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terça-feira, 16 de abril de 2019

Os desafios de Eduardo Barroca: treinador chega com missão de colocar Botafogo nos trilhos


Novo comandante retorna ao Alvinegro para o principal desafio de sua carreira: pela primeira vez, comandará uma equipe profissional. Veja situações a serem trabalhadas pelo técnico



Vitor Silva/SSPress/Botafogo



Eduardo Barroca começa, nesta terça-feira, no Botafogo, o principal desafio de sua carreira: pela primeira vez, comandará uma equipe profissional. Com apresentação marcada para esta tarde no Nilton Santos, o novo treinador chega com a missão de corrigir uma série de situações e colocar o Alvinegro nos trilhos depois das eliminações precoces no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil.


Aos 36 anos, Barroca volta ao ambiente onde trabalhou de 2016 a 2018, nas divisões de base do Botafogo. Saiu de General Severiano com alguns títulos na bagagem, como o Campeonato Carioca e o Campeonato Brasileiro sub-20. Reencontrará jogadores e profissionais com quem conviveu, como o auxiliar técnico Bruno Lazaroni, que elogiou o novo comandante:


- Convivência muito boa! Excelente profissional, detalhista, tem formidável leitura de jogo, vencedor, ao estilo Guardiola na maneira incessante que busca soluções para a equipe. Independentemente do treinador, nós da comissão fixa do clube temos o dever de facilitar e agilizar o processo de adaptação do profissional que chega. No caso do Barroca, ele já conhece o clube, funcionários e mais da metade do elenco.


Confira alguns desafios que Barroca precisará enfrentar no Botafogo:


Os cornetados

Alguns jogadores do elenco têm sido alvos das cornetas de parte da torcida desde o início da temporada. Marcinho, Gilson e Kieza são os mais visados. Pimpão e Luiz Fernando também convivem com as críticas. Fortalecer o psicológico desses atletas é um dos principais desafios de Barroca.




Kieza é um dos cornetados pela torcida alvinegra — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



Defesa

Os espaços na defesa do Botafogo chamam a atenção, em especial pelo lado direito. Em entrevista recente ao GloboEsporte.com, Marcinho admitiu que ainda precisa evoluir defensivamente. O jogador começou como meia na base e, não faz muito tempo, passou a atuar na lateral direita.




Espaços no lado direito da defesa alvinegra chamam atenção — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Isso explica a deficiência. Quando Marcinho sobe para apoiar o ataque, geralmente deixa um buraco, que não tem sido bem coberto pelos companheiros. Encurtar os espaços e melhorar o posicionamento defensivo são mais tarefas para a lista do novo treinador.



Padrão de jogo

Está aí um dos grandes problemas do Botafogo versão 2019. Zé Ricardo não conseguiu dar padrão de jogo ao time, que não mostrou grande evolução mesmo após a eliminação do Carioca e os dez dias apenas treinando antes da eliminação da Copa do Brasil.


O atual comandante tem a missão de definir ainda a principal escalação do Alvinegro. Zé fez inúmeros testes nesses três meses e não encontrou a formação ideal. Em apenas uma vez, repetiu a escalação em dois jogos seguidos.



Ataque

O ataque é também um problema a ser solucionado: o Botafogo tem 26 gols, sendo um contra, em 17 jogos na temporada - média de 1,52 por partida. Desses, 15 foram marcados por atacantes.


O centroavante Kieza tem apenas um gol na temporada, marcado no dia 11 de março, contra o Madureira. Antes, havia anotado pela última vez em 30 de novembro, diante do São Paulo.




Diego Souza tem um gol em cinco jogos — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo



O jogador perdeu vaga para Diego Souza, contratado em março passado. O principal reforço do time ainda não conseguiu render o que se espera dele: marcou um gol em cinco jogos até aqui. Barroca terá que trabalhar uma maneira de fazer o camisa 7 brilhar como ele fez em outros times.


Erik, com sete gols, é o artilheiro da equipe em 2019. O camisa 11 assumiu, no início da temporada, o protagonismo que buscava quando escolheu o Botafogo, mas caiu de produção.



Gols dos atacantes do Botafogo na temporada:

Erik: 7
Pimpão: 3
Ferrareis: 2
Luiz Fernando, Diego Souza e Kieza: 1



Criação
A falta de gols dos atacantes é resultado também da deficiência no setor de criação do Botafogo. O time conta com apenas um armador no elenco atualmente: Leo Valencia, que pouco jogou na temporada. Encontrar o camisa 10 da equipe é outro dos principais desafios de Barroca. Falta alguém para distribuir as jogadas e colocar os atacantes em boas condições para finalizar.




Único meia de criação, Valencia pouco jogou em 2019 — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.



Problemas internos

A dificuldade financeira do Botafogo não é segredo, e o problema tem afetado o elenco, que convive com os atrasos salariais. Antes do primeiro jogo contra o Juventude, por exemplo, o elenco decidiu não se concentrar em protesto aos quase dois meses de pagamentos não recebidos. Barroca precisará dominar essa situação e ser uma ponte entre atletas e diretoria para que os problemas internos não reflitam em campo.



O treinador tem a preocupação ainda de conquistar a confiança de parte da diretoria alvinegra, visto que sua contratação não foi unanimidade entre os dirigentes e causou desconforto no já abalado ambiente político do clube.



Administrar os mais experientes
Barroca ainda não teve experiência no comando técnico de uma equipe profissional de forma efetiva - chegou a comandar o Bahia como interino em alguns jogos. O treinador trabalhou nas divisões de base do Botafogo de 2016 a 2018 e, por isso, conhece os atletas sub-23 do clube. Alguns deles reencontrarão o comandante agora no time principal.




Pela primeira vez, Barroca comandará grupo de jogadores mais cascudos — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo


Outro desafio do técnico será, então, lidar com um grupo de jogadores mais experientes, como Cícero, Diego Souza, Carli e Diego Cavalieri. Barroca tem 36 anos, mesma idade, por exemplo, do goleiro reserva do Alvinegro. Terá que encarar e ganhar a confiança dos mais cascudos.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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