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terça-feira, 8 de julho de 2014

Agora diretor, Gottardo criticou Bolívar em manifestações por salários

Ex-zagueiro disse que postura do General, apontado como líder das paralisações antes de partida decisiva na Libertadores, e de outros líderes foi desrespeitosa




Wilson Gottardo é apresentado no Tupi e promete reestruturação (Foto: Toque de Bola)
Gottardo não gostou das manifestações dos jogadores
 do Botafogo (Foto: Toque de Bola)
Anunciado como novo diretor técnico de futebol do Botafogo na noite desta segunda-feira, o ex-zagueiro Wilson Gottardo, no mês de abril, após a eliminação do time da disputa da Copa Libertadores, criticou as paralisações que os jogadores do clube fizeram antes de treinos, devido aos atrasos no pagamento dos salários. Na ocasião, em especial, o ex-jogador, que exercia a função de técnico no São José (SP), não poupou o zagueiro Bolívar, apontado como líder do grupo no protesto, Jefferson e outros líderes do elenco.

- Em toda a minha vida, com exceção de Cruzeiro, São paulo e Sport, quase nunca recebi em dia, sempre atrasado, dois, três, até cinco meses. E nunca pensei um dia sequer em fazer greve, nunca concordei com isso. Como não convivo no dia a dia, não sei quem encabeçou este movimento, também não faço questão de saber, mas pela postura que ele (Bolívar) tem, Jefferson e alguns jogadores líderes têm, acho que não podia fazer isso. Tinha que ter continuado trabalhando. Encaro como uma falta de respeito. Aí já entra uma posição do comando técnico em permitir isso - afirmou Gottardo, em entrevista ao programa "A Última Palavra", da Fox Sports.

Além das manifestações criticadas por Gottardo à época, os jogadores do Botafogo posicionaram-se mais uma vez contra a diretoria na semana passada, pelos mesmos problemas. O elenco recusou-se a viajar para João Pessoa, na Paraíba, onde estava marcado um amistoso contra o Botafogo-PB.

Como jogador, Gottardo foi bicampeão carioca pelo Botafogo e conquistou o último grande título do clube, o Campeonato Brasileiro de 1995. Para justificar sua posição contrária ao movimento dos jogadores do elenco alvinegro, que convivem com dois meses de atrasos de salários na Carteira de Trabalho, além de outros cinco de direitos de imagem, o ex-capitão lembrou as dificuldades pelas quais teve de passar para ter uma carreira vitoriosa dentro de campo.

Alvinegros fizeram diversas paralisações por salários em dia (Foto: Vitor Silva/SS Press)

- Muitas vezes quando jogava, deixei de receber salário. Não foi apenas eu, para pagar quem recebia menos, como o pessoal da rouparia. Era normal na época. Fui campeão no Botafogo com cinco meses de salários atrasados e no Flamengo com quatro. Nem por isso perdi a alegria de jogar. Sempre dizia que podia ser a última oportunidade dos jogadores, falava para fazermos a dívida do clube conosco aumentar - disse Gottardo.

O ex-zagueiro será apresentado nesta quarta-feira. Ele chega para substituir Sidnei Loureiro, que deixou o cargo na semana passada, desgastado pelos problemas do clube. Além de Sidnei, outras pessoas do departamento de futebol podem deixar o clube, caso do vice presidente de futebol Chico Fonseca.


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