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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Quem fica para 2022? Botafogo tem jogadores em fim de contrato e diretoria conversa sobre questões


Rafael Navarro, Luís Oyama, Pedro Castro Barreto e Marco Antônio são alguns dos casos de atletas que têm vínculos encerrando em dezembro; cúpula do Alvinegro já pensa em 2022





Botafogo é o campeão da Série B 2022 (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



O principal objetivo da temporada 2022 foi cumprido: o Botafogo foi campeão da Série B do Brasileirão. E, agora, o que vem pela frente? O Alvinegro, de volta à elite na próxima temporada, precisa cuidar de questões fora de campo, principalmente no que diz respeito às renovações de jogadores.


+ Botafogo estuda colocar Gatito no meio do jogo contra o Guarani, na última rodada da Série B

O Alvinegro, até mesmo pelas dificuldades financeiras e pouca força para fazer investimentos, apostou em empréstimos no sentido das contratações durante essa temporada. O preço é cobrado agora: o Botafogo corre para ficar com os atletas que se destacaram durante esses meses, mas as negociações são complicadas.

Esses são os casos, por exemplo, de Luís Oyama, Marco Antônio, Barreto e Pedro Castro. O quarteto, importante durante a campanha da Série B, não tem nenhum tipo de gatilho para compra nos contratos de empréstimos e, por isto, a conversa do Botafogo tem que ser diretamente com os clubes que detém os direitos econômicos dos atletas.

A pouca força financeira, contudo, entra novamente em cena. O Botafogo até demonstra interesse em ficar com os jogadores, mas não tem como fazer investimentos para adquiri-los em definitivo. O Alvinegro busca acordos para renovar o empréstimo ou um acordo no sentido das cifras, algo muito complicado de ser aceito pelos outros clubes envolvidos nas conversas.

Os problemas não são apenas com outras equipes. O Botafogo também tem jogadores que pertencem ao próprio clube com contrato se encerrando em dezembro e ainda não finalizaram uma renovação. São os casos de Rafael Navarro e Warley, ainda sem futuro garantido.

O caso do camisa 99 é o mais famoso: o Alvinegro tenta a renovação desde fevereiro, mas as conversas com o estafe do atacante não andam. De qualquer forma, o Alvinegro tem várias pendências a serem resolvidas fora das quatro linhas.




Fonte: LANCE!Rio de Janeiro (RJ)

Líder no "roteiro perfeito", Kanu relata alegria e alívio com ano do Botafogo: "Vai ficar marcado na História"



Único titular remanescente de 2020, zagueiro tem voz ativa mesmo com pouca idade. Jogador aponta os pontos-chave do acesso e revela uma angústia: o primeiro gol que teima e não sai


Um roteiro cheio de percalços, mas que o último capítulo tornou perfeito. Esse é 2021 aos olhos de Kanu, o jovem zagueiro que teve que amadurecer rápido para suprir uma das principais carências do Botafogo do ano passado: a falta de liderança. O ano começou de forma trágica, mas termina de maneira mágica tanto para o jogador quanto para o clube, os dois em êxtase com a volta por cima e o título da Série B.


Em conversa com o ge e o Globo Esporte, o camisa 2 abriu o jogo sobre as angústias e as alegrias desse ano, que começou com o rebaixamento para a Série B e termina com a grande campanha de título e passagem de volta à elite do futebol brasileiro em 2022. Uma temporada tão maluca que deixa como jogo mais marcante para Kanu não uma vitória, mas a derrota que serviu de gatilho para as mudanças que colocaram o bonde alvinegro nos trilhos.


Veja mais do papo com Kanu no Globo Esporte, às 13h




Kanu é um dos pilares do Botafogo em 2021 — Foto: Vitor Silva/Botafogo


- Eu vou lembrar muito do jogo contra o Brusque, porque foi uma das piores sensações que eu senti na minha vida. Eu gosto de me posicionar, mas não tinha forças. Cheguei a comentar com o Freeland: "É, acho que não tem jeito". E ele tentou animar, disse que não poderia ser assim. Ficamos todos anestesiados. Depois, com a chegada do Enderson, a gente reviveu para viver esse roteiro perfeito. Glórias, grupo unido, torcida toda animada. É um roteiro perfeito mesmo - contou o zagueiro.


- Foi maravilhoso e inesperado. A gente não começou tão bem, mas a energia bateu, encaixou. Tenho orgulho de dizer que faço parte desse elenco, que vai ficar marcado na História do Botafogo. Nem nos melhores sonhos eu poderia imaginar isso. Agradeço a Deus por viver esse momento. E agora posso aproveitar um pouquinho, porque foi pesado - continuou.



