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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Após derrota, Gabriel garante que Botafogo segue olhando para cima: "Libertadores é o desejo"


Zagueiro não se abate com revés para o Corinthians, fala sobre próximo confronto e faz elogios a Lucas Barros, Lucas Campos e Rhuan: "Muito bom ter essas opções"




Depois de duas vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, o Botafogo acabou derrotado pelo Corinthians. Mesmo fora de casa, o objetivo era ao menos buscar um empate e manter o nível das últimas atuações. Não deu, e agora é bola para frente, pois as metas são audaciosas, como garantiu o zagueiro Gabriel em coletiva nesta terça:


- Nosso pensamento continua o mesmo: chegar à Libertadores. Infelizmente o Brasileiro é muito nivelado, tem o nível muito alto. É natural. Às vezes você ganha, perde ou empata. A Libertadores é o nosso desejo e o do clube. Infelizmente aconteceu, agora temos que trabalhar bastante para o jogo de segunda-feira.


O próximo compromisso do Alvinegro é diante da Chapecoense, na segunda-feira, às 20h, no Nilton Santos.



Gabriel concedeu coletiva no Nilton Santos — Foto: Fred Gomes/GloboEsporte.com



Veja outras declarações de Gabriel:


Sem baixar a cabeça após derrota na Arena Corinthians

- Perder para o Corinthians fora não nos deixa em crise, mas era um jogo que sabíamos que podíamos ganhar. É um tropeço para você não se sentir menosprezado ou muito para baixo. Corinthians tem grande equipe e grande treinador. Fomos para vencer, mas infelizmente não aconteceu.


Discussão entre Gilson e Cícero superada

- Coisa praticamente natural do jogo, não é fora do comum. Durante o jogo, você quer ganhar e cobra o companheiro. Às vezes quer a posse de bola. Durante o jogo, na adrenalina, não dá para pedir por favor ao companheiro. Às vezes fala num tom mais alterado. Já foi tudo resolvido, e o clima aqui dentro é muito bom. Nada fora do comum.


Olho no jogo com a Chapecoense

- Já temos plena convicção de que será um jogo muito difícil. Chapecoense está num momento muito difícil, mas vem de vitória importante no clássico com o Avaí. Eles vêm motivados, e o Botafogo também. Temos convicção do que temos feito e daquilo tudo que temos de melhorar.


Ver o jogo da Chape na folga foi dever de casa do Barroca?


- Eu estava em casa, vi que tinha o jogo da Chapecoense contra o Avaí. Pensei: "Vou parar duas horinhas do meu dia para observar". Às vezes é uma finalização de perna direita ou esquerda. Às vezes é um lance que você pode evitar.


- Everaldo não é referência, se movimenta bem, tem boa finalização e é muito rápido. Vamos estudá-lo, mas vamos estudar toda a equipe deles também.


Perda de Jonathan


- O Botafogo ainda não oficializou a saída dele, mas entendemos que deve sair. Perda significativa, menino jovem, mas com muito talento. Nos ajudou muito quando foi titular e no período quando estava na reserva. Contra o Flu, deu ótimo cruzamento para o gol do Alex Santana se não me engano. Se acontecer de ele sair, será bom para ele, bom para o clube.


Elogios a Lucas Barros, agora substituto imediato de Gilson na esquerda


- Lucas Barros está surgindo, menino com potencial enorme. Contra o Vasco, entrou na linha da frente e foi muito bem. Temos que dar confiança para ele.


Como avalia o campeonato do Botafogo?

- A gente está fazendo um bom campeonato, temos potencial para ficar mais acima na tabela. Podemos evoluir ainda mais. Ficamos na expectativa de continuar progredindo para entrar na zona da Libertadores.


Por que vê o Botafogo no caminho certo?

- Pelo trabalho e a convicção do que o Barroca tem proposto para nós. Time que mantém a posse, joga com coragem para sair jogando e buscar o gol. Temos que criar mais, isso é mais nítido. O trabalho tem sido muito bem feito.


Lucas Campos e Rhuan entrando bem

- Isso é muito bom. Ter dois jovens talentosos, ambos da base. Muito bom ter essas opções. Entraram na Arena Corinthians e mostraram muita personalidade. Bom para o Botafogo e para o professor Barroca. Temos que ter paciência com os meninos, não podemos queimá-los quando fizerem um jogo mais ou menos. Eles têm total confiança da comissão técnica e nossa também.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

Para resolver problemas pessoais, Gatito é liberado do treino do Botafogo desta terça


Alex Santana, em processo de transição após lesão na coxa direita, ficou na academia; Carli fez treino à parte no início, mas depois se juntou ao grupo para a parte tática




Gatito em jogo contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli, GloboEsporte.com


O Botafogo se reapresentou na tarde desta terça-feira com um desfalque notável: Gatito Fernández não treinou no Nilton Santos. O paraguaio foi liberado para resolver problemas pessoais. Diego Cavalieri, Diego Loureiro e Saulo foram os goleiros da primeira atividade após a derrota para o Corinthians.


Segundo o clube, Gatito se reapresenta nesta quarta-feira.


Quem também não treinou no campo foi Alex Santana. Em processo de transição após lesão no músculo adutor da coxa direita, o volante ficou na academia. Alan Santos, com edema no tendão, trabalhou separadamente do elenco.


Carli, que desfalcou o Alvinegro diante do Timão, fez treino à parte no início do treinamento com o coordenador científico Felippe Capella. Depois, se juntou ao grupo para a parte tática da atividade.


Carli se junta a um dos dois grupos que participam de trabalho técnico e tático. #gebota


Fred Gomes✔@fredgomes1985


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro


Venda de Jonathan é a quinta do Botafogo para quitar dívidas


Lateral-esquerdo negociado com o Almería, da Espanha, é mais um nome a deixar o clube de General Severiano para o pagamento de dívidas e salários atrasados do elenco



(Arte: Marina Cardoso/Lance!)


A grave crise financeira que que assola o Botafogo fez mais uma vítima. O lateral-esquerdo Jonathan foi negociado com o Almería, da Espanha, na última segunda-feira, por cerca de R$4,5 milhões. O valor será destinado ao pagamento de salários na CLT de parte do elenco do futebol profissional e de funcionários. Em um ciclo que parece não ter fim, o drama se repete em General Severiano. Para quitar dívidas, o que se vê obrigado a vender atletas promissores para fazer caixa. A transação do lateral-esquerdo é a quinta na temporada em circunstâncias semelhantes, depois das saídas de Matheus Fernandes, Igor Rabello, Leandro Carvalho e Gláuber. 


As vendas de jogadores são o recurso restante a um clube com dificuldades de gerar receitas e, ainda assim, ficaram abaixo da meta traçada pela direção para este ano. Desde março, quando se encerrou o contrato com a Caixa Econômica Federal, o Botafogo está sem um patrocinador master. O clube ainda tem que conviver com as penhoras decorrentes de ações judiciais e com restrições nos valores ganhos pela cota de televisão com a Rede Globo e com as Certidões negativas de Débitos (CNDs).


A esperança dos torcedores está no projeto que envolve os irmãos Walter e João Moreira Salles. A auditoria encomendada pela dupla junto à Ernst & Young está pronta e aguarda aprovação pelo Conselho Deliberativo. O projeto prevê a separação do futebol, que seria transformado em uma sociedade anônima, com aporte de investidores, da parte social do Glorioso. 


Saídas precoces

O primeiro nome a deixar o clube para amenizar a asfixia financeira foi o volante Matheus Fernandes, vendido ao Palmeiras, em dezembro, por aproximadamente R$ 15,5 milhões, depois de terminar o ano como um do destaques do Brasileirão 2018, em que foi um dos melhores ladrões de bola da competição. A transação salvou o fim de ano do Alvinegro que pôde pagar salários de novembro, dezembro e férias do elenco. 


Em janeiro, foi a vez do zagueiro Igor Rabello, mais um nome da base, se despedir do clube, rumo ao Atlético-MG. O Galo adquiriu 70% dos direitos econômicos do jogador, por cerca de R$ 13 milhões. Na época o jogador, fez um desabafo nas redes sociais sobre a situação.


– O Botafogo de Futebol e Regatas para sempre estará em meu coração. O clube vive um momento de crise financeira e sei que minha venda ajudará de alguma maneira. Tenho consciência de que minha decisão de sair também foi pensando nesta situação e na realidade dos seus funcionários . Que o Glorioso se recupere, que os atuais e futuros dirigentes tenham sabedoria na gestão deste clube e que em breve, o Botafogo não tenha mais a necessidade de negociar seus jovens atletas – escreveu Rabello na ocasião.


O respiro financeiro, no entanto, durou pouco e mais duas joias da base precisaram ser negociadas para que o clube pudesse honrar os compromissos. No início de março, o atacante Leandro Carvalho teve 40% de seus direitos econômicos negociados com o Ceará, por R$3 milhões. Dias depois, o clube de General Severiano teve 20% do valor total da negociação penhorado por conta de uma ação judicial do treinador Oswaldo de Oliveira.


Em junho, a solução paliativa para as finanças do clube veio da venda do zagueiro Glauber, de 19 anos, que sequer chegou a estrear na equipe profissional, apesar de ter participado de alguns treinamentos. O destino foi o Al-Nasr, time dos Emirados Árabes Unidos, que adquiriu 70% dos direitos econômicos do atleta por R$3 milhões. 


A venda de Jonathan, na última segunda, portanto, é a mais recente de um ciclo que se repete no clube.


Jogadores protestam internamente

O elenco não passa imune ao problemas extra-campo. Só este ano, os jogadores já organizaram duas vezes protesto pelos salários e premiações atrasadas. No mês passado, decidiram ficar sem falar com a imprensa e sem participar de ações de marketing. Na primeira delas, em abril, os atletas resolveram não se se concentrar para a partida contra o Juventude, pela Copa do Brasil. 


Contraste com rivais cariocas

O abismo financeiro do Botafogo em relação aos outros grandes clubes do Rio de Janeiro tem como raiz a diferença na capacidade de gerar receitas. Segundo a Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol de 2018 promovida pelo Itaú BBA, o Alvinegro é clube com a maior dívida total no país, com R$ 672 milhões, além de um aumento de R$ 18 milhões de 2017 para 2018. A receita total, por outro lado, caiu de R$ 201 milhões para R$ 170 milhões no mesmo período.
 

O Flamengo foi o clube com a segunda maior receita em 2018, atrás apenas do Palmeiras. O Rubro-Negro arrecadou R$ 536 milhões em 2018 e tem as contas em dia e realiza contratações milionárias. Fluminense e Vasco também sofrem com atrasos de salários, mas têm um cenário menos desanimador que o clube de General Severiano. Enquanto o Tricolor teve crescimento de 19% das receitas totais de 2017 para 2018, com a venda de jogadores, o Cruz-Maltino conseguiu diminuir a dívida total de R$ 533 milhões para R$ 496 milhões, com os R$ 86 milhões recebidos pelas negociações de atletas.



Fonte: Lance/Fernanda Teixeira* Rio de Janeiro (RJ) *Sob supervisão.