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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Análise: mais fraco no contra-ataque, Botafogo precisa de paciência para avançar na Copa do Brasil


Time de Paulo Autuori falhou em ser incisivo assim como nas partidas contra Atlético-MG e Flamengo; ao encarar um time um pouco menos ofensivo precisou criar e não foi bem







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A classificação para a quarta fase da Copa do Brasil com a vitória por 2 a 1 em cima do Paraná vem com o momentâneo alívio financeiro de R$ 2 milhões, a felicidade de avançar, mas também com uma preocupação: a criatividade no meio de campo. No jogo de volta da terceira fase, o Botafogo apostou na mesma estratégia que deu certo contra o Atlético-MG e parcialmente contra o Flamengo. Novamente ela funcionou, mas deixa um alerta ligado para a equipe de Paulo Autuori.


Se exibiu um futebol que agradou muitos torcedores pela efetividade nos dois jogos anteriores, na noite da última quarta-feira não aconteceu o mesmo. Como o Paraná não era uma equipe com o mesmo ímpeto ofensivo dos últimos dois adversários, o Botafogo precisou propor um pouco mais o jogo e não conseguiu se valer somente da velocidade de Luis Henrique.


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Bem marcado, Luis Henrique não conseguiu puxar tantos contra-ataques — Foto: Vitor Silva / Botafogo



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Faltava a experiência, cadência e visão de jogo principalmente Honda e Bruno Nazário. Os dois jogadores mais criativos do clube não têm mostrado um bom futebol nos últimos jogos, em especial o camisa 10. Sem ter a arma do contra-ataque, por muitas vezes o Botafogo precisou propor o jogo, mas a bola passava de pé em pé de maneira burocrática chegando de uma lateral até a outra, isso com pouca movimentação no preenchido meio de campo.


Essa foi a tática que Paulo Autuori elaborou - provavelmente sem a intenção de ter tanto a bola. É perceptível que o treinador joga com base no que o outro time propõe como filosofia de jogo e acerta ao explorar o erro adversário. Mas além de saber jogar no contra-ataque, o Botafogo precisa aprender a atuar propondo o jogo. Antes do início do Campeonato Brasileiro, o time já mostrou isso com os três jogadores do meio de campo, principalmente com os passes para frente de Caio Alexandre e Bruno Nazário. Mas a impressão é de que algo se perdeu no caminho.


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Enquanto esteve em campo, Bruno Nazário não conseguiu dar tanta criatividade para o meio do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo



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É possível que Autuori resolva jogar da mesma forma contra o Internacional, no próximo sábado, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Nilton Santos. Acontece que se o Colorado não for para cima, o Bota vai precisar mostrar mais criatividade. E isso vai se repetir contra times que prefiram jogar sem a posse de bola e pressionando o adversário.


A vitória e a classificação trazem, sim, um alívio para o Botafogo e isso é claro. Mas tanto a torcida, quanto Paulo Autuori e os jogadores precisam estar atentos à falta de criatividade que o time mostra. Até porque uma vez que o adversário consiga marcar bem Luis Henrique, o clube não tem outra válvula de escape.



Honda também esteve um pouco sumido do jogo e não está em boa fase — Foto: Vitor Silva / Botafogo


Deu bom

Gatito Fernández salvou muitas vezes a equipe alvinegra ainda no primeiro tempo. Sufoco poderia ser ainda maior sem as defesas do goleiro paraguaio, que está em grande fase;
Conforme Marcinho volta aos treinamentos, Autuori parece ter em Kevin uma opção mais ofensiva pela lateral direita. Ele fez a segunda partida como titular e foi bem nos cruzamentos;
Bola aérea do Botafogo tem se mostrado uma boa chance de gol. Foi assim que Marcelo abriu o placar e Kanu acertou a trave.


Deu ruim

Contra-ataques do Botafogo não foram tão eficientes quanto antes e como o Paraná não se expunha tanto, acabava por dificultar as chances dos cariocas;
Falta de criatividade por vezes irritou a torcida botafoguense. O time trocava passes sem muito esforço de furar a defesa do Paraná e não criava tanto;
O meio de campo esteve apagado e sem brilho. Caio Alexandre não conseguiu os bons passes que o alçaram ao time titular, Honda não deu a cadência no meio de campo e Bruno Nazário não deixou os companheiros na cara do gol, são pontos a melhorar quando precisar ter mais a bola.



Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro

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