A campanha vitoriosa do Botafogo tem alguns protagonistas, e Kanu está entre eles. O zagueiro é o único titular que permaneceu da temporada anterior, a do rebaixamento. Não só isso, como foi um dos poucos, senão o único, que saiu de 2020 maior do que entrou. Jovem de 23 anos, ele fez do ano não apenas a afirmação da carreira, mas também cresceu como voz ativa no vestiário.


A palavra "roteiro" foi usada especialmente por Kanu porque o Botafogo não virou filme, mas virou série nesse ano. E no primeiro episódio da segunda temporada de Acesso Total (clique aqui e assista), os torcedores viram alguns exemplos da influência que o zagueiro tem no vestiário. Uma das cenas mais marcantes aconteceu no jogo seguinte à derrota que decretou o rebaixamento.


- São coisas de vestiário, a gente nem imaginava que iria virar série com esse sucesso todo. Lembro que isso aconteceu no jogo contra o Grêmio, e a gente já tinha sido rebaixado na rodada anterior. Eram muitos garotos e eu queria fazer eles entenderem que teria que desfrutar daquele momento, de participar de uma Série A, jogar contra o Grêmio, em um grande clube, em um grande estádio. O aquecimento foi ruim, todo mundo frio, e eu tentei dar uma animada. São lembranças que servem de aprendizado.


Acesso Total Botafogo ep. 1 - Kanu incentiva grupo após o rebaixamento (https://ge.globo.com/video/acesso-total-botafogo-ep-1-kanu-incentiva-grupo-apos-o-rebaixamento-10063714.ghtml)


A última página do "roteiro perfeito" ainda não foi escrita. No próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Nilton Santos, o Botafogo recebe o Guarani na 38ª rodada da Série B. Jogo para levantar a taça e com festa garantida, já que os ingressos estão quase esgotados.


ge: Foi pesado o processo de ser uma liderança tão jovem em um clube do tamanho do Botafogo?


Kanu: Foi um processo natural. Quem é da base tem um sentimento maior pelo clube. No ano passado, a gente se sentia no papel de poder ajudar, mas era um fardo pesado, carregar um escudo como o do Botafogo. Serviu de aprendizado para suportar bem nesse ano. Agradeço pelo que a gente construiu e o Botafogo vem colhendo.


Essa palavra, líder, eu coloco mais para o Carli. Sou um jovem que quer ajudar, quer fazer de tudo para o Botafogo sorrir, a torcida, a minha família. Tenho muita vontade de ajudar o clube a voltar a ser grande.


Quais foram os principais fatores para o acesso?

A união, a força do elenco e a chegada do Enderson. Esses três pontos foram fundamentais para o título. Muita gente não acreditava, e a gente trabalhou diariamente. Todo mundo que chegou para ajudar o time a subir sentiu o peso da camisa, fez de tudo para isso acontecer. Não vou citar nomes para não esquecer de ninguém, mas todos foram fundamentais.


Mas antes disso muita coisa também deu errado...

Eu chorei muito, a minha família chorou muito. Não tinha forças, não sabia o que fazer. Me sentia culpado por ver funcionários serem demitidos, futebol feminino sem recursos, o clube sem recursos. Me sentia muito culpado por isso. Tive a oportunidade de sair, mas eu tinha que viver esse momento. Hoje, me sinto completamente realizado por estar com o Botafogo de volta à Série A.


Modéstia à parte, acho que fui muito forte. Porque sempre coloquei esse peso em mim, o peso do rebaixamento. E queria tirar isso de mim. Sonhei muito com isso. E foi o dia mais feliz da minha vida. O estádio cheio, aquela alegria. Foi o dia mais marcante da minha carreira. Agradeço a todos que me ajudaram a viver esse momento.




Kanu e Carli, os capitães do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Qual foi o peso da volta do Carli nesse processo?

A presença, a energia que esse cara tem, eu nunca vi. Convivi com grandes jogadores no vestiário, mas ele transmite algo sensacional. Ele foi o cara desse acesso, porque ele leva o vestiário e conduz tudo. Eu brinco com ele que ele é o poste, e eu fico ali, só sustentando. Ele precisa desse apoio, porque leva tudo nas costas também. Ele merece esse acesso e também merece estar lá no muro de General Severiano.


Você chegou a ser atacante na base, mas esse gol está demorando a sair no profissional. Se tiver pênalti, vai bater?

Isso aí já está combinado há muito tempo, já falei até com o Freeland. Vou botar a bola debaixo do braço. Mas para tu ver, foi a melhor decisão me colocar de zagueiro. A bola passa aqui, passa ali, vai em cima da linha, na trave... Ela está teimando, mas esse gol vai sair em um momento especial.



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Fonte: GE/Por Juliano Lima, Rodrigo Cerqueira e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro