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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Análise: Botafogo inova com Cícero "líbero" e ideias diferentes na goleada sobre a Cabofriense


Volante volta ao time titular com nova função, e equipe apresenta outra formação nos 6 a 2 no Nilton Santos. Luis Henrique rouba a cena no ataque junto de Pedro Raul e Bruno Nazário




Seja para elogios ou críticas, o 6 a 2 do Botafogo sobre a Cabofriense tem que ser colocado no contexto confuso que antecedeu a volta do Campeonato Carioca. O desempenho não pode ser avaliado propriamente, mas as novas ideias que Paulo Autuori apresentou na manhã do último domingo foram positivas.


De um dos camarotes, longe do comando do time em sinal de protesto, o treinador viu na prática alguns testes que foram decisivos para a construir a goleada. Apesar de o destaque ter sido o ataque, as grandes mudanças aconteceram do meio para trás, principalmente com dois jogadores: Honda e Cícero.


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Com papel mais defensivo, volante fez um gol — Foto: André Durão


Os desfalques na defesa deram oportunidade para o volante, que foi improvisado como zagueiro, mas com liberdade para ajudar na saída de bola. O que fez muitos torcedores recordarem do "líbero", função mais comentada em outros tempos do futebol. Jogou atrás dos zagueiros, mas com liberdade com a bola. Quando avançava, ficava em um espaço do campo próximo do japonês, que recuou para ajudar na armação já que Alex Santana foi o meio-campista mais defensivo.


A formação exigiu mais sacrifício na marcação de todos os atletas, mas aumentou o poder de fogo e as opções ofensivas. O placar elástico no final dá confiança para que se repita a fórmula, mas em situações que parecem específicas. Como em um duelo claramente desnivelado e de pouco espaço como foi Botafogo x Cabofriense.



Time mudou funções no meio de campo — Foto: André Durão


Luis Henrique rouba a cena


As ideias coletivas parecem promissoras, mas quem anima de fato o torcedor é Luis Henrique. O jovem atacante, de apenas 18 anos, deu mais uma prova de talento ao fazer um gol e dar passes para outros dois na goleada. O atacante praticamente ignorou o tempo de inatividade e voltou a mostrar dribles rápidos e agressividade em direção ao gol.


Luis Henrique, Pedro Raul e Cícero foram os destaques da vitória. Bruno Nazário e Caio Alexandre também agradaram, e Honda foi bem em nova função.



Pedro Raul, Bruno Nazário e Luis Henrique, três destaques do Botafogo — Foto: André Durão


Junto de Pedro Raul e Bruno Nazário, o garoto formou um trio que fez a defesa adversária sofrer. Todos saíram de campo com gols na conta - o camisa 9 fez dois. Não só eles: quando tinha a bola, o Bota subia ao ataque com muitos jogadores, na tentativa de sufocar o rival. Tanto que Cícero, zagueiro, apareceu na intermediária para fazer um golaço em chute de longe. Individualmente, outro que saiu com moral foi Caio Alexandre. Deu assistência, encaixou bons passes e fez um golaço para fechar os 6 a 2.


As ideias são positivas e merecem mais testes, mas é preciso colocar na balança a condição em que a partida ocorreu. A Cabofriense teve pouquíssimo tempo de treino e um time desfigurado durante os três meses de paralisação. O próprio Botafogo só conseguiu uma semana de trabalho antes de entrar em campo.


O resultado deixa o clube alvinegro mais confortável na tabela da Taça Rio. A equipe jogará a última rodada no segundo lugar, empatado em pontos com o Boavista mas dentro da zona de classificação. Depende de si para avançar ao mata-mata. O próximo jogo, na quarta-feira, será contra a Portuguesa-RJ.


Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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