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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Alvinegros vão ao Engenhão, soltam morteiro e atiram pedras em carro


Lateral-direito Edílson diz não temer reação da torcida, mantém tranquilidade e apoio a Oswaldo de Oliveira. Automóvel de preparador físico é alvo de pedradas



A ameaça se cumpriu e cerca de 20 torcedores do Botafogo foram ao Engenhão nesta quinta-feira protestar depois do treinamento por causa da saída do time do G-4 do Campeonato Brasileiro. Um grupo já havia cercado o ônibus e atirado ovos depois do empate em 0 a 0 com a Portuguesa, no Maracanã, na quarta-feira. Desta vez, atiraram um morteiro e ficaram na expectativa de pressionar novamente os jogadores na saída do estádio.

A polícia já havia sido acionada e uma viatura ficou à beira do campo durante o treinamento dos reservas realizado no anexo do Engenhão. Depois, um dos policiais chegou a ameaçar jogar uma bomba de efeito moral, o que ajudou a dispersar o grupo, que se colocou na saída do estacionamento Norte 2. O carro do preparador físico Leandro Cardoso foi atingido com pedras. Os titulares ficaram na academia, mas sabiam da possibilidade de protesto. Ao deixar o Engenhão em seu carro, André Bahia foi perseguido alguns metros por alguns torcedores, que não conseguiram causam mal ao jogador ou seu automóvel.

- Eu não tenho medo de nada. Sou homem para enfrentar qualquer coisa. Nada na minha vida foi fácil. A polícia está fazendo o papel dela e nós o nosso em campo. Essa situação é complicada, mas é um direito dos torcedores. Digo que estamos nos empenhando e nunca faltou raça a nenhum jogador - afirmou Edílson.

Torcedores vão ao treino protestar diante do mau momento do Botafogo (Foto: Thales Soares)

Durante o jogo contra a Portuguesa, a torcida até apoiou os jogadores. Na segunda-feira, alguns torcedores haviam feito um protesto no Aeroporto Internacional Tom Jobim depois da derrota por 2 a 1 para o Internacional, em Caxias do Sul.

No entanto, depois do empate consumado, a revolta tomou conta da torcida, que teve o técnico Oswaldo de Oliveira como principal alvo, gritando inclusive o nome de Cuca, atualmente no Atlético-MG e com forte ligação com o Botafogo. Edílson defendeu o treinador e disse que todo o grupo tem culpa pela atual situação do time.

- Eu, particularmente, não ouvi o torcedor gritar (o nome do Cuca), mas fiquei sabendo. Ele tem o direito de falar o que quer. O grupo, assim como o Oswaldo, é experiente para saber que os torcedores agem com emoção e não com a razão. Nós somos profissionais no mesmo barco e se a torcida falou nome de outro técnico também é culpa dos jogadores. Vamos fazer o nosso melhor para conseguir essa vaga, que é bem difícil, mas o Botafogo vai conseguir - comentou Edílson.

Polícia se fez presente no Engenhão diante das broncas da torcida (Foto: Thales Soares)
O próximo jogo do Botafogo pelo Campeonato Brasileiro é contra o Atlético-PR, novamente no Maracanã. Há uma promoção de ingressos para o confronto, e Edílson espera que a torcida possa apoiar o time mais uma vez na luta para voltar ao G-4.

- Diria que nada no Botafogo é fácil e precisamos do apoio deles. Sem eles, fica ainda pior. Precisam acreditar na gente. Pedimos um pouco de paciência. Estamos em quinto e com chances reais de Libertadores em um ano magnífico que a gente vem fazendo - disse Edílson.

Com 54 pontos, o Botafogo está na quinta colocação. O Goiás é o quarto, com 56. Rival de sábado, o Atlético-PR é o vice-líder, com 58, enquanto o Grêmio ocupa a terceira posição, com 57.


Por Thales Soares*Rio de Janeiro*Colaborou o estagiário Thiago Benevenutte

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