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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Análise: erros bobos no início transformam Botafogo (mais uma vez) em presa fácil na Vila


Vacilos na bola parada e na saída deixam time de Alberto Valentim com 2 a 0 de desvantagem em 12 minutos de jogo; tentativa de reação - sem sucesso - foi na bola parada


"Deixar o time veloz, forte na marcação, mas com poder de ataque também. Não só nas construções, nas saídas de bola, mas também nas transições ofensivas".



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Essas foram as palavras de Alberto Valentim antes de a bola rolar na Vila Belmiro ao explicar por que barrou Diego Souza e iniciou o jogo contra o Santos com Fernando, Wenderson e Igor Cássio como titulares. Veloz, porém, foi o adversário. Com 12 minutos de jogo, não perdoou erros bobos do Botafogo e abriu 2 a 0. No fim, goleou por 4 a 1.


O Botafogo mais uma vez foi presa fácil neste returno. Tentou reagir, mas faltou repertório. Se limitou aos bons cruzamentos de Marcinho, um deles acabou em gol de Igor Cássio. Jorge Sampaoli, técnico do Santos, foi bem realista após o duelo. Falou que poderia ser de cinco ou seis. E cabia mesmo.



Bochecha, do Botafogo, não jogou bem neste domingo — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Bochecha não aproveitou a segunda chance consecutiva no lugar de Cícero. Pecou em seu melhor fundamento, que é o passe. Abusou dos erros, não qualificou a saída de bola e, portanto, não tirou o Botafogo do campo de defesa.


Wenderson até conseguiu se encaixar na proposta de Valentim. Deu botes, fez desarmes, procurou passar a bola rapidamente, tanto que armou rápido contra-ataque com passe vertical para Victor Rangel. Mas o jovem, no cômputo geral, não conseguiu fazer diferença positivamente.



Wenderson conseguiu fazer o que Valentim pediu dele — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Apesar de já ter jogado na França e ser tratado como joia na base alvinegra, o lateral-direito Fernando não tem se saído bem no time profissional. Depois de um erro coletivo no primeiro gol (na bola parada), o garoto falhou na saída de bola ao entregar nos pés de Sasha, que passou a Sánchez antes de a bola chegar em Marinho, autor do segundo gol do Peixe.


Igor Cássio fez o que de si esperava: gol. E esteve perto de outro também num cruzamento de Marcinho. Artilheiro na base, o jogador ganha espaço com Alberto Valentim e tem tudo para seguir.


Apesar das análises individuais, a grande verdade é que os gols precoces do Santos obrigaram o Botafogo a correr, sem muita criatividade, atrás do resultado. As mudanças de Valentim acabaram não sendo efetivamente testadas.


- Tomamos o gol muito cedo, a ideia era que fizéssemos um primeiro tempo como começamos segundo, não deixando o Santos sair. Apesar que o primeiro gol foi de bola parada, não podemos tomar gols assim no começo. Depois numa saída errada nossa, eles fizeram o 2 a 0 com a gente no jogo ainda. Depois, diminuímos. A proposta com esses jogadores seria começar o primeiro tempo como começamos o segundo - afirmou Valentim após o jogo.


Já são quatro derrotas em cinco jogos com Alberto Valentim. Venceu o modesto CSA (2 a 1), mas não foi páreo para os também gigantes Vasco (2 a 1), Grêmio (3 a 0), Cruzeiro (2 a 0) e Santos (4 a 1).


Bola parada e Marcinho, os poucos pontos positivos


Se há algo positivo a se destacar foi a bola parada do Botafogo. Marcinho estava com o pé calibrado e deixou os companheiros em excelentes condições por diversas vezes. Mas quando a fase é ruim... O jogador deixou o campo após leve torção no joelho direito. Espera-se que não seja nada grave.


Gatito, apesar de ter falhado no segundo gol do adversário, merece também menção honrosa. Evitou o pior com ótimas defesas.


- Acredito que, para conseguir alguns resultados importantes, vocês precisa vencer alguns jogos que todos acham improváveis - disse Valentim, ao projetar o jogo contra o Flamengo.


O treinador entendeu o espírito. O Botafogo precisa vencer rivais do seu patamar histórico e com poder de fogo maior em termos de elenco. Nos últimos oito jogos, terá pela frente os modestos Avaí, Chapecoense e o lutador Ceará, que está acima dos outros dois. Mas pegará os também gigantes Flamengo, Corinthians, Internacional e Atlético-MG, além do não menos importante Athletico-PR.


Vencer times que estão na mesma prateleira do Botafogo tratando-se de tradição é necessário. É urgente. Pela autoestima, pelo futuro da S/A e pela sobrevivência.


Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

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