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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Análise: Botafogo não é brilhante, mas mostra variação e vence com apoio da torcida no Nilton Santos


Escalado com quatro jogadores de frente, time tentou ser mais ofensivo, mas deixou a desejar; mais de 18 mil pessoas acompanharam o triunfo por 2 a 1 sobre o CSA no estádio




 Melhores momentos: Botafogo 2 x 1 CSA pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro



O Botafogo não jogou bem, mas fez o suficiente para conseguir sua primeira vitória sob o comando de Alberto Valentim. Empurrado pelos mais de 18 mil torcedores presentes no Nilton Santos, o Alvinegro venceu o CSA, adversário direto na luta Z-4, por 2 a 1 em jogo usado para novos testes do novo treinador.


Como havia sinalizado, Valentim deu outro passo para tornar o jogo do Botafogo mais ofensivo. Optou por entrar com Victor Rangel no lugar de Bochecha, e o Alvinegro teve quatro jogadores de frente desde os minutos iniciais.


Leo Valencia soube aproveitar melhor a nova chance como titular. O chileno deu dinamismo ao time e participou das principais jogadas criadas pelo Glorioso. Deixou o meio mais leve e objetivo e contribuiu para que o Botafogo não fosse tão lento como nos últimos jogos.



Valencia fez boa partida — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


Assim como contra o Vasco, o Botafogo seguiu na tentativa de verticalizar seu jogo diante do CSA. A troca de passes na defesa não teve vez no Nilton Santos, mesmo quando a equipe abriu o placar em gol contra de Luciano Castán aos 15 minutos do primeiro tempo. Luiz Fernando cruzou da direita, e o adversário desviou para o próprio gol. Depois disso, o atacante alvinegro pouco participou do jogo, a não ser por uma finalização cruzada aos 42.


Apesar de não se acomodar com o resultado, o Botafogo não teve grandes momentos após o gol. Fez um jogo chato no Nilton Santos. Das sete finalizações na etapa inicial, apenas uma foi no gol: uma cobrança de falta de Cícero defendida facilmente por João Carlos. Os problemas de criação persistiram.


Melhor nos minutos finais do primeiro tempo, o CSA continuou a pressionar o Botafogo na segunda etapa. Aos 20 minutos, a insistência deu certo, e o adversário empatou de pênalti após a bola bater involuntariamente no braço de Yuri.


Torcida, que não havia parado de apoiar após o gol do CSA, vibra no Nilton Santos. na frente! #trnilton




Nesse momento, a torcida foi fundamental. O empate não abalou a arquibancada, e os alvinegros entoaram gritos de apoio para motivar a equipe. Três minutos depois, brilhou a estrela de um garoto que havia entrado pouco antes: Igor Cassio dominou lançamento de Gabriel, que fez excelente leitura de jogo, e bateu de canhota para marcar seu primeiro gol como profissional. Gol que tira um peso das costas do Botafogo, agora com 33 pontos, a cinco do Z-4.



Sem brilho, o Botafogo seguiu na vontade para assegurar a vitória diante de sua torcida. Ao fim, o time de Valentim somou 17 finalizações, cinco delas no gol. Uma saiu dos pés de Victor Rangel, surpresa na escalação. O atacante, que perdeu chance frente à frente com o goleiro do CSA no início da segunda etapa, arriscou também um voleio nos minutos finais e furou. Não teve grandes chances, mas revezou com os companheiros na marcação.


Se o desempenho ofensivo do Botafogo foi sonolento em boa parte do jogo, tem muito a ver com a fraca atuação de Diego Souza. Muitas vezes sem opção de passe, o atacante se precipitou, fez escolhas erradas e desistiu das jogadas. Nos minutos finais, o camisa 7 pareceu cansado, mesmo não tendo aparecido tanto na partida.



Diego Souza não foi bem — Foto: André Durão/GloboEsporte.com


O que funcionou

- Variação de jogo. Valentim seguiu com os testes e, assim como foi contra o Vasco, o Botafogo tentou ser mais ofensivo. Para isso, abriu mão da posse de bola e jogou no erro do adversário. Quando tinha a bola, o Alvinegro evitou a troca de passes inofensiva.



POSSE DE BOLA

Botafogo: 44%
CSA:        56%

- Movimentação. O time parece mais rápido após os primeiros treinos com Valentim. Os quatro jogadores de frente se revezaram nas funções ofensivas, e a bola longa surtiu efeito. O movimento de Igor Cassio para receber o lançamento de Gabriel foi bem executado e essencial para a vitória.


- Escalação de Valencia. O chileno, um dos poucos meias com características ofensivas do elenco, voltou a fazer boa partida e mostrou que pode ter lugar no time. Esteve envolvido nas principais jogadas de frente e fez escolhas mais acertadas contra o CSA.


Show de luzes no Niltão. #trnilton


Para ficar atento

- Facilidade para o adversário chegar no último terço. Depois de fazer o gol, o Botafogo permitiu que o CSA avançasse mais em seu campo de defesa, e a marcação, que começou alta, foi recuando, o que deixou o time adversário com mais espaços para se aproximar do gol de Gatito.


- Oscilação de Diego Souza. O atacante, com boas atuações pontuais, ainda não fez um jogo de desempenho memorável na temporada e continua a oscilar. Contra o CSA, terminou o jogo de forma sonolenta.


- Finalizações. O Botafogo ainda não encontrou o segredo para manter uma boa média de finalizações durante as partidas. Levou poucos sustos ao gol de João Carlos e precisa melhorar a produção para seguir somando pontos e alcançar o primeiro objetivo de Valentim: zerar as chances de rebaixamento.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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