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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Análise: Botafogo começa bem, mas perde o controle e a chance de construir vantagem em casa



Alvinegro cede empate, repete últimos jogos, deixa a pressa atrapalhar e terá que decidir vaga longe do Rio de Janeiro





Botafogo 1 x 1 Bahia | Melhores momentos | Oitavas de final | Copa do Brasil 2024



O Botafogo deixou escapar a chance de encaminhar a classificação nas oitavas de final da Copa do Brasil ao empatar em 1 a 1 com o Bahia na noite da última terça-feira. O time de Artur Jorge até começou bem, abriu o placar cedo, mas cedeu o empate ainda no primeiro tempo. Fez um jogo intenso, mas sem grande domínio no Nilton Santos.


O treinador português chegou na primeira decisão herdando problemas ainda do Campeonato Brasileiro: baixas do meia Eduardo e do atacante Júnior Santos, dois jogadores importantes e com histórico positivo em copas. Também não tinha parte dos reforços à disposição - Thiago Almada, nas Olimpíadas, e Matheus Martins, ainda sem regularização.


Somado a isso, o elenco começa a dar sinais de desgaste. Um deles, Tiquinho Soares, que iniciou no banco de reservas e deu lugar ao jovem Carlos Alberto, estrela da noite pelo gol marcado na volta ao time como titular.


Escalação inicial do Botafogo:
John; Damián Suárez, Bastos, Barboza e Cuiabano; Gregore, Marlon Freitas, Carlos Alberto e Luiz Henrique; Savarino e Igor Jesus.


Início agressivo

A estratégia era garantir um bom resultado e tranquilidade para o jogo da volta. Para isso, Artur Jorge postou o time na frente, com forte marcação na saída de bola do Bahia e tomando as rédeas do duelo.


E não demorou muito para que abrisse o placar, e com um autor improvável, já que causou surpresa na escalação entre os 11. Aos sete minutos, Damián Suárez cruzou da direita, Igor Jesus cabeceou, Marcos Felipe defendeu, e Carlos Alberto estava atento para aproveitar o rebote e fazer o 1 a 0.





CArlos Alberto comemora gol do Botafogo contra o Bahia — Foto: Alexandre Durão


O volume do Botafogo dava indício de que tinha mais gols por vir. Carlos Alberto chegou bem em duas outras situações, mas errou nas tomadas de decisão. Luiz Henrique também tentava pelo corredor direito, mas não conseguiu ampliar.


O Botafogo chegou a sofrer alguns sustos com chegadas do Bahia pelas costas do lado esquerdo de defesa - bem explorado para buscar a igualdade. Aos 35 minutos, John fez a melhor defesa do jogo em chute de Santiago Arias, após erro da marcação de Barboza.



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O empate, perda do controle e mudanças

A troca de passes certeira do Bahia na chegada ao ataque envolveu o Alvinegro em alguns momentos. E quando o jogo se encaminhava para o intervalo, em uma dessas chegadas o time baiano chegou à igualdade.


Aos 45 minutos, Barboza errou o bote, Caio Alexandre tocou para Arias, que cruzou para Cauly empatar o jogo de cabeça. Gregore acompanhou com certa distância o jogador, e não impediu que chegasse para finalizar.




“Sabemos que podemos mais, mas está em aberto”, diz Luiz Henrique, do Botafogo (https://ge.globo.com/futebol/video/sabemos-que-podemos-mais-mas-esta-em-aberto-diz-luiz-henrique-do-botafogo-12797258.ghtml)



No intervalo, Carlos Alberto, cansado, saiu para a entrada de Kauê. Minutos depois, Tiquinho entrou no lugar de Savarino. Essa foi uma das tentativas do Botafogo de tentar assumir o controle do jogo, ter mais a posse próximo da área e, com consequência, mais chances de se colocar à frente do placar.


Mas o plano falhou mais uma vez, algo admitido pelo treinador na coletiva de imprensa após o jogo:


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- Não é nossa estratégia (jogar sem a posse), temos consciência de que esse tem sido o nosso maior defeito nesta altura, temos mostrado alguma intranquilidade, alguma precipitação, perdendo a bola muito cedo, tomando decisões menos acertadas e deixamos de tomar decisões mais pausadas, mais serenas e com mais gente envolvida.


- Estamos fazendo algumas coisas que eu não gosto, que é muito jogo direto, de termos a bola rapidamente na baliza contrária (perto do gol), temos que encontrar um equilíbrio, não estamos no nosso melhor momento. Poderia existir muitas razões para justificar, eu tenho que encontrar as soluções porque é verdade que temos essa baixa no desempenho, ou seja, o jogo direto não nos favorece muito, a verticalidade sim, quero manter isso, mas temos que procurar melhores caminhos daqueles que temos procurado nos últimos jogos - projetou.


Não foi uma aparição ruim do Botafogo, que criou oportunidades e até teve chance de ampliar. Mas a ansiedade para resolver logo atrapalhou a execução. Isso também se justifica pelo meio-campo, já que Gregore e Marlon Freitas pouco conseguiram ser o bom elo para explorar transições.


Para avançar pelo Bahia, o Botafogo vai precisar de paciência, corrigir estratégias e de confiança no que vinha dando certo até poucos jogos atrás no Brasileirão. Com o resultado, tudo será decidido na próxima semana, na Arena Fonte Nova.


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Fonte: Por Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro