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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Botafogo S/A está em fase de conversa com credores e registro dos fundos de investimento


Projeto coordenado pelo economista Gustavo Magalhães deve iniciar captação em breve



Enquanto o Botafogo luta dentro de campo para garantir a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro, o clube passa por um processo de mudanças internas com troca de diretoria e a tentativa de se transformar em empresa. O projeto da S/A segue em andamento e a expectativa é de que novidades sejam apresentadas nas próximas semanas.



Novo projeto

Desde que Laércio Paiva deixou a coordenação do projeto, em outubro passado, o Botafogo deu continuidade ao processo de transformação do clube em empresa com um novo coordenador, o economista Gustavo Magalhães.


Sócio do Botafogo desde 1995, Gustavo atua no mercado financeiro há 42 anos e, pela primeira vez, participa ativamente das atividades do clube. O gestor de recursos foi convidado pelo grupo que toca a S/A para coordenar o novo plano justamente por sua experiência com fundos de investimento.


Sua participação no processo é coordenar os agentes que estão trabalhando na S/A e ajudar nos contatos do mercado financeiro. Ao ge, Gustavo disse que não participará da gestão do clube-empresa assim que o projeto for concretizado.



Credores e fundos de investimento

Boa parte do levantamento feito ainda sob a coordenação de Laércio está sendo usada nessa fase 2. A primeira ação de Gustavo foi a contratação de um escritório de advocacia especializado em negociação com credores. A ideia é entender o que pensam os credores sobre negociação da dívida e qual o interesse para fazer um acordo de pagamento à vista. Isso começou há menos de dois meses.


Entre os credores do Botafogo estão pessoas físicas e empresas. Esse processo torna-se um pouco mais complicado agora, já que, em razão da pandemia do novo coronavírus, não é possível marcar reuniões presenciais.



Botafogo S/A está em andamento — Foto: Infoesporte


Essa parte é considerada fundamental, porque define a possibilidade ou não de o projeto se tornar realidade. Paralelamente ao mapeamento de credores, foi contratado outro escritório para cuidar dos fundos de investimento, o que deve ficar pronto em alguns dias.


A reportagem ouviu que a intenção é, dentro da regulação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), alcançar o maior número possível não só de torcedores do Botafogo, mas de investidores que entendem que o futebol pode ser um bom negócio.


A estrutura dos fundos está pronta e os registros estão sendo finalizados para o produto ser lançado e, de fato, ter início a captação de recursos, apesar de o grupo já estar conversando com possíveis investidores.



Futuro do futebol

Talvez a principal dúvida do torcedor botafoguense seja se uma eventual queda para a segunda divisão prejudique o projeto. Segundo Gustavo, isso não inviabilizaria a S/A, mas tornaria o desafio ainda mais complicado. A mudança principal estaria na readequação de orçamento e estratégia de investimento no futebol profissional.


- O investidor para esse tipo de projeto é um investidor de longo prazo. É muito melhor estar na Série A, mas não acho que tire a atração de quem está olhando a longo prazo - destaca o economista.


Em relação a valores, a expectativa é de chegar a um montante de cerca de R$ 400 milhões para investimento no futebol do Botafogo. A ideia é que o time seja competitivo para ter resultados nos campeonatos que disputar, afinal acredita-se que a receita variável é o que fará diferença no orçamento do clube.


- A gente entende que a dinâmica do futebol hoje é baseada na capacidade de captar a receita variável, aquilo que você ganha nas premiações dos campeonatos. A tendência no futebol moderno é que cada dia a receita fixa seja menor e a receita variável seja maior. Para ter receita variável é preciso uma equipe que esteja disputando bem os campeonatos.



Por isso, além do investimento no time profissional, a S/A coloca em evidência a importância de aplicar recursos na base, em busca de retornos técnico e financeiro.


Mas tudo isso dependerá da capacidade de trazer investidores e tornar os fundos de investimento atrativos, o que só se saberá quando a captação de recursos estiver aberta. De qualquer forma, o retorno que se espera ter com a S/A não será imediato. A urgência é colocar a casa em ordem.



Fonte>>>Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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