Análise: Botafogo é eficaz, peca menos que o Palmeiras e mostra autoridade com liderança isolada

Alvinegro tem grande noite da defesa, aproveita um de seus ataques e vê Tiquinho decidir duelo direto pelo topo

Botafogo 1 x 0 Palmeiras | Melhores momentos | 17ª rodada | Brasileirão 2024



Na noite com vitória do Botafogo sobre o Palmeiras por 1 a 0 na última quarta-feira, em duelo do líder contra o vice do Brasileirão, serviu para aliviar a tensão e o peso que o duelo poderia trazer em um futuro breve. O embate se repetirá pelas oitavas de final da Libertadores no próximo mês e, se depender do que se viu no Nilton Santos, terá muita intensidade e briga do início ao fim.


Embora os ânimos sigam aflorados no extracampo, com polêmicas envolvendo John Textor, dono da SAF Botafogo, e Leila Pereira, presidente do Palmeiras, o time fez o que competia a ele dentro das quatro linhas. E uma coisa nitidamente não faltou: vontade, principalmente do setor defensivo, que lutou até o fim para não ceder às investidas palmeirenses.


Artur Jorge iniciou o duelo com o que tinha de melhor, voltando ao quarteto ofensivo que apostou logo nos primeiros jogos do Botafogo. Quatro atacantes de origem em campo, em uma 4-4-2 com muita mobilidade entre os ofensores.


Escalação inicial: John; Damián Suárez, Bastos, Barboza e Marçal; Gregore, Marlon Freitas, Luiz Henrique e Savarino; Júnior Santos e Tiquinho Soares.

"O Botafogo criou casca", afirma Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/o-botafogo-criou-casca-afirma-pedro-dep-a-voz-da-torcida-12766407.ghtml)


Desde o início foi possível observar disputa forte em lances, finalizações com perigo e atenção máxima para não errar. Júnior Santos, que não estava em uma noite tão inspirada, perdeu a primeira de outras boas chances do Botafogo, logo no início da partida. O atacante revezou a posição com Tiquinho, trocou os lados, e foi o que mais teve chance de arrematar, mas viu Weverton defender a maioria das suas tentativas.


Defesa sólida

Se o dia não era do camisa 7, o mesmo não se pode dizer de Bastos. O zagueiro angolano cumpriu suspensão no último jogo e voltou para entregar mais uma atuação brilhante. Seja com cortes pelo alto, como afastar cruzamentos rasteiros, o defensor foi fundamental para interromper o ataque palmeirense.


Mas seria injusto falar dele sem mencionar Barboza, que apesar de ter levado um cartão amarelo ainda no primeiro tempo, também rendeu muitos apalusos das arquibancadas. Dando apoio ao lateral-esquerdo Marçal, ele conseguiu parar as investidas de Estevão, destaque promissor dos paulistas.


John foi o grande nome do segundo tempo, fazendo grandes defesas em chutes de Marcos Rocha, Piquerez e Felipe Anderson.

John é destaque na defesa e comemora vitória contra o Palmeiras — Foto: Vitor Silva / Botafogo



Luta de Tiquinho e início da redenção

O camisa 9 do Botafogo vivia um jejum de nove jogos. Também era assombrado por ter perdido um pênalti que teria sido importante no duelo em 2023 para evitar a derrota. Mas ele foi o responsável por fazer o gol da vitória, que a transformou em acalento para si e para os quase 40 mil torcedores no estádio.


Ao longo da partida, ele atuou um pouco mais atrás de Júnior Santos, e por muitas vezes voltava para buscar o jogo. O time de Artur Jorge tinha dificuldade para compactar o meio e construir pelo setor. Ele seria peça importante para isso, mas foi bem marcado pelo argentino Aníbal Moreno.


O gol saiu a partir de uma jogada da defesa ao ataque, que contou passe de Marlan para Luiz Henrique, que ingressou na grande área pela ponta-direita, puxou a marcação e cruzou para o centrovante livre. Sem pensar, chegou finalizando e abrindo o placar aos 11 minutos do segundo tempo.

Aos 10 min do 2º tempo - gol de dentro da área de Tiquinho Soares do Botafogo contra o Palmeiras (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-10-min-do-2o-tempo-gol-de-dentro-da-area-de-tiquinho-soares-do-botafogo-contra-o-palmeiras-12766306.ghtml)



Enquanto comemorava, ouviu a torcida voltar a entoar sua música nas arquibancadas, como um símbolo de redenção pelo passado e expectativa pelo que está por vir


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Duelo parelho e intenso

O Botafogo saiu com os três pontos e a liderança isolada do Brasileirão porque soube aproveitar uma das várias chances que teve. Foram 14 finalizações, contra 11 do Palmeiras em uma disputa aberta, lá e cá. O visitante elevou o nível em comparação aos duelos mais recentes e testou o time de Artur Jorge.


Com a disputa intensa pela bola, o duelo ficou picotado pelo excesso de faltas. Ainda assim, foi um duelo aberto e empolgante para os amantes do futebol.

Estevão e Artur Jorge Botafogo e Palmeiras — Foto: André Durão



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- O Palmeiras nos criou dificuldades. Para quem assistiu e viu o jogo, ficou satisfeito. Tivemos a oportunidade de desempenhar o plano de jogo muito bem. Fomos comprometidos e capazes nas nossas ações e isso justifica a vitória, muito importante para nós - avaliou Artur Jorge após o jogo.


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O Alvinegro agora se isola na liderança com 36 pontos e tem como próximo adversário o Internacional, sábado, também no Nilton Santos, às 18h30.


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Fonte: Por Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro

Como o Botafogo explorou a linha alta do Palmeiras e virou líder isolado do Brasileirão

Glorioso conteve o ataque do Palmeiras e atacou a defesa desprotegida do oponente com a velocidade de seus atacantes



Num jogo que já é um dos melhores, se não o melhor desse Brasileirão, o Botafogo venceu o Palmeiras por 1 a 0 no Estádio Nilton Santos e virou líder isolado do Campeonato Brasileiro.


Os números comprovam a qualidade da partida: foram 16 finalizações para cada time, doze delas no gol. Quatro defesas difíceis de cada goleiro e uma porção de boas chances, a maioria dos pés de Júnior Santos, Flaco López e Estevão, alguns dos destaques em campo.




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O Glorioso jogou no 4-2-3-1 de sempre de Artur Jorge, com Savarino perto de Tiquinho e Luiz Henrique e Junior Santos pelos lados. Esses quatro jogadores formaram um paredão ofensivo: não buscavam a bola e ficavam espetados, procurando levar a defesa do Palmeiras para trás. Quem armava as jogadas era Marlon Santos e o lateral Damián Suárez, que jogou mais recuado.


O Palmeiras adotou uma estratégia de pressionar muito em cima. Rony começou jogando para ter mais fôlego, e Gabriel Menino fez a dupla de volantes com Aníbal. Só que ele subia demais, ficando muito distante dos defensores. Logo no começo do jogo, o Botafogo aprendeu que bastava um lançamento para o "paredão ofensivo" lá na frente que os espaços apareceriam.


Observe na imagem, tirada no minuto inicial da partida.

Botafogo encontrava espaços quando Palmeiras subia a marcação — Foto: Reprodução



Ao subir junto com Marlon Freitas, Menino deixa Aníbal sozinho na proteção dos defensores com jogadores como Tiquinho, Savarino...o lançamento da defesa deixa cinco jogadores do Palmeiras correndo para trás e encontra três do Botafogo de frente para o gol. Na velocidade e no drible, Luiz Henrique e Júnior Santos criaram várias chances - pararam em Weverton e Murilo.

Botafogo colocou o quarteto ofensivo para trabalhar — Foto: Reprodução


O lance acima acontece ao 1 minuto e 37 segundos do primeiro tempo. Já o lance abaixo se desenrola aos 37 minutos. A tática é a mesma: jogar longo e direto da defesa para o quarteto correr e bagunçar, sempre com Aníbal sozinho. Aqui, Savarino e Júnior se deslocam e encontram espaços para finalizar. Se a bola chegasse neles, certamente era perigo.

Botafogo novamente chega com muitos jogadores na área — Foto: Reprodução


É por isso que o gol de Tiquinho não foi acaso. Ele foi tentado várias vezes na partida: saída rápida da defesa para correria de um dos pontas.


No caso, Júnior Santos, melhor jogador do Brasileirão e válvula de escape da equipe de Artur Jorge, que sabe que é na velocidade e chegada que seu time compete e se torna mais forte. Sem Piqueréz, Murilo sai do centro - um zagueiro que é mais lento que um atacante driblador - e acaba não fechando o passe. Veja como Menino e os pontas do Palmeiras estão distantes da defesa.


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Luiz Henrique faz a jogada do gol: repeteco de outros lances — Foto: Reprodução


Se faltava um grande jogo para o Botafogo confirmar que chega ainda mais forte na briga pelo Brasileirão, não falta mais. Artur Jorge recebeu reforços, soube identificar o ponto forte do seu time e montou uma equipe sólida, competitiva e que brilha por reconhecer e não desistir do seu jogo. No caso, foram muitas e muitas tentativas até fazer o gol salvador e garantir a liderança isolada do Brasileirão.


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Por Leonardo Miranda

Jornalista, formado em análise de desempenho pela CBF e especialista em tática e estudo do futebol

Artur Jorge elogia atuação de Tiquinho Soares em vitória do Botafogo: "Fez um jogo tremendo"

Resultado fez o Alvinegro disparar na liderança do Campeonato Brasileiro

Botafogo 1 x 0 Palmeiras | Melhores momentos | 17ª rodada | Brasileirão 2024


O Botafogo disparou na liderança do Brasileirão ao vencer o Palmeiras por 1 a 0, em partida muito equilibrada e que terminou com festa da torcida alvinegra no Nilton Santos. Além do resultado, o jogo teve outro motivo para animar o técnico Artur Jorge. Tiquinho Soares, um dos principais jogadores da equipe, voltou a marcar depois de nove jogos.


Em entrevista ao fim do jogo, o técnico pontuou que prefere analisar o desempenho coletivo da equipe, mas abriu uma exceção.


- O futebol tem essas coisas, podermos ficarmos satisfeitos com o gol do Tiquinho, merecido pelo trabalho dele e a importância na equipe. Hoje ele teve uma missão diferente, de defender na primeira fase. Acabou que estava no lugar certo na hora certa. Fez um jogo tremendo, destaco sua entrega pelo coletivo. É o mais importante ter jogadores comprometidos, dando o máximo para vencer. Como treinador tenho que ficar satisfeito, é isso que nos move. Para continuar sendo um Botafogo forte.

Artur Jorge Botafogo x Palmeiras — Foto: André Durão


Com o resultado, o Alvinegro chegou a 36 pontos, abrindo 3 de diferença para o vice-líder Palmeiras.


- Cada jogo é um jogo e tem uma história. Jogo importante para nós. Essa vitória nos dá continuidade na liderança do campeonato, mas quero destacar o desempenho. Jogo com muita intensidade, equipes em busca da vitória e intensas. Isso valoriza nossa vitória, o Palmeiras nos criou dificuldades. Para quem assistiu e viu o jogo, ficou satisfeito. Tivemos a oportunidade de desempenhar o plano de jogo muito bem. Fomos comprometidos e capazes nas nossas ações e isso justifica a vitória, muito importante para nós.

Para continuar na dianteira, o Botafogo volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Internacional, novamente no estádio Nilton Santos.


Veja outras respostas do treinador:


Apoio da torcida

- A participação é fantástica, e devo dizer que é de fato um gosto jogar em nossa casa, sempre estamos sempre tendo apoio da nossa torcida, tem sido incrível, impecável no sentido de apoiar a equipe, e os atletas sentem isso, a atmosfera que é criada é de empolgação e nos catapulta para a nossa missão e faz com que possamos ficar muito satisfeitos por corresponder a expectativa da nossa torcida, que é sempre de vencermos. Aquilo que garantimos é que sempre lutaremos para vencer, e acho que sempre que isso importante para quem torce por nós, hoje saímos todos muito satisfeitos pelo resultado, com a exibição e pela sintonia entre time e torcida.


Jogo coletivo

- Nós ganhamos o jogo coletivamente, fizemos hoje uma grande exibição coletiva. Uma equipe de grande união, com sentido único para o objetivo final.

Importância do Luiz Henrique

A importância do Luiz é a mesma do Oscar, do Diego e do Kauê. Todos são importantes. Hoje de fato o Luiz fez um excelente jogo, desequilibrou, um jogador que ainda teve a iniciativa para criar esses desequilíbrios. A importância é coletiva, vocês vão ouvir sempre de mim que a importância é coletiva, não existe jogador que consiga vencer um jogo sozinho, não existe um jogador que decide nos 90 minutos, existem momentos em que temos que ter o Tiquinho para finalizar e o John para defender, mas no meio desses jogadores, tem jogadores que precisam fazer papéis importantíssimos e que quando fazem nos deixam muito mais próximos de vencer, portanto essa é a minha análise enquanto equipe.


O jogo do Palmeiras

É importante falarmos do contexto, sabermos o adversário que temos e sobre como joga. Portanto para mim é importante ver o contexto. Nós fazemos, outras vezes quando temos adversários que nos pressionam com 6 jogadores e temos que tentar mais rápido no ataque para pegar um 4x4, são contextos que temos que trabalhar de jogo para jogo, são situações muito específicas de adversário para adversário e aquilo que é nossa estratégia e o que temos em campo.

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Fonte: Por Jéssica Maldonado e Sergio Santana — Rio de Janeiro

Atuações do Botafogo: John e Luiz Henrique são os melhores contra o Palmeiras; dê suas notas

Veja o desempenho dos jogadores em jogo da 17ª rodada do Campeonato Brasileiro

Ranking de Atuação

Ordenar por:


1º
John Victor - GOL
nota ge 7.5
público 9.7


Fez uma defesaça em finalização de Flaco López no primeiro tempo. Atacante do Palmeiras estava cara a cara com o goleiro, que fechou bem a jogada. Na etapa final, fez outras duas boas intervenções.

2º
Damián Suárez - LAT
nota ge 6.5
público 8.3


Apesar de provocar adversários - e ter levado um cartão amarelo evitável por isso -, fez jogo excelência na parte defensiva. Sabe quando acelerar e quando é a hora de parar a jogada, além de ter feito bons passes nas origens das jogadas.

3º
Bastos - ZAG
nota ge 7.0
público 9.2


Praticamente perfeito no jogo aéreo. Tirou os inúmeros cruzamentos do Palmeiras com bom posicionamento e precisão. Não se arriscou na saída de bola e fez jogo sólido.

4º
Alexander Barboza - ZAG
nota ge 6.5
público 8.5


Levou um cartão amarelo gerado por um erro de posicionamento bobo ainda no começo da partida, mas compensou com cortes precisos e cobertura na bola aérea contra os cruzamentos do Palmeiras.

5º
Marçal - LAT
nota ge 6.0
público 8.1


Teve natural dificuldade de marcação contra Estêvão, um jogador mais jovem e mais rápido no setor, mas, em geral, foi bem em parar a joia palestrina. Com bola no pé, porém, espirrou o taco algumas vezes e gerou perigo ao Palmeiras.

6º
Marlon Freitas - MEI
nota ge 5.5
público 7.9


Teve grande chance de marcar no começo do jogo, mas chutou fraco. Errou passes e lançamentos que geralmente não erra, além de ter tido dificuldade de compensar o meio-campo contra a marcação do Palmeiras.

7º
Danilo Barbosa - MEI
nota ge 6.0
público 7.2


Entrou para melhorar a defesa do Botafogo nas bolas aéreas e cumpriu o papel.

8º
Gregore - MEI
nota ge 6.5
público 8.9


Dedicado intensamente à marcação, pouco apareceu com bola no pé, mas foi importante para parar tentativas de ataque do Palmeiras pelo centro.

9º
Luiz Henrique - ATA
nota ge 7.5
público 9.3


Muito participativo, mas pareceu ansioso para resolver as jogadas no primeiro tempo. Arisco e sem medo de driblar, foi assim que fez a jogada do gol de Tiquinho Soares. Apesar de ter desperdiçado alguns lances, foi o maior expoente de perigo do Alvinegro na partida.

10º
Savarino - ATA
nota ge 7.0
público 8.7


Criou boas chances e teve boas jogadas a partir das casquinhas de Tiquinho. Não foi muito bem nas finalizações, mas compensou com bom passes e recomposição.

11º
Júnior Santos - ATA
nota ge 5.0
público 7.5


Perdeu grande chance no começo do segundo tempo. Saiu cara a cara com Weverton, mas chutou em cima do goleiro. Se movimentou bem, mas não teve uma boa noite de finalização.

12º
Tiquinho Soares - ATA
nota ge 6.5
público 8.9


Apareceu onde tinha que estar e na hora certa. Deu fim a um longo jejum mesmo sem ter feito a atuação mais dominante nesta sequência. Foi bastante acionado em bolas longas e passou praticamente todo o jogo brigando em pivôs e jogo físico com defensores do Palmeiras. Perdeu grande chance de ampliar o jogo em jogada de contra-ataque.

13º
Tchê Tchê - MEI
nota ge 6.5
público 7.8

Criou uma boa chance mesmo com pouco tempo em campo. Importante para cobrir espaços e tentar fazer desarmes no momento final de pressão do Palmeiras.

14º
Artur Jorge - TEC
nota ge 6.5
público 9.3


Em jogo de intenso perde e ganha, o Botafogo foi, mais uma vez, competitivo. Com meio-campo sem grande número, a estratégia foi explorar as pontas, justamente a forma como nasceu o gol.




John em Botafogo e Palmeiras — Foto: André Durão

Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro