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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Pressa, jogo duro na Bolívia e resposta à crise: a aposta do Botafogo em Ramón Díaz


Exigências da federação boliviana atrapalharam negociação com César Farías e abriram espaço para o argentino. Primeira missão será controlar o momento turbulento em General Severiano



Sai César Farías, entra Ramón Díaz e o Botafogo mantém a decisão de contratar um treinador estrangeiro para comandar o clube neste 2020 turbulento. A diretoria alvinegra mudou do venezuelano para o argentino porque não tem tempo a perder na temporada.


Díaz estava livre no mercado, o que encurtou consideravelmente a negociação. Ele deixou o Libertad, do Paraguai, em setembro. Com o currículo vitorioso e a experiência de décadas no futebol, seja como jogador ou treinador, o clube viu uma boa escapatória para não ficar sujeito às vontades da Federação Boliviana de Futebol.


Isso porque o presidente da entidade, Marcos Rodríguez, fez jogo duro para liberar a antiga prioridade do Bota, César Farías. Balizado pela multa rescisória do contrato, o dirigente fez exigências e não liberou o treinador de imediato. A única chance seria a partir do dia 17, depois das rodadas de novembro das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.


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Díaz é esperado no Brasil nesta quinta-feira — Foto: Reuters


O Botafogo viu a condição como inaceitável porque tem pressa para arrumar a casa. No momento, o elenco é liderado pelo preparador de goleiros Flávio Tenius e pelo auxiliar-técnico recém-chegado Lúcio Flávio. Com a proximidade da zona de rebaixamento e a eliminação da Copa do Brasil, a torcida pressionou e a temperatura aumentou nos bastidores. A diretoria viu o risco de ficar à deriva no meio da crise.


Por isso, a intenção é colocar o novo treinador à beira do campo já no domingo, contra o Bahia, fora de casa, pela 20ª rodada do Brasileirão. Díaz é esperado no Rio de Janeiro já nesta quinta-feira para assinar contrato e ser apresentado aos torcedores.


Negativas no mercado brasileiro

A solução gringa não foi a primeira opção do Botafogo. Com quatro meses para o fim do campeonato e a necessidade de resultados no curto prazo, a preferência foi por treinadores experientes do futebol nacional. Só que o mercado não se apresentou favorável.




Ex-Bahia, Roger era o favorito no Bota — Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia


Nas buscas iniciais, os dirigentes tentaram Roger Machado, cogitaram Lisca e viram Alexandre Gallo ser oferecido. Nenhuma das alternativas vingou. Limitado financeiramente e diante dos principais nomes do país já empregados, o clube atravessou a fronteira.


Houve sondagem pelo brasileiro Alexandre Guimarães, que fez carreira no exterior, mas o ex-técnico da Costa Rica pretende continuar no mercado de seleções. Foi quando o Bota tentou Daniel Garnero e César Farías, mas as negociações fracassaram.


Após idas e vindas, Ramón Díaz surgiu como um nome experiente e dentro do orçamento. O fator financeiro foi decisivo, mas não pelos salários. Isso porque o argentino chega ao Rio perto da projeção de custo feita por outros brasileiros sondados. Pesou a favor do novo treinador o fato de não estar preso a nenhum contrato com multa rescisória.




Fonte: GE/Por Davi Barros, Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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