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terça-feira, 28 de março de 2017

Redução de dívida, déficit... Botafogo vota seu balanço de 2016 nesta quinta


Clube paga mais de R$ 20 milhões em débitos, lucra mais que o orçado com o futebol, mas altos gastos com Arena da Ilha impedem que setor financeiro feche o ano no azul


O Botafogo vota na noite desta quinta-feira, em reunião do Conselho Deliberativo, a aprovação de seu balanço do exercício de 2016. Cada área do clube fechou os seus respectivos relatórios, que foram enviados a todos os conselheiros na semana passada. O GloboEsporte.com teve acesso aos documentos e apresenta aos torcedores, nos próximos três dias, os principais pontos que serão apreciados pelos poderes internos do Alvinegro. Começando pelas finanças:




DÍVIDA TOTAL
Evolução da dívida do Botafogo nos últimos anos: expectativa é de igualar o débito de 2012 até 2020 (Foto: Reprodução)

Pelo segundo ano seguido, o Botafogo conseguiu reduzir sua dívida, que chegou a ser a maior do futebol brasileiro em 2014 com um débito de R$ 806.152.000,00. Em 2015, o montante já havia diminuído em cerca de R$ 100 milhões, graças aos refinanciamento junto ao Profut (Programa de modernização da gestão e de responsabilidade fiscal do futebol brasileiro). No ano passado, nova redução, agora de R$ 20.543.000,00, caindo o débito para R$ 685.486.000,00.


– Os resultados econômicos e financeiros de 2016 demonstram, portanto, uma situação econômica e financeira do Botafogo ainda extremamente grave, porém numa tendência de estabilização ou mesmo de melhoria. (...) Uma análise superficial permite projetar que em aproximadamente quatro anos, mantida a performance financeira alcançada em 2016 e sem considerar os efeitos da inflação, a dívida do Botafogo estará equacionada no mesmo patamar do ano de 2012 – escreveu o vice-presidente de finanças, Luiz Felipe Novis, em seu relatório.



FUTEBOL E DEMAIS ÁREAS


Carro-chefe do clube, o futebol foi bem em 2016 e arrecadou mais do que previa o orçamento com a campanha do vice-campeonato carioca e a trajetória de classificação à Libertadores. Foi a única área – junto com estádio, que é um capítulo à parte – a obter receitas maiores do que o esperado: R$ 18.665.049,00 acima do programado (veja no quadro abaixo). Vale lembrar que teve a venda de Ribamar para o TSV Munique 1860, da Alemanha, por R$ 9 milhões, e a segunda parcela do Olympique de Marseille, da França, por Dória, no valor de R$ 7,3 milhões.

Quadro mostra a comparação entre o orçamento em 2016 e o que foi obtido ao final da temporada (Foto: Reprodução)

Maiores receitas, porém, maiores despesas. Foram R$ 12.378.399,00 a mais de custos com o carro-chefe, somando R$ 92.432.624,00. Áreas como remo e esportes gerais também gastaram mais que o previsto, mas em números próximos, longe da diferença do futebol. O departamento teve um aumento de 51% em relação ao gasto com pessoal em 2015. Segundo relatório, o aumento foi pela necessidade de se reforçar a equipe para o Campeonato Brasileiro da Série A.


DÉFICIT X ARENA DA ILHA

Como mencionado antes, o item estádio é um capítulo à parte. Rendeu mais receitas que o esperado, só que ainda mais despesas fora do programado. Tudo isso devido ao projeto da Arena Botafogo no Luso-Brasileiro, que foi orçado em R$ 5 milhões, mas saiu muito mais caro. Com investimento em arquibancadas provisórias, gramado, reforma de vestiários e sala de imprensa, banheiros químicos, cabines de imprensa, pintura, acesso, roletas, instalação de refletores e outras obras emergenciais, a despesa total foi de R$ 12.964.000,00.

Arena Botafogo custou quase R$ 13 milhões aos cofres do clube e potencializaram o déficit (Foto: Divulgação / Botafogo)

A Arena da Ilha, que recebeu um total de 128 mil pessoas, com uma renda bruta de R$ 3.199.000,00, foi a maior responsável pelo clube não ter fechado o ano no azul. De acordo com o balanço patrimonial, o Botafogo apresentou em 2016 um déficit de R$ 9.243.000,00 causado, principalmente, pelos investimentos nas obras em diversas sedes (Luso-Brasileiro, Ginásio em General Severiano, Sede de Remo e personalização do Estádio Nilton Santos), além das atualizações monetárias dos impostos, dos parcelamentos e dos juros dos contratos de mútuos.


– No caso específico da Arena Botafogo, deve-se ressaltar a contrapartida do enorme ganho técnico do empreendimento, que permitiu ao Clube não apenas evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2016, como também garantir a sua participação na Copa Libertadores em 2017 – ponderou Novis em seu relatório sobre a análise de resultados.



EMPRÉSTIMOS

A maior parte da dívida do Botafogo está concentrada em débitos trabalhistas e fiscais, já equacionados pelo Ato Trabalhista e pelo Profut, respectivamente. Mas o clube ainda precisa lidar com os empréstimos via credores como por exemplo a CBF, a Ferj, o Banco BMG... No processo de renegociação, o total do endividamento teve uma redução de 1,06%.

Relação de credores e empréstimos do Botafogo: em 2016, clube assumiu dívida da Cia. Botafogo (Foto: Reprodução)

Porém, o endividamento líquido sofreu um aumento de 11,59% em relação ao valor em 31 de dezembro de 2015. Resultado decorrente, principalmente, pelo fato de o clube em 2016 ter assumido integralmente a dívida e as demais obrigações da Companhia Botafogo.



PREVISÃO PARA 2017


Dos seis tipos de dívidas, o Botafogo em 2016 diminuiu quatro: empréstimos, trabalhista, fiscal / tributária e de negociação de atletas (veja no quadro abaixo). Na contramão, os débitos da área cível e de fornecedores sofreram aumentos. O cenário ainda é considerado preocupante, mas a expectativa do departamento financeiro em 2017 – último ano da gestão de Carlos Eduardo Pereira – é manter o passivo do clube sob controle e melhorar o equacionamento da dívida total através das renegociações e operações de crédito.

Gráficos mostram a dívida total do Botafogo dividida por área: maiores quantias hoje são trabalhistas (Foto: Reprodução)

– Apesar de riscos visíveis e invisíveis, que surgem na gestão diária do clube, alguns fatores positivos, como a revitalização e o potencial de negócios do Estádio Olímpico Nilton Santos, os novos patrocínios, as novas receitas de premiação da Taça Libertadores, e a grande capacidade do futebol da base em gerar novos recursos pela venda de direitos federativos, permitem trazer o necessário otimismo e motivação em relação ao futuro do Botafogo em 2017 e adiante – analisou Novis no fim de seu relatório.


O orçamento, aprovado no último mês de dezembro, para 2017 tem previsão de receitas na ordem de R$ 191 milhões, quase R$ 40 milhões a mais do que ano passado. Carro-chefe, o futebol vai gerar cerca de R$ 166 milhões. A previsão de despesas do Botafogo para 2017 é de R$ 134 milhões. No orçamento, o futebol alvinegro vai gastar R$ 99 milhões, incluindo salários e encargos de jogadores e comissão técnica do elenco profissional e da base.

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Fonte: GE/Por Thiago LimaRio de Janeiro

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