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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Estrela nos Emirados, Grafite não descarta retorno ao Brasil



Atacante do Al-Ahli mostra casa onde mora em Dubai, fala sobre o polêmico treinador alemão Felix Magath e defende Dunga na Copa do Mundo de 2010



Em Dubai há meio ano, Grafite, campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pelo São Paulo em 2005, recebeu o "Expresso do Esporte" em sua casa e mostrou um pouco da sua vida nos Emirados Árabes. Apesar de morar com muito luxo, com direito até a uma praia particular, o jogador não descarta voltar a atuar no Brasil antes de se aposentar daqui a quatro ou cinco anos (assista à íntegra da entrevista).

- Eu quero jogar até os 35, 36 anos para poder curtir mais a família. Ainda tenho mais um ano e meio de contrato aqui, mas vamos ver. Se surgir uma proposta boa eu volto - afirmou.

Com 32 anos, o atacante mora com a mulher e as três filhas em uma ilha artificial em formato de palmeira, a 25 minutos do estádio onde treina. Quanto à tranquilidade da cidade, Grafite afirma que é fácil se adaptar ao ritmo e até mesmo ao calor. No verão, os termômetros em Dubai chegam a marcar 50˚ C. Mas o difícil é se acostumar com a realidade do futebol local.

- Parece que eles estão saindo do amadorismo agora. Não têm aquele nível da Europa e do Brasil, mas eu já sabia disso. Meu empresário sempre me avisou que o nível não era o mesmo, os estádios e a competitividade também não. O fato dos estádios ficaram vazios não chega a desanimar, mas dá uma certa frustração. Já joguei para públicos de 30, 60 e até 80 mil pessoas e se aquecer para jogar para 80 pessoas assistirem é complicado. Mas, isso está mudando. O nível do campeonato está melhorando porque esse ano tem Grafite, Ricardo Oliveira, Gyan (Gana) - explicou o jogador, que foi uma das maiores contratações do futebol dos Emirados Árabes para a temporada.

Grafite comemora gol do 
Al Ahli (Foto: Divulgação)
O convite para o futebol árabe surgiu devido ao sucesso que o jogador fez no Brasil, quando defendia o São Paulo; na França, jogando pelo Le Mans; e na Alemanha, onde foi campeão nacional pelo Wolfsburg.

- Na França, eu gostei e a família também. No começo foi difícil porque o Le Mans é um time pequeno e eu tinha saído do São Paulo, onde fui campeão da Libertadores. No começo eu senti aquele choque de realidades diferentes, mas com o tempo fui me adaptando ao estilo de jogo europeu. O fato de ser pequeno também me ajudou na adaptação, porque quando você chega em um clube maior eles já querem um retorno imediato pelo investimento.

A temporada no futebol alemão merece um capítulo à parte na carreira de Grafite. Além do frio intenso, o jogador precisou superar as dificuldades de treinamento impostas pelo rígido treinador Felix Magath. Filho de soldado, o técnico foi um dos principais jogadores da Alemanha nos anos 80 (disputou a Copa de 82) e um dos treinadores mais exigentes também.

- Ele é um cara especial. Eu não tenho nada do que reclamar porque eu ganhei tudo com ele, foi meu melhor momento no futebol. O que um time treina normalmente ele duplica, dois anos com ele é como quatro em um time normal. A pré-temporada é impressionante. Começa um mês e meio antes do campeonato e a primeira que eu fiz não acreditava. Enquanto nos outros clubes, como o Bayern de Munique e o Hamburgo, estavam na academia fazendo trabalho com máquinas novas, nós estávamos na praia puxando pneu na subida - relembrou.

Grafite se destacou no São Paulo, clube que alavancou a carreira do atacante. Grafite chegou ao Tricolor Paulista em 2004, depois de passar por Grêmio, Goiás e Santa Cruz. Lá conquistou fama e visibilidade ao ser campeão da Libertadores e do Mundial em 2005. Além de grandes clubes, Grafite também sentiu o peso de vestir a camisa da Seleção Brasileira na Copa de 2010, e defendeu o treinador Dunga, muito criticado após a eliminação da equipe nas quartas de final, com a derrota para a Holanda.

Grafite seleção brasileira 
(Foto: Getty Images)
- Eu fui, mas não foram Adriano, Neymar, Ganso e (Ronaldinho) Gaúcho. Eram os quatro mais esperados, mas mesmo assim o povo estava do nosso lado. Porém, foi criada toda aquela coisa com o Dunga e eu achei injusto tudo que fizeram com ele. Colocaram toda a culpa nele. Mas ele não foi o único que errou. Muita coisa ali foram os jogadores que pediram. Mas futebol é assim, e o Brasil entra com obrigação de vencer na Copa.



Por SporTV.comDubai, Emirados Árabes



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