fim de carreira. Se o holandês tem 36 anos, o uruguaio tem 23. Eleito melhor jogador do Mundial sub-20 de 2009, ele ainda é um jogador em construção. Muito habilidoso e veloz, movimenta-se bem pelas pontas e, como não foge aos seus, luta o tempo todo.

O terceiro ponto positivo é que, pela primeira vez em uma ou duas décadas de descaso, o Botafogo revelou jogadores capazes de subir da base ao time principal com qualidade técnica e identificação alvinegra (e isso faz uma diferença danada): Dória, Gabriel, Jadson, Lucas Zen, Cidinho, Sassá, Vitinho, o goleiro Renan... Se se resolver a confusão jurídica que impede o artilheiro Bruno Mendes, de 18 anos, de exercer sua profissão no Rio, e mantido Lodeiro, já há uma espinha dorsal para o futuro imediato.

Justiça seja feita, esse mérito deve ser dividido entre a diretoria, que nutriu os garotos, e o técnico Oswaldo de Oliveira, que os escalou. Assim, ele se redimiu em parte de suas estranhas indicações para contratação: só Fellype Gabriel aprovou, e com ressalvas; Rafael Marques nem foi escalado à vera; e Vítor Júnior se perdeu na noite. Quanto à permanência do próprio Oswaldo no comando da equipe em 2013, tenho sentimentos contraditórios. Parte de mim acha o seu trabalho tão ruim que o técnico deveria voltar para o Japão, parte de mim acha o seu trabalho tão bom que o técnico merecia uma chance na seleção. Botafoguense é assim, ciclotímico."

Arthur Dapieve destaca pontos positivos do ano do Botafogo (Redação Sportv)

Flamengo e Botafogo dão adeus a 2012 com jovens atacantes em ação


Adryan e Nixon, no lado rubro-negro, e Sassá, pelo Glorioso, serão titulares no jogo deste sábado, no Engenhão, pela última rodada do Brasileirão


Nixon e Sassá, jovens em ação neste sábado
(Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Flamengo e Botafogo encerram suas participações no Campeonato Brasileiro às 19h30m deste sábado, no Engenhão. Sem risco de rebaixamento ou chance de conseguir vagas na Taça Libertadores, os times vão a campo com formações um tanto diferentes das que habitualmente usaram nas mais recentes rodadas.
Jovens valores serão mandados a campo, tanto por Dorival Júnior, no lado rubro-negro, como por Oswaldo de Oliveira, entre os alvinegros.

No Fla, Dorival resolveu, no último jogo do ano, mudar o esquema tático. Ele vai voltar a usar três atacantes, como inclusive chegou a fazer durante parte do campeonato. Desta vez, porém, os companheiros de Vagner Love serão os garotos Nixon e Adryan. Com 49 pontos, o Rubro-Negro está em 11º lugar e joga apenas pela honra nesta última rodada.

O Botafogo ainda sonha com a conquista da quinta colocação, que seria a sua melhor no Campeonato Brasileiro desde a conquista de 1995. Para isso, precisa vencer o Flamengo e torcer por uma derrota do Corinthians e um tropeço do Vasco. Se conseguir terminar à frente ao menos do Cruz-Maltino, o Glorioso tem ainda a chance de assegurar uma vaga direta na fase de oitavas de final da Copa do Brasil de 2013.

Em campo, o time terá sete reservas, liderados por Seedorf, que tem o dobro da idade do atacante Sassá, titular neste sábado por conta da impossibilidade jurídica de Bruno Mendes atuar e da negociação de Elkeson para o Guanghzou Evergrande.

O Premiere transmite a partida para todo o Brasil pelo sistema pay-per-view. O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances da partida em Tempo Real.



Flamengo: Dorival Júnior decidiu fazer testes na última partida da temporada. O técnico vai escalar três garotos no clássico. Mattheus, Adryan e Nixon serão titulares. O volante paraguaio Victor Cáceres, que hoje é reserva, também vai ganhar uma chance. Depois de cumprir suspensão contra o Vasco, Amaral retorna. Ibson, Renato e Cleber Santana sequer foram relacionados. A formação: Paulo Victor, Wellington Silva, Renato Santos, Marcos González e Ramon; Amaral, Cáceres e Mattheus; Nixon, Love e Adryan.

Botafogo: com uma série de desfalques, o técnico Oswaldo de Oliveira trata o confronto com o Flamengo como a chance de alguns jogadores demonstrarem que podem fazer parte do grupo no ano que vem. A defesa, por exemplo, será toda formada por reservas. O time entrará em campo com Renan, Lennon, Brinner, Fábio Ferreira e Lima; Gabriel, Jadson, Seedorf, Lodeiro e Fellype Gabriel; Sassá.



Flamengo: além de Ibson, Renato e Cleber Santana, que não foram relacionados, o goleiro Felipe e o volante Muralha estão fora do jogo. Ambos se recuperam de lesões.

Botafogo: além dos volantes Marcelo Mattos (púbis) e Lucas Zen (joelho esquerdo), que se recuperam de cirurgia, o técnico Oswaldo de Oliveira não terá o goleiro Jefferson, os zagueiros Antônio Carlos e Dória e o meia Andrezinho, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, o lateral-direito Lucas, expulso contra o Atlético-MG, e o atacante Bruno Mendes, impedido de jogar por um imbróglio judicial.

Felipe Gomes da Silva (RJ) apita a partida, auxiliado por Luis Antonio Muniz (RJ) e Luiz Claudio Regazone (RJ). Felipe Gomes arbitrou um jogo no Brasileirão, marcou 37 faltas, aplicou seis amarelos, nenhum vermelho e nenhum pênalti. O campeonato tem média de 5,02 amarelos, 0,28 vermelho, 36,8 faltas e 0,23 pênalti. O árbitro apitou um jogo do Glorioso na Série A deste ano: Fluminense 1 x 0 Botafogo (28ª rodada).


Flamengo: Adryan terá uma nova chance como titular do Flamengo. O garoto, de 18 anos, alternou altos e baixos na temporada e tem três gols marcados.

Botafogo: o atacante Sassá será titular pela primeira vez no time principal. E logo no clássico com o Flamengo. Coincidentemente, ele marcou três gols recentemente sobre o rival, nos jogos finais da Taça Octávio Pinto Guimarães, mas acabou perdendo o título nas cobranças de pênaltis.



Dorival Júnior, técnico do Flamengo: "Para mim foi uma decepção (o baixo aproveitamento do time). Não tenham dúvidas que incomoda sobremaneira todos nós. Muita coisa deve ser feita dentro do clube, todos observaram o que foi realizado, trabalhamos, as carências que tivemos, as deficiências, isso tem que ser arrumado para que o ano que vem seja melhor".

Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo: "Temos 38 jogos pelo Brasileiro e isso já é motivação suficiente. Os jogadores precisam ter ânimo para jogar um campeonato assim. A rivalidade estadual existe, o confronto de torcidas e são fatores que ajudam. É o fechamento da temporada e queremos muito vencer a partida".



* Computando apenas jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro, o Botafogo não vence o Flamengo há 12 anos (ou 19 jogos - oito derrotas e 11 empates). A última vitória botafoguense em Brasileiros aconteceu em 2000, por 3 a 1, gols de Donizete, Dênis e Sandro. Petkovic descontou.

* Flamengo x Botafogo é um clássico de 99 anos de história. A primeira partida aconteceu dia 13 de maio de 1913, e terminou com vitória do Botafogo por 1 a 0, gol de Mimi, em partida válida pelo Campeonato Carioca.

* Duas grandes goleadas estão marcadas na história deste clássico em Campeonatos Brasileiros, uma para cada lado. Em 1972, dia do aniversário do Flamengo (15/11), o Botafogo goleou por 6 a 0, gols de Jairzinho (três, um de letra), Fischer (dois) e Ferretti. O Flamengo, em 1985, ganhou por 6 a 1, gols de Adalberto (dois), Hêider, Adílio, Chiquinho e Gilmar (Elói fez para o Alvinegro). Curiosamente, Zagallo foi o técnico do Flamengo nas duas oportunidades.

* Quem tem vantagem? Confira o histórico do confronto na Futpédia.




A última vez que Flamengo e Botafogo se enfrentaram foi em 26 de agosto deste ano, em jogo válido pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Engenhão. O jogo foi muito escamado e o resultado foi que o placar não foi alterado: 0 a 0.

O lance de mais emoção se deu no finzinho da partida, quando Liedson carimbou o travessão alvinegro após uma cabeçada.

