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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Análise: Botafogo frustra a torcida e vê pressão sobre Zé Ricardo aumentar em semana decisiva


Tropeço diante do Juventude após dez dias de treinos decepciona mais de 20 mil alvinegros e volta a apresentar velhos erros




André Durão





Melhores momentos: Botafogo 1 x 1 Juventude pela terceira fase da Copa do Brasil


Foram dez dias de treinos e de muita expectativa para o torcedor. Mas o reencontro com o Botafogo frustrou os mais de 20 mil alvinegros que foram ao Nilton Santos na noite da última quinta-feira. Diante de outra atuação ruim, principalmente no primeiro tempo, a equipe de General Severiano não apresentou qualquer evolução e viu aumentar a pressão sobre o técnico Zé Ricardo em uma semana decisiva.


Serão sete dias até o reencontro com o Juventude no próximo dia 11. Após o empate por 1 a 1 no Rio, qualquer nova igualdade leva a decisão da vaga para os pênaltis. Mais tempo para treinar e administrar a cobrança por resultados. O apito final no Nilton Santos trouxe vaias ao time e xingamentos a Zé. Nas redes sociais, grande parte da torcida pede a saída do treinador.


- A torcida está no seu direito (de vaiar), a gente entende. Mas temos que seguir as nossas convicções, não tem outro jeito. Temos uma comissão, trocamos muitas ideias, treinamos para caramba e buscamos sempre a melhor solução.


''A eliminação precoce no estadual trouxe uma pressão grande para todos nós'', analisou o treinador.


Antes de a bola rolar, o primeiro dos muitos problemas. Com o atraso salarial completando dois meses nesta sexta-feira, o elenco do Botafogo comunicou que não se concentraria para a partida. A apresentação foi marcada para 18h direto no estádio.


Em campo, o que se viu foi um time desorganizado no primeiro tempo. Com muito espaço entre as linhas (leia-se falta de compactação) e pouca criatividade, o Botafogo só levou perigo em chutes de longe e bolas levantadas na área. Muito pouco para quem teve dez dias de preparação. Pior: voltou a sofrer gol de jogada aérea em vacilo da defesa.


O jogo no segundo tempo teve características próprias. O Botafogo pressionou mais na base do abafa em função do recuo do Juventude. E naturalmente havia um pouco mais de espaço no campo após as expulsões de Paulo Sérgio e João Paulo ainda no fim do primeiro tempo. Zé bem que ousou nas substituições (chegou a colocar Luiz Fernando de lateral-direito), mas o time esbarrou no goleiro Marcelo Carné e na falta de pontaria de Kieza.




Zé Ricardo, técnico do Botafogo, no jogo contra o Juventude — Foto: André Durão


- Poderíamos ter sido mais agressivos no primeiro tempo, trocar os passes um pouco mais rápido, buscar o jogo pelos lados do campo. Mas não fomos competentes em criar oportunidades. No segundo tempo tivemos mais calma, volume pelo lado, criamos as chances... Faltou finalizar mais de fora da área com Cícero e Alex Santana. Tivemos chances, mas faltou capricho.


A principal mudança na escalação em relação aos últimos jogos foi a entrada de João Paulo no lugar de Ferrareis. A novidade durou cerca de 35 minutos até a expulsão do camisa 10. O que já parece certo é que a opção pela formação sem primeiro volante, utilizada nos últimos três jogos, não deu resultado.


Resta saber o que Zé Ricardo vai preparar para o jogo da próxima quinta-feira. A semana é decisiva e já passou da hora do Botafogo acordar em 2019. Falta pouco para o início do Campeonato Brasileiro e por lá a dificuldade será muito maior.



Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro

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Após empate, Zé Ricardo mantém otimismo em classificação do Botafogo: "Temos condições"


Alvinegro fica no 1 a 1 com o Juventude no Nilton Santos e precisa vencer em Caxias do Sul, na próxima quinta-feira, para passar à quarta fase da Copa do Brasil




Melhores momentos: Botafogo 1 x 1 Juventude pela terceira fase da Copa do Brasil



O Botafogo empatou em casa, mas Zé Ricardo não perdeu o otimismo na classificação para a quarta fase da Copa do Brasil. Após o 1 a 1 com o Juventude, um time que disputará a Série C, o treinador admitiu a dificuldade em superar a marcação adversária e afirmou que o Alvinegro tem condições de conquistar a vaga em Caxias do Sul.


