Lateral-esquerdo, que tem sido improvisado como ponta, conta que mudou de função a pedido de um professor em uma escolinha e recorda influência de Igor Jesus em sua contratação
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Mansur e Alex falam sobre Cuiabano, destaque da vitória do Botafogo (
Lateral ou ponta? Cuiabano sabe a resposta, mas escolhe dizer o que sai, naturalmente, da boca de qualquer jogador de futebol que quer apenas jogar.
- Preferência é onde o professor me colocar - disse o jogador, de 22 anos, do Botafogo.
Luis Eduardo ou Dudu, como é chamado pelos pais, desembarcou no Rio de Janeiro há um ano e já conquistou um Campeonato Brasileiro e uma Libertadores. Ele foi contratado do Grêmio no último dia da janela doméstica de 2023. Na ocasião, Cuiabano a estava em concentração e teve pouco tempo para assimilar a mudança.
- Desde quando eu cheguei ,me senti abraçado por todo mundo. E hoje eu me sinto abraçado, o Botafogo fez eu me sentir em casa. Só gradeço pelo carinho de todos e estou muito feliz aqui.
Cuiabano em Botafogo x Inter — Foto: André Durão
Origem como atacante
Foram dois títulos em 13 meses no Rio de Janeiro, até o momento. Com a chegada do técnico Renato Paiva e a falta de opções no ataque por causa do excesso de lesões, o defensor voltou às origens nos últimos jogos. Quando começou a jogar futebol, era atacante, mas foi forçado a mudar de posição a pedido de um professor e se apaixonou pelo corredor esquerdo.
- Já fui atacante quando era pequeno. Eu iniciei como atacante, jogava na AABB lá em Cuiabá. Meu primo que jogava em outra escolinha viajava muito, e eu disse para a minha mãe que queria mudar para a escolinha dele porque a minha só jogava em Cuiabá. A dele ia para Goiás, para São Paulo, e minha mãe decidiu me levar. Cheguei lá e o professor, que chamam de Profeta, me olhou, viu que eu estava forte e disse: 'Não, meu filho, você não pode ser atacante. Hoje estamos precisando de lateral-esquerdo'.
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Cuiabano no início no Grêmio — Foto: Arquivo pessoal
E foi assim que ele foi observado pelo São Paulo, clube que foi levado para um período de monitoramento, mas que não deu certo depois de pouco mais de um ano. De volta à escolinha do "Profeta", foi para outra competição e então foi achado pelo Grêmio, aos 11 anos, como lateral e assim seguiu.
- Sempre tive a característica de chutar forte e muita força. Sempre aprimorei, treino bastante finalização. Sempre que tiver oportunidade e estiver perto do gol, vou finalizar para tentar fazer o gol. Então, tenho feito bastante gols e estou muito feliz, se o professor precisar (me escalar como ponta). A minha preferência é onde ele me colocar, vou me sentir à vontade e vou estar ali ajudando o Botafogo, fazendo gol ou dando assistência. Isso é que importa - comentou, apesar de demonstrar ser mais adepto à lateral.
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Cuiabano chegou ao Grêmio com 11 anos — Foto: Arquivo pessoal
Golaços e zoação no elenco
A vocação para tentar o gol já dava as caras nas categorias de base. Apesar do gol contra o Internacional na goleada por 4 a 0 no último domingo, Cuiabano já havia feito outros golaços (veja vídeo abaixo). Essa facilidade para se lançar à frente e a decisão de Paiva nos dois últimos jogos renderam assunto entre os companheiros.
- No dia do treinamento, um dia antes do jogo (contra o Internacional), o professor me colocou de ponta-esquerda. Foi novidade para todo mundo, até para mim. Depois ele chegou para mim, conversou comigo, falou que ia me testar ali, para ver o que eu achava e qualquer dúvida, que eu conversasse com ele.
- Acabou o treino, todo mundo se recuperando, fazendo gelo. Conversa vai e vem e os moleques falaram assim: "aí, Cuiabano, agora de ponta, quero ver". Aí eu falei: "Me colocou de ponta, vou rabiscar". Mas levamos na resenha. Logo no jogo em seguida, eu fiz o gol. Aí os caras: "Aí, sim. Agora o Cuiabano chegou." Foi uma brincadeira nossa no vestiário. Nossa resenha é muito boa, nosso ambiente é muito tranquilo.
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Cuiabano comenta golaço e projeta "guerra" em Botafogo x Estudiantes na Libertadores (https://ge.globo.com/video/cuiabano-comenta-golaco-e-projeta-guerra-em-botafogo-x-estudiantes-na-libertadores-13592660.ghtml)
"Vem, Igor Jesus"
Cuiabano e Igor Jesus são da mesma cidade, mas só se conheceram no Botafogo. O único vínculo deles era a cidade natal e as redes sociais. Quando o lateral soube da possibilidade de vinda do centroavante, as conversas intensificaram com pedido para o acerto ocorresse - o atacante já estiva apalavrado com o Alvinegro, com pré-contrato desde janeiro.
E foi através do clube que eles se conheceram, passaram a reunir a família e dar orgulho para os conterrâneos.
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Perda de peso, foco mental e auxílio extracampo
Cuiabano tinha um histórico de lesões musculares no time gaúcho, mas quando se mudou para o Rio de Janeiro optou por investir forte em seu preparo físico. Além de treinos fora do clube, como pilates e reforço muscular, ele também se dedica a terapias e acompanhamento tático com uma equipe especializada.
Em conjunto com a preparação física do Botafogo, o lateral reduziu seu peso, ganhou massa muscular e encontrou índices corporais melhores. A única lesão que teve desde que chegou foi na coxa direita, em setembro de 2024.
- O trabalho que faço fora do Botafogo é análise tática, que está sempre me ajudando no que posso fazer e melhorar em campo. Parte defensiva, ofensiva, marcação, atacar o espaço. A gente vem trabalhando desde o ano passado. Evoluí bastante. Tenho que melhorar muitas coisas. Isso vem me ajudando aos poucos a chegar onde almejo.
- Trabalho no Botafogo e fora desde o início do ano. Ganhei massa muscular, diminuí o percentual de gordura e evoluí bastante nessa situação. Estou muito feliz por estar evoluindo. Meus empresários me ajudam bastante. Fazem de tudo e cobram para eu seguir e estar em alto nível.
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Família e amigos do lateral Cuiabano se reúnem para ver a final da Libertadores (https://globoplay.globo.com/v/13151259/)
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A reportagem em vídeo vai ao ar na próxima semana no ge.
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Fonte: Por Jéssica Maldonado e Sofia Miranda — Rio de Janeiro