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domingo, 23 de junho de 2024

Análise: cansaço pesa, mas derrota do Botafogo é explicada por escolhas de Artur Jorge



Treinador insistiu em posicionamento ruim para jogadores ofensivos e viu Criciúma ser superior







Criciúma 2 x 1 Botafogo | Melhores Momentos | 11ª rodada | Brasileirão 2024



Desfalques e cansaço acumulado têm muita relação na vida de um clube brasileiro. Diante de um calendário cheio desde o começo do ano, é praticamente impossível um time manter a mesma base para jogar todas as partidas. Pesou para o Botafogo na derrota para o Criciúma, neste sábado, no Heriberto Hülse. Mas não foi o principal motivo do placar.


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Justamente por ter que rodar o elenco diante do desgaste, o treinador Artur Jorge colocou Damián Suárez e Marlon Freitas, dois dos pilares da equipe, no banco de reservas. O time sentiu falta: o primeiro gol do Criciúma nasceu justamente em cabeçada de Barreto em cima de Mateo Ponte, que entrou na lateral. Tchê Tchê, que substituiu Marlon, não teve a mesma dinâmica do camisa 17 no meio-campo.


- Eu não posso pensar em poupar atletas. Aquilo que nós pensamos é que por vezes, em função do desgaste, temos que ter alternativas mais fisicamente mais capazes. Não tem a ver com pouparmos, mas apostarmos. Temos esses dois dias e temos que apresentar, como sempre, o que é o melhor que somos capazes porque não podemos estar preocupados em poupar ou gestão porque vivemos de resultados então, de fato, essa ansiedade, de já na próximo jogo recuperar um hábito nosso, que é de ganhar. É nesse sentido que trabalhamos diariamente - explicou o treinador em coletiva.


Os problemas não ficaram resumidos apenas às mudanças no time. Os titulares usuais foram mal. Artur Jorge, mais uma vez, optou por escalar Óscar Romero e Luiz Henrique juntos, por trás dos atacantes Tiquinho Soares e Júnior Santos.


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Diego Hernández em Criciúma x Botafogo — Foto: Leonardo Hübbe/AGIF



O resultado foi um time de pouca movimentação e muitos jogadores juntos no meio, assim como acontecera no empate diante do Athletico-PR, na última quarta-feira. Tanto Romero e Luiz Henrique têm mais afinidade atuando pelo lado direito e buscavam jogadas para este setor com e sem bola. Quando um dos dois estava na esquerda, o movimento natural era cair para o meio e afunilar ainda mais.


Sem um jogador que atue naturalmente pelo lado esquerdo - Savarino está com a Venezuela na disputa da Copa América e Jeffinho lesionado -, o Botafogo ficou preso. Sempre com um jogador "torto", o time passou dificuldade diante da forte marcação do Criciúma.


A solução encontrada pelo português foi a entrada de Eduardo no lugar de Luiz Henrique. O esquema tático se manteve o mesmo, com dois jogadores atrás da dupla de atacantes. O camisa 33, assim como o companheiro que deixara o gramado, tinha como movimentação principal cair do lado para o meio. Isto facilitava a marcação do Criciúma, que fechava as zonas centrais e evitava triangulações do Botafogo.


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Tudo de novo

O cenário foi bem parecido com a partida contra o Athletico-PR, que praticamente anulou o ímpeto ofensivo do Botafogo a partir de marcações individuais no meio-campo e uma maneira física de encarar os atletas do Alvinegro.


O Alvinegro novamente só assustou pelo alto: no Heriberto Hülse, foi Lucas Halter quem balançou as redes após escanteio de Romero. Com bola no chão, o time ficou devendo - não à toa, a outra chance de perigo foi em cabeçada de Eduardo, já na reta final, após cruzamento de Diego Hernandez.


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Também contra o Furacão, Artur Jorge não viu as alterações surtirem efeito. Dessa vez, a diferença foi que o Botafogo saiu sem nenhum ponto no bolso.


São dois jogos que ligam o alerta. O Alvinegro vinha de boas atuações contra Corinthians e Fluminense, mas agora passa por um período de jogos abaixo. A oscilação acontece, mas estes duelos foram marcados por um time - inclui-se o treinador - que não teve resposta para uma marcação por encaixes individuais e físicos no meio-campo. Com o setor preenchido, sobreviveu de cruzamentos - a maior parte deles equivocados.


O Alvinegro volta aos gramados às 19h da próxima quarta-feira para enfrentar o RB Bragantino no Estádio Nilton Santos.


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Fonte: Por Sergio Santana — Rio de Janeiro