- Sabíamos que a proposta seria essa, de o Juventude se defendendo muito próximo da área, assim como fez no segundo jogo contra o Grêmio (pelas quartas de final do Gauchão). Tentamos, buscamos, criamos. Infelizmente, com o gol, a proposta deles foi fortalecida. Corrigimos erros após o intervalo, mas faz parte do futebol. Chegamos ao empate, tivemos chance de virar em quatro ou cinco oportunidades. O goleiro deles teve uma participação brilhante, e a vitória não veio. Vamos trabalhar bastante. Temos condições de trazer a classificação de Caxias do Sul.


Como o gol fora não é critério de desempate, quem vencer no Alfredo Jaconi, na próxima quinta-feira, passa de fase. Novo empate leva a decisão para os pênaltis.



Zé Ricardo, técnico do Botafogo, no jogo contra o Juventude — Foto: André Durão




Mais respostas de Zé Ricardo

Protesto dos jogadores que não concentram por falta de pagamento
Após a coletiva de ontem, os atletas me chamaram e comunicaram. Ainda conversei se era consulta ou comunicado. Mas eles se posicionaram em relação a não concentrar. Independente de achar certo ou errado, foi uma decisão coletiva. Mas acho que não atrapalhou em nada. Temos um grupo profissional, que se doou muito no jogo de hoje.


Retranca do Juventude

Sabíamos que eles iam valorizar cada falta. A arbitragem foi um pouco permissiva hoje, foi dar cartão ao Marcelo Carné no fim do jogo. Faz parte. No futebol brasileiro é muito comum. Temos que ser fortes para buscar o resultado lá.


Gol sofrido de bola parada

É uma pergunta difícil de responder. O futebol é acíclico. Trabalhamos para que os gols de bola aérea não aconteçam, mas tivemos um erro de comunicação. Se não tivessem erros, todos os jogos terminariam 0 a 0. Dormimos um pouco e sofremos o gol.


Postura do Botafogo

Poderíamos ter sido mais agressivos no primeiro tempo, trocar os passes um pouco mais rápido, buscar o jogo pelos lados do campo. Conseguimos neutralizar alguns contra-ataques, não me lembro do Gatito fazer nenhuma intervenção. Mas não fomos competentes no primeiro tempo em criar oportunidades. No segundo tempo tivemos mais calma, volume pelo lado, criamos as chances, faltou finalização de fora da área. O que o torcedor pode esperar é uma equipe sempre vibrante, guerreira. Precisamos melhorar sim, mas temos condições de avançar.


Vaias da torcida

A torcida está no seu direito, a gente entende. Mas temos que seguir as nossas convicções, não tem outro jeito. Temos uma comissão, trocamos muitas ideias, treinamos para caramba e buscamos sempre a melhor solução. A eliminação precoce no estadual trouxe uma pressão grande para todos nós. Tivemos chance de finalizar, mas faltou capricho. Sabendo disso, o Juventude apostou em um jogo mais lento, picotando o jogo. E a arbitragem permitiu.


Gol perdido por Kieza

Ainda não falei com o Kieza. Nesse momento o quanto menos falar, melhor. Treinou muito bem. Teve duas chances. Uma o goleiro pegou e na outra ele pegou errado na bola. Se tivesse feito os dois gols, falaríamos dele como jogador da partida. Essa fase acontece muito com jogadores que são cobrados pela definição. Infelizmente é o momento de refletir, não adianta querer achar culpados, estamos todos juntos.


Salários atrasados

Essa é uma questão da direção do clube. Não temos esse tipo de conversa, falamos só das questões técnicas. Espero que seja logo. Pelo pouco que eu soube, a direção está muito empenhada em buscar essa solução rápida. O Botafogo tem muitos problemas financeiros com penhoras e bloqueios, que interferem diretamente. Estão fazendo o esforço que podem para solucionar o quanto antes.



Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro