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domingo, 28 de julho de 2013

Fla arranca empate nos acréscimos com Botafogo na volta ao Maracanã


Superior no primeiro tempo, Alvinegro cai de produção e vê Rubro-Negro, após dois gols anulados, escapar do Z-4 pelos pés de Elias e lhe tirar a ponta




Se não foi brilhante na técnica, como os áureos tempos do Maracanã, pelo menos teve deliciosos ingredientes presentes na imensa história do clássico: foi sofrido, suado, digno do retorno ao palco de Flamengo e Botafogo após três anos de saudade. Elias, personagem da fria noite de domingo, arrancou um empate nos acréscimos. Levantou a cabeça mesmo com dois gols anulados e evitou que o Rubro-Negro entrasse na zona de rebaixamento mais uma vez. O Alvinegro, que saiu na frente com Rafael Marques, perdeu a chance de voltar à liderança e de quebrar o tabu de 13 anos e 20 sem vencer o rival no Campeonato Brasileiro.

- Sofremos um gol no último minuto contra o Inter e foi dolorido. Mas o Mano sempre fala para não desistirmos nunca. Ia até pedir música para o Fantástico, porque fiz três gols - brincou Elias, extasiado, antes de sair do campo.

Pelo lado do Glorioso, Seedorf foi honesto sobre o desempenho do time.

- O segundo tempo não jogamos para nada. Eles mereceram o empate, um resultado justo. No primeiro tempo jogamos, e no segundo foram eles. Justo assim - definiu.

Novamente, o estádio esteve bem longe de ficar lotado. Foram 38 853 pagantes (52.361 presentes) para uma renda de R$ 3.082.555,00, menor que o Fluminense x Vasco de semana passada. A parte lateral, mais cara, recebeu pouco público, que se assombrou com o controle absoluto do Botafogo no primeiro tempo e a resposta na mesma moeda dos comandados de Mano Menezes na etapa final.

Na próxima rodada, o Flamengo, agora em 15º lugar com dez pontos, viaja para Salvador para enfrentar o Bahia, quarta-feira. Já o Alvinegro, em terceiro com 17, batalha pela ponta contra o Vitória, no dia seguinte, em nova chance de sair vitorioso no Maracanã. 



Elias é agarrado por Adryan após marcar o gol de empate aos 49 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)


Soberania absoluta do Alvinegro

Não demorou para que o amplo domínio do Botafogo aparecesse. Foi questão de minutos, na verdade. E, com a regularidade marcante do time de Oswaldo de Oliveira, foi assim até o fim da etapa. Encaixado na marcação e envolvente no toque de bola, o líder do Brasileirão não deu brecha ao apático Flamengo. Lodeiro e Rafael Marques criaram as primeiras chances. E foi do atacante o gol que abriu o placar: em jogada ensaiada, aos 21, Seedorf bateu falta da direita, e ele surgiu na altura da marca do pênati para completar de pé direito, surpreendendo a defesa.

Para se ter uma ideia do grau de dificuldade rubro-negra, até os 32 nenhuma finalização havia sido registrada. João Paulo inaugurou essa estatística, cobrando falta de longe, mas Jefferson pegou. O mapa da mina alvinegro era o lado direito. Em tabelas rápidas e contragolpes após roubadas de bola na intermediária rival, praticamente todas as oportunidades surgiram pelos pés de Gilberto, Seedorf, Rafael Marques e Lodeiro - este quando variava a posição.



Seedorf disputa a bola com Gonzalez no 1º tempo
do clássico (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
O holandês do Botafogo, aliás, deu azar duas vezes e não foi capaz de levar uma vantagem maior para o intervalo. Em um dos chutes, com Felipe vendido, acertou o travessão, novamente de falta. Do outro lado, Gabriel e Carlos Eduardo não conseguiam manter a posse e municiar Moreno. Os dois foram muito criticados na saída de campo. E sobrou para Gabriel, sacado para a entrada de Adryan. Luiz Antônio também entrou, na vaga de Diego Silva, mal na cobertura.

Inversão de papéis e empate no fim

Como se fosse outra partida, com outros times, o segundo tempo virou. Com fôlego renovado na marcação, a equipe de Mano Menezes se adiantou e assustou o Glorioso já no primeiro lance. Adryan fez boa jogada e deixou Marcelo Moreno livre para bater, mas Jefferson salvou. O ritmo do clássico no Maracanã caiu, mas chamou a atenção a queda do conjunto do Botafogo, que não acertava mais quatro passes em sequência. Assim, a pressão foi inevitável.

A defesa alvinegra sofreu um apagão, e Adryan, que incendiou a partida, carimbou o travessão, aos 16, com uma bomba em lance que sobrou sozinho depois de desvio de Carlos Eduardo. A cena repetiu-se em cinco minutos, só que, desta vez, Elias tocou para o fundo da rede no rebote. Impedido, teve o gol anulado. Não bastasse um, mais uma vez Jefferson foi vencido por Elias, mas a jogada não valeu também por posição irregular. No entanto, um desvio em Bolívar no caminho criou polêmica, e os jogadores reclamaram muito com a arbitragem. O destino do volante rubro-negro, porém, ainda seria mudado.




Personagem da noite, Elias tenta superar a marcação de Vitinho (Foto: Cezar Loureiro / Agência o Globo)
Já menos organizado, o Flamengo reduziu um pouco o ímpeto na reta final, apesar de sempre rondar a área. O Botafogo, acuado, não tinha o que fazer a não ser se segurar. Irreconhecível, contava com a sorte, como em lance de Hernane rente à trave, e com a grande atuação de seu goleiro em duas cabeçadas à queima-roupa.

Mas os acréscimos foram longos. Cinco minutos por conta do atendimento justamente a Jefferson, que cortou a cabeça no início do segundo tempo. E Elias se tornou definitivamente o personagem da noite ao empatar aos 49, um prêmio a seu esforço e um castigo fatal ao Alvinegro.

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

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