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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Botafogo planeja lançar linha de produtos casuais de Keisuke Honda


Produtos de Salomon Kalou fazem sucesso e departamento de marketing do Alvinegro está desenvolvendo segunda leva de linha envolvendo o japonês, com camisas para o 'dia a dia'



Keisuke Honda pelo Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



Salomon Kalou ainda não foi apresentado pelo Botafogo - o jogador tampouco está no Rio de Janeiro -, mas o clube já colhe os frutos da contratação fora dos gramados. O Alvinegro voltou ao marco de 30 mil sócios-torcedores e produtos envolvendo o atacante marfinense fizeram sucesso com os torcedores.

Pelo bom resultado envolvendo o novo reforço, o departamento de marketing do Botafogo voltará à carga com produtos de Keisuke Honda. O setor tem uma linha de produtos sendo desenvolvida para o japonês, ainda restando aprovação interna e do atleta, o que não deve ser problema.

Quando Honda foi contratado, o Botafogo lançou camisas de jogo - modelos tradicional, preto e branco -, personalizadas. Os uniformes tinham a bandeira do Japão, o número 4 e o nome de Honda nas costas, custando R$ 299,90. Agora, o clube também vai investir em uma linha mais casual, como fez com Salomon Kalou.

O Botafogo produziu duas camisas voltadas para o marfinense sem necessariamente estarem envolvidas com o uniforme de jogo. Uma tinha o nome do atacante com o escudo e a outra era Kalou com a camisa do Botafogo e seu nome estampado com as cores da bandeira da Costa do Marfim. Os modelos custam R$ 89,90.

A nova linha de Keisuke Honda será impulsionada por isso. Camisas casuais com um custo mais acessível e que tragam estampas que não sejam relacionadas totalmente com o uniforme de jogo. A partir da aprovação interna, os modelos serão produzidos e colocados à venda.

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Fonte: Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

VP de futebol do Botafogo avalia movimentações no mercado: "Time atrativo traz receita"


Marco Agostini diz que clube "não fez nenhuma loucura" e explica contratações de astros internacionais em meio à crise financeira: "Investimentos que se pagam"




As recentes movimentações do Botafogo no mercado da bola fez parte da mídia e da torcida questionarem: como um clube com uma das maiores dívidas do futebol brasileiro e com constantes atrasos salariais consegue trazer nomes de renome internacional? O GloboEsporte.com fez esta e outras perguntas ao vice-presidente de futebol Marco Agostini.


O dirigente garante que o clube não está fazendo loucuras. Mesmo com as contratações dos astros Keisuke Honda e Salomon Kalou, o Botafogo conseguiu diminuir a folha salarial nesta temporada. Além disso, há uma estratégia para atrair mais receitas com os reforços de peso.


- Vamos perder receita de bilheteria com os jogos sem público, e essa receita será substituída nas transmissões de pay per view. Você compraria um pacote para assistir um time que luta para não cair ou para assistir um time que disputa G-4? O que atrai mais o telespectador e o patrocinador? Se não tivermos um time atrativo e competitivo, não temos rentabilidade. Time bom atraindo mais investidor, expondo a marca, a tendência é ganhar mais receita.


- Fomos prejudicados pela pandemia, antes o elenco estava recebendo em dia. A partir de março, o clube passou dificuldade e, mesmo assim, não reduzimos salários nem dos jogadores nem dos funcionários. Um exemplo: o jogo da estreia do Honda foi com portões fechados e a gente perdeu essa receita, teríamos pelo menos 30/40 mil torcedores no estádio - afirmou Agostini.


Ainda não há uma data confirmada para a chegada de Salomon Kalou ao Rio de Janeiro. O Botafogo, que já lançou site especial para venda de produtos do atacante, se organiza para receber o marfinense com outras ações que atraiam a atenção dos torcedores.



Marco Agostini, vice-presidente de futebol do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Veja abaixo o papo exclusivo com Marco Agostini:


O Botafogo fez uma série de contratações no início da temporada. Algumas vingaram, outras não. Agora, o clube voltou ao mercado pensando no Brasileiro. Como se deu esse planejamento?

Houve uma análise do elenco, que foi totalmente reformulado de 2019 para 2020. Um elenco que teve um desempenho muito aquém do que a gente esperava, fora até da Sul-Americana. A gente pensou que seria necessária uma reformulação, por isso trouxemos uma quantidade expressiva de jogadores já para o Campeonato Carioca. O critério foi, além de reforçar, diminuir um pouco a média de idade. Esse primeiro semestre serviu para avaliarmos quais corresponderam ou não, com o objetivo de montar um time competitivo para o Campeonato Brasileiro.


Dentro dessa necessidade de reformulação, tivemos alguns erros, mas muitos atletas corresponderam. Alguns até do próprio clube, como o Caio Alexandre. A partir da chegada do Paulo Autuori, buscamos mais jogadores dentro do perfil dele. Ou com aval dele ou que já trabalharam com ele.


Esse elenco tem um valor de folha menor do que em 2019. E a gente entende que esse time pode ter mais capacidade de competição do que tinha o do ano passado. Pelos jogadores que vieram e que já mostraram serviço e pelas contratações que estamos fazendo. São jogadores que vão agregar e com expectativa de serem titulares do time. Com esses reforços, tentamos deixar o elenco mais equilibrado e com mais qualidade técnica.


Por que razão o clube avalia que a contratação de Honda já deu certo? Isso encorajou o Botafogo a correr atrás de outra negociação em modelo parecido?

Primeiro vamos falar sobre a questão comportamental. A dedicação, envolvimento, o profissionalismo são completamente fora dos padrões. A forma como ele age no dia a dia já é um diferencial para o elenco. Só nisso, a contratação dele seria válida. Fora o desempenho dentro de campo, é um jogador de técnica elevadíssima. O Paulo está encantado com a capacidade dele de jogar como ele pede. O Honda só tem a evoluir.



Ele já trouxe receitas para o clube, com venda de produtos, sócio-torcedores, exposição midiática. O investimento já se pagou fora de campo. O Kalou é o mesmo sentido. Jogadores de nível internacional, que despertam o interesse da torcida, podem fazer diferença dentro de campo e estão dentro do nosso orçamento. Não estamos fazendo loucura. Estando em plenas condições físicas, podem fazer a diferença no Brasileirão.



"O Kalou dispensa comentários, é um jogador que está em nível de competição europeia, totalmente acima da média. Entendemos que ele vai aumentar o nosso desempenho, assim como o Honda. Com jogadores dessa categoria, podemos alcançar objetivos maiores".


Como está a adaptação do japonês? Um dos objetivos dele era a disputa das Olimpíadas nesse ano, mas foram adiadas. Como recebeu essa mudança de planos?


Ele quer disputar as Olimpíadas e vai ficar com a gente até lá. Por mim ficaria até o final do próximo ano. O Honda está doido para jogar, a cada dia que passa está mais ambientado. Acho que ele fica até o fim de 2021 se tudo acontecer favoravelmente.



Agostini, sobre Honda: "O investimento já se pagou fora de campo" — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Qual é o objetivo do Botafogo no Campeonato Brasileiro?


Eu vou ser muito realista. Acho que o Botafogo pode chegar às fases finais da Copa do Brasil. No Brasileiro, a gente não sabe como as equipes vão voltar, é um ano muito atípico. Uma incógnita. Eu acredito, pelo elenco e pelo trabalho esplendoroso do Paulo, que a gente pode brigar na zona da Libertadores. Mas temos que entender que estamos num processo de evolução e, dependendo da resposta do elenco dentro de campo, temos que sonhar alto, com título. O Paulo vai colocar nesse elenco um alto grau de competitividade.


Quem acompanha o dia a dia do Nilton Santos percebe que há muito mais jogadores da base nos treinos do profissional, além dos nomes que o torcedor já está acostumado a ver no time. É uma nova filosofia em curso?


É uma filosofia do Paulo que resolvemos incorporar ao nosso futebol profissional de base. É uma maneira de eles estarem presentes no dia a dia do profissional e pegarem um pouco do ritmo de competição, da exigência física. O nível técnico e de comprometimento desses jogadores da base está muito alto na avaliação da comissão técnica. Eles têm correspondido bem.


Como o Matheus Nascimento, que em 20 dias teve um ganho de massa muscular muito grande para um garoto de 16 anos, deixou os fisiologistas impressionados. A integração está funcionando e serve aos dois lados. Ajuda os profissionais nos treinamentos e aumenta o nível dos garotos da base.


A solução do clube passa pela base? Hoje quatro titulares são pratas da casa. E as maiores expectativas de vendas também, com Luis Henrique e Matheus Nascimento, por exemplo.


O mercado exige isso. Os clubes europeus vêm buscar jogadores que estão despontando com 18 ou 19 anos de idade. Se busca jogadores promissores cada vez mais cedo. Ao invés de contratar jogadores, começam a fazer investimentos para o futuro. Então, todos os clubes começam a investir na base, não só o Botafogo. O clube que consegue fazer esses jogadores despontarem tão cedo recebem um olhar diferente do mercado.


Uma das grandes mudanças na organização do futebol foi a sua chegada e a triste saída de Valdir Espinosa do dia a dia. Muito se fala em aproveitar a experiência de Autuori para preencher essa lacuna também. Pensando antes e durante a S/A, como fica o departamento?


No dia a dia não houve substituição, cada um foi absorvendo uma tarefa. Paulo Autuori e eu vamos participar da transição para a S/A com certeza, porque é importante fazer isso. Eu faço um pouco a ponte, o Paulo também ajuda na parte técnica, mas tem que focar nos treinamentos. Hoje, não tem nada pré-determinado ainda.




Fonte: Por Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro