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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Análise: Botafogo de 2020 no ano novo gera cada vez menos esperança na permanência


Equipe de Eduardo Barroca finaliza quatro vezes mais que o Athletico-PR de Paulo Autuori, mas 2021 inicia da mesma forma que terminou o anterior



O Botafogo começou 2021 como foi boa parte de 2020: com derrota. Apesar de ter quatro vezes o número de finalizações do Athletico-PR, a derrota por 2 a 0 dói na torcida principalmente pela falta de perspectiva que há para o clube nas 10 rodadas restantes. A cinco pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento (com esse número podendo aumentar ao fim da rodada) Barroca terá que realizar praticamente um milagre ao atingir cerca de 20 pontos em 30 possíveis.


O grande problema para o Botafogo desta vez não foi a falta de criação, que tanto atormentou o time na temporada. As 22 finalizações da equipe até levaram algum perigo para o gol do Athletico-PR, principalmente no primeiro tempo. Mas depois do gol marcado por Renato Kayzer bateu o nervosismo.


O meio de campo formado por três volantes de origem não conseguiu se entender direito e por vezes era José Welison quem aparecia mais adiantado, seja para dar o bote na defesa adversária ou na construção de jogadas a partir da defesa. O ataque tampouco se encaixou e em diversas situações o time pareceu afobado para tentar resolver o jogo logo - o que é até compreensível dada a posição na tabela.



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No meio campo de volantes, José Welison fazia as vezes de meia mais avançado — Foto: Vitor Silva/Botafogo


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Na entrevista concedida após o jogo, Barroca disse que antes do gol, o Athletico não teve nenhuma chance de perigo. Mas isso não é verdade. A equipe comandada por Paulo Autuori soube aproveitar as desatenções alvinegras em três das cinco finalizações do jogo. A primeira delas foi quando Renato Kayzer acertou a trave com uma cabeçada ainda com a partida em 0 a 0. A segunda, quando o próprio atacante apareceu entre Kanu e Marcelo Benevenuto para abrir o placar. A terceira quando Cícero não acompanhou Léo Cittadini no segundo gol.


Se no intervalo Eduardo Barroca traçou uma estratégia diferente da que tinha imaginado para a partida, ele teve apenas três minutos para executá-la. Foi o tempo de Cittadini ampliar a vantagem. Como forma de resolver o problema, chamou Matheus Babi e Lecaros para entrar nas vagas de Cícero e Bruno Nazário, mas de nada adiantou. Com o peruano recuado no meio de campo o Botafogo continuou tendo problemas para furar a defesa adversária.


- Nas substituições não estou conseguindo efetividade, não estou conseguindo ganhar os segundos tempos depois das minhas trocas. Faço essa competitividade entre os jogadores. Eles estão entrando e não conseguem reverter o cenário - disse Barroca na entrevista após o jogo.


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Kalou perdeu três grandes chances no primeiro tempo e não evitou a derrota alvinegra — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Por mais que seja chover no molhado, o time do Botafogo não tem uma identidade definida - e não é para menos. O 13º revés no Campeonato Brasileiro é um evidente reflexo do planejamento ruim com cinco treinadores em um ano e 25 jogadores contratados.


Agora, restam 10 rodadas para que o Botafogo acumule cerca de 20 pontos e evite o rebaixamento. A conta começa a ficar mais difícil de bater com a realidade alvinegra e a ladeira para fugir do Z-4 se torna mais íngreme. O próximo jogo será no domingo, às 20h30 (de Brasília), contra o Vasco em São Januário.


Fonte: Por Davi Barros — Rio de Janeiro

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