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Juntos, Oswaldo e diretoria buscam manter elenco do Botafogo para 2013




Preocupação no Alvinegro é que não haja erros no planejamento para o próximo ano. Vice de futebol garante que projeto está encaminhado e que eventuais perdas serão repostas



Oswaldo e Maurício Assumpção (Foto: Alexandre Loureiro)
Treinador e diretoria traçam planos
 para 2013 (Foto: Alexandre Loureiro)
É consenso no Botafogo que os erros cometidos no planejamento desta temporada, principalmente na reposição de jogadores, não podem se repetir no ano que vem. Tanto a diretoria como o técnico Oswaldo de Oliveira sabem que perdas no elenco são inevitáveis, mas a reposição precisa ser feita de forma imediata.
O vice presidente de futebol do Alvinegro, Chico Fonseca, conversou com a reportagem do LANCE!Net nesta sexta-feira e garantiu que há uma preocupação para que as falhas não existam. Segundo ele, o projeto para o ano que vem está encaminhado.

– Nossa maior preocupação é para que não haja erros. Posso dizer que o planejamento está sendo feito e 85% estão prontos. Agora, vamos colocar em prática, que é a parte mais difícil – disse ele, contando as prioridades de contratações.

– Não é segredo que estamos procurando um centroavante. Além disso, queremos reforçar a zaga. São as prioridades. Claro que, se nós perdermos algum jogador, por alguma estratégia do clube, vamos buscar repor também – disse.

Com a venda de Elkeson para o futebol chinês já acertada e dependendo apenas da assinatura do contrato, Oswaldo de Oliveira mostrou preocupação com a reposição. Um dos fatos que deixam o comandante em alerta é a dificuldade de encontrar jogadores disponíveis no mercado.

Porém, a saída no fim do ano o deixa mais tranquilo, diferentemente do que aconteceu com Herrera e Loco Abreu, que foram negociados no meio do Brasileiro.

– Lamento muito a saída do Elkeson. Hoje, infelizmente, isso é incontrolável. O futebol é um grande balcão de negócios. Pelo menos essa saída foi no fim do ano. Precisamos estar sempre atentos para fazer a reposição onde necessário – disse.

Um grande passo foi dado: o clube e o treinador estão falando a mesma língua. Resta colocar em prática o projeto para que o ano de 2013 seja bem melhor do que este que se encerra neste sábado.

JOIAS GERAM RECEITA PARA A BASE

Uma das ideias do presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, é reverter para as categorias de base parte do dinheiro adquirido através da negociação de jovens criados no próprio clube.

No caso da venda de Elkeson, que deixa o clube por R$ 17 milhões e o Alvinegro ficará com a maior fatia, também há possibilidade de parte do montante ser direcionado para investimentos.

– Não há uma regra quanto a isso. O que existe, inclusive implantado pelo presidente Mauricio, é que, quando vendemos um jogador criado na base do Botafogo, parte deste valor será reinvestido na própria base. Para termos uma base forte, precisamos investir – disse o vice de futebol, Chico Fonseca, ao L!Net.

A ideia é aprovada por Chico, que elogiou o modelo empresarial implementado no clube. Além disso, ele revelou que o Glorioso tem ainda muitas joias que serão reveladas nos próximos anos:

– Muita coisa mudou para melhor na base do Botafogo de alguns anos para cá. Temos muitos jogadores criados na base que já estão sendo aproveitados no profissional, algo que não existia. Além disso, muitos outros bons jogadores estão perto de subir.
- Altos e baixos nas contratações do Bota:

Início promissor
Na preparação para disputar títulos em 2012, o Botafogo começou a temporada contratando. Trouxe Andrezinho e Fellype Gabriel, que foram titulares durante grande parte do ano e mereceram destaque.

Inúmeras saídas
Após o Carioca, o time sofreu um desmanche. Maicosuel, Loco Abreu, Caio e Felipe Menezes saíram. Um pouco depois, Herrera também. A situação deixou o elenco desfalcado.

Apostas que deram errado
Além das transferências, algumas lesões fizeram o Botafogo apostar em alguns nomes. Porém, o volante Amaral e o atacante Rafael Marques não conseguiram mostrar bom futebol e não caíram nas graças da torcida.

Apostas que deram certo
Alguns nomes foram contratados para suprir ausências. No caso de Seedorf, não foi uma aposta, mas Bruno Mendes foi um tiro certeiro. O jogador resolveu os problemas de ataque do Glorioso.


Raphael Bózeo - Leia mais no LANCENET!