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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Análise: necessitado de reforços, Botafogo não encontra encaixe no meio de campo


Deficiências do elenco persistem às vésperas da Série B, e diretoria trabalha para garantir contratações nas próximas semanas. Time mostra dificuldades em derrota para o Vasco



Não foi o pior jogo do Botafogo na temporada e muito menos um passeio vascaíno, mas a derrota no clássico deixou evidente deficiências que o técnico Marcelo Chamusca tem pouco tempo para dar solução até o início da Série B. A começar pelo meio de campo.


Chamusca ainda não achou o encaixe ideal, e não foi por falta de tentativa. Nada menos que 11 jogadores foram testados, entre volantes e meias. Alguns até já deixaram o clube nos primeiros meses de temporada. No 1 a 0 para o Vasco nesse domingo, o setor foi decisivo negativamente nos momentos em que o rival conseguiu levar vantagem.



Bruno Nazário, Cesinha, Felipe Ferreira, Kayque, Luiz Otávio, Matheus Frizzo, Pedro Castro, Ricardinho, Rickson, Romildo e Zé Welison jogaram no meio de campo do Botafogo nesta temporada. Pedro parece ser o único com vaga cativa.


+ Chamusca espera reforços nessa semana





Chamusca ainda tenta achar melhor formação — Foto: André Durão


O clássico dessa manhã deixou claro o período de testes. O jogo começou com Romildo, Matheus Frizzo e Pedro Castro no meio de campo. No segundo, Pedro recuou, Marco Antônio jogou avançado e Ênio entrou na ponta esquerda. O último desenho resultou em mais volume de jogo, mas no contexto de um Vasco em defesa do resultado fora de casa.



Interna e externamente, o Botafogo deixa claro que precisa de reforços. O clube não tem um jogador com características de primeiro volante no elenco. Todas as opções são meias ou volantes que saem mais para o jogo ou com menos qualidade na marcação. A camisa 10 também está vaga à procura de um titular. A Série B começa em 12 dias.


- Frizzo e Romildo são segundos volantes. Nenhum dos dois tem características de primeiro volante. A gente tenta criar um tripé de organização de jogo, com Pedro (Castro) e dois volantes. Já tentei Rickson com Frizzo, estou tentando Romildo com Frizzo. Já fizemos, em alguns jogos, Pedro com Frizzo. Em outros jogos já jogaram outros volantes. Ricardinho já fez dupla com Frizzo e Rickson - lembrou Chamusca.


+ Ricardinho reclama de pênalti não marcado




Falha leva a desvantagem


Antes, o Botafogo esteve pior no início do jogo. O time ficou encurralado na marcação forte do Vasco e pouco ficou com a bola. O meio de campo sumiu, e a única alternativa era o lançamento longo para a disparada de Ronald. O atacante até conseguiu algumas boas jogadas pela direita, mas não foi efetivo. O goleiro Vanderlei, do Vasco, saiu do primeiro tempo sem precisar fazer defesas. Na etapa final, fez apenas uma, em um chute fraco de Rafael Navarro.




Após falha de Sousa, Cano deu a vitória ao Vasco — Foto: André Durão



O Bota teve menos posse de bola e saiu com a metade das finalizações do rival no primeiro tempo. Igualou o número no segundo, 11 a 11, mas não conseguiu levar perigo. Foi quando Chamusca colocou mais um atacante, Ênio, e recuou Pedro Castro. Marco Antônio voltou para a função de origem, como meia. O time teve mais presença ofensiva, mas só conseguiu fazer Vanderlei trabalhar uma única vez, aos 21 minutos.


Chamusca queria mais velocidade e reclamou a cada erro de passe dos jogadores. A equipe perdeu a bola algumas vezes no próprio campo e se complicou para parar o ataque vascaíno, que também esteve pouco inspirado. Em uma dessas jogadas, Romildo foi amarelado logo no início da partida, o que comprometeu a atuação do garoto.


Em outra, a mais grave do jogo, Sousa ficou sem opção, se enrolou e deu de presente o único gol do jogo, para o Vasco, marcado por Cano. O rival apostou na pressão, enquanto o lado alvinegro escolheu investir mais em lançamentos do que em aproximações e passes curtos. Em um jogo de poucas chances claras, o erro foi decisivo.


Agora, o Vasco joga pelo empate para conquistar a Taça Rio. O jogo de volta será no próximo domingo, às 15h05 (de Brasília), em São Januário.



Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro