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sábado, 14 de dezembro de 2013

De Seedorf a Libertadores, vice de futebol do Bota abre o jogo para 2014


Chico Fonseca diz que holandês está nos planos do clube, considera sorteio do grupo positivo e não prevê chegada de nomes de impacto para a próxima temporada



Chico Fonseca fala em responsabilidade
administrativa para 2014 (Foto: Divulgação)
O Botafogo já vem se preparando para transformar 2014 em um grande ano para o clube com a volta para a Taça Libertadores depois de 17 anos de ausência. O vice-presidente de futebol, Chico Fonseca, mostra confiança no que vem sendo feito, no elenco já formado e garante entrar em qualquer competição para conquistar o título.

Apesar da grande questão sobre o futuro de Seedorf, Chico diz que o holandês está nos planos para o ano que vem. Ele ainda explicou a decisão sobre a saída de Oswaldo, considerou o sorteio dos grupos da Taça Libertadores positivo e afirmou que dificilmente haverá alguma contratação de impacto.

- Sem chance. A não ser que o nome de impacto concorde com os números do Botafogo - disse Chico Fonseca, em entrevista ao GloboEsporte.com.

Por enquanto, a única contratação bem encaminhada é a de Jorge Wagner, que está disputando o Campeonato Japonês com o Kashiwa Reysol e já assinou um pré-contrato com o Botafogo. Confira a entrevista com o dirigente falando sobre os planos para 2014 e explicando as decisões tomadas neste fim de temporada.

Libertadores

- O sorteio foi bom. Caso a gente passe pelo Deportivo Quito (na pré-Libertadores), o grupo que teremos pela frente é interessante, mas quem quer ganhar a Libertadores não pode escolher adversário nem onde vai jogar. Entro em todas as competições para ganhar. Jogar para participar não faz parte do meu perfil, nem do da diretoria. Se vai ganhar é outro detalhe.

Cautela financeira

- O que a gente fez com bastante sucesso foi tentar manter o elenco o máximo possível na medida do planejamento que discutiu desde o ano passado. Temos as peças principais e uma espinha dorsal que deve continuar. Na minha opinião, o Botafogo chegou aquém do que a gente esperava. Esperávamos mais do que o quarto lugar. Tem elenco e tinha para ganhar o campeonato, mas por diversos fatores que foram acontecendo ao longo do ano não conseguimos chegar. Estamos tentando manter o elenco e trazer alguns reforços, sempre pensando que deve haver responsabilidade administrativa para gerir, principalmente agora com o programa que vai substituir a Timemania e terá penalidades técnica pesadas. Da mesma forma que se faz com qualquer empresa, o clube não poderá gastar mais do que arrecada. É pensar cada vez mais em custo beneficio, gastando dentro do orçamento e com eficiência. Com uma folha mediada, o Botafogo conseguiu fazer isso e chegou ao quarto lugar. Vamos procurar ter mais eficiência.

Seedorf

Pode ser que resolva a vida de outra forma, mas acho difícil. Tem contrato vigente e acho que vai cumprir. Vamos chegar a uma conclusão na volta (de Seedorf).
Chico Fonseca


- No nosso planejamento está a permanência dele. Seedorf tem contrato com o Botafogo até o meio do ano que vem. Nós não chegamos a conversar detalhadamente sobre o que vai acontecer, mas temos na cabeça o necessário para que se prorrogue um pouco o contrato para cobrir toda a Libertadores. Quando o contrato termina e não vai até a final da última partida do calendário é preciso sentar e conversar na hipótese de ele querer ficar. Pode ser que resolva a vida de outra forma, mas acho difícil. Tem contrato vigente e acho que vai cumprir. Vamos chegar a uma conclusão na volta dele. Quando assinou com a gente, pediu que fosse dessa forma, pois havia feito assim ao longo da carreira. Mas o calendário brasileiro é diferente.

Oswaldo

- Oswaldo foi um consenso. Chegamos a um entendimento, pois havia um ciclo de trabalho que já tinha chegado ao seu limite, havia desgaste com jogadores, comissão técnica, diretoria, isso é natural como em um casamento. No futebol, mais ainda, pois envolve paixão e emoção. Semanalmente você está sofrendo à espera de um momento de alegria. O sentimento da torcida passa para o vestiário. É uma profissão extremamente emocional. Foram dois anos no clube basicamente com a mesma comissão e os mesmos jogadores. Só aconteceram mudanças pontuais. Estava na hora de Oswaldo mudar de ares. Ao longo do ano já vinha recebendo propostas e foi permanecendo. A gente sabia que ele era importante e foi. Ajudou a revelar jogadores da base e reconhecemos isso.

Novo técnico

- Ainda não foi resolvido. O Eduardo Húngaro, como qualquer outro de fora, está sendo analisado. Estamos discutindo nomes em função de salário, tempo de contrato, várias coisas.

Reforço de peso

- Sem chance. A não ser que o nome de impacto concorde com os números do Botafogo. Estamos conversando com alguns empresários de atletas de impacto, mas há diferença entre a proposta e o que eles querem. Se houver acordo, alguém vai ter que ceder muito e não vai ser o Botafogo. Não podemos prometer o que não podemos cumprir. Por isso, quem veio para o Botafogo renovou o seu contrato, como o Bolívar, que só jogou em clubes de alto nível e está acostumado com compromissos em dia. Renovou porque confia e acredita no trabalho.


Demissões na comissão técnica


- O processo de reformulação do departamento de futebol não começou hoje, mas em 2012, quando a diretoria do Botafogo passou a juntar a base com o profissional. Depois da minha chegada como vice de futebol, em setembro de 2012, intensificamos essas modificações, que eram planejadas e foram analisadas ao longo de um tempo. Analisamos todo um desempenho e várias situações. Fomos fazendo as modificações em relação a profissionais. Quando entra um médico, por exemplo, pode ter alguém que não queira continuar e ache melhor mudar. Nem sempre é o clube que toma essa decisão. Não poderíamos virar o balde e mandar todo mundo embora, até porque nem todo mundo é excelente que tenha que ficar, nem tão ruim que tenha que sair. Os profissionais do Botafogo são do maior gabarito. É o mesmo caso do Oswaldo. Ao longo do período, vai havendo um desgaste natural. Vitórias e derrotas contribuem para isso e criam arestas. Uma roda quadrada não gira e é de incumbência do gestor acabar com isso e decidir sobre demissões e saídas. Tomamos providências, mas nada que afete a filosofia do departamento.

Saídas e chegadas

- Queremos usar jogador como moeda de troca. A gente quer manter boa parte do elenco, mas 10% ou 15% podem sair nos ajudando a contratar algum outro jogador. Não é nossa intenção vender ninguém. Dentro do planejamento para 2014, apesar das dificuldades, não existe essa previsão de equilibrar o orçamento com venda do atual elenco. A gente consegue passar o ano com outros efeitos que não com venda. Um caso como o do Vitinho não posso evitar. Não tenho como impedir que um jogador seja assediado, receba uma fortuna para ir embora. Estamos em um país livre. Minha saída é oferecer um salário maior ou igual, mas não tenho condição. Isso é mercado.

Por Thales Soares Rio de Janeiro

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