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quarta-feira, 3 de março de 2021

Após empate na estreia, Chamusca diz que Botafogo vai "trocar o pneu com o carro andando"


Técnico lembra poucos dias de treinamento, ainda mais com dificuldades da pandemia, depois do 0 a 0 com o Boavista na primeira rodada do Campeonato Carioca




O Botafogo ficou no empate na estreia do técnico Marcelo Chamusca contra o Boavista, na primeira rodada do Carioca 2021. O Alvinegro chegou a colocar uma bola no travessão e ainda teve um outro lance de perigo do jovem - e aniversariante - Matheus Nascimento. Mas não saiu disso.


Para o novo treinador, o caminho será exatamente assim: com percalços, mas muito trabalho para avançar. Foi a mensagem que deixou na coletiva de imprensa após a partida.

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Marcelo Chamusca em sua estreia pelo Botafogo: técnico mostrou confiança em fazer equipe evoluir — Foto: André Durão / ge


- Não se tem nenhum tempo para de fato a gente poder preparar e introduzir o modelo de jogo, uma ideia de jogo, e incorporar os atletas contratados. A intenção é que a gente possa pontuar em todos os setores e vai ter que fazer essa reformulação durante a competição. É a única opção que temos - comentou Chamusca.


O treinador lembrou que a pandemia exigiu que os clubes "engavetassem" uma temporada em cima da outra, com menos tempo ainda para treinamentos.


- É um desafio para mim como treinador, para o clube, mas estamos muito bem alinhados. À medida em que os atletas forem se apresentando, vamos inserindo. Vamos pensando rodada a rodada. Não tem outro caminho, é trocar o pneu com o carro andando. Para mim não é choque de realidade. Quando procuramos minimizar talvez as questões táticas e de entrosamento, vamos mantendo o mesmo padrão, com formação parecida dos últimos dois jogos, para pouco a pouco ir introduzindo e buscar resultados para continuidade do trabalho - disse o novo técnico do Botafogo.



Confira mais da coletiva de Chamusca

Ausência de Caio Alexandre


Eu não tive ainda a possibilidade de trabalhar com o Caio no campo. Ele está entregue ao departamento médico desde que cheguei. Quando o encontrei sempre foi na fisioterapia, ele sequer foi a campo treinar. Se existe alguma negociação, é uma atribuição mais da diretoria. Eu não tenho conseguido utilizá-lo porque ele nem sequer foi a campo.


Análise do elenco

Pelo pouco tempo que tive, poucas sessões de treinos, procurei simplificar o máximo possível. Não existe mágica no futebol, em três treinos não dá para mudar, implementar um modelo sem ter tempo devido. Nós mantivemos a estrutura dos jogos que assisti, procuramos colocar jogadores já entrosados no setor, com uma mecânica já estabelecida. E, claro, à medida que formos recebendo novas contratações, vamos condicionando. Hoje por exemplo demos um tempo para o Ronald, que chegou muito abaixo na parte física, ficou um período parado e não tinha condições de iniciar esse jogo. o José Welison também, está voltando do departamento médico, sem menor condição de iniciar, demos 30 minutos. Claro, tem conceitos que a gente pode melhorar muito: circular mais rápido pelos corredores; sofre muito ainda na questão do perde-pressiona; ter um comportamento reativo mais rápido para recuperar a bola no campo adversário. Por ter bons jogadores na zona central, como o Babi e o Nazário, podemos aproveitar melhor não só os lados para cruzamento, mas fazer combinações. Isso tudo vamos colocar em prática com a competição em andamento. Os jogos servem como observação. A análise deve ser permanente, mas tenho uma expectativa muito grande. À medida que os jogadores forem chegando, pouco a pouco vai se adaptar para criar uma equipe mais consistente, com um comportamento que acredito vai nos aproximar dos resultados positivos.


Análise do jogo

Fomos muito superiores ao adversário. Se pegar os números do segundo tempo, chegamos a ter mais de 60% de posse de bola. O total foi 60% a 40%. 17 finalizações contra apenas seis. Eles chegaram em uma bola em profundidade que o Diego pegou, e no segundo tempo outra contra o Diego. Foi a única oportunidade. O resto foi a gente tentando entrar, um pouco mais lúcido no primeiro tempo, menos no segundo. Se tivesse que sair um vencedor, acho que seria o Botafogo, que buscou muito mais a vitória. Boavista jogou por uma bola, travou o jogo desde o início. Acho que merecíamos muito mais que o adversário. Não saio satisfeito com o resultado, muito pelo contrário. Fiz um trabalho mais levando em conta os aspectos emocionais por ser um grupo de jovens. Em alguns momentos construímos bem, mas nosso último passe está muito longe da qualificação que a gente quer. Vamos agora recuperar os atletas e já pensar no próximo jogo. A sequência do trabalho vai fazer aproveitar melhor as construções para poder vencer.



O que melhorar?


Melhorar a mudança de comportamento quando perde a bola no campo adversário. Fizemos até determinado momento esse perde-pressiona bem. Mas no final perdeu a pressão no portador da bola. Isso fez com que o Boavista conseguisse trocar passes na frente da nossa área. Temos que melhorar também a circulação, ser um pouco mais rápido para circular, a gente inicia e termina a jogada do lado que inicia. Hoje, pela característica do adversário, ele sofria pela recomposição pelos extremos. Jogando pelo lado poderia circular, criar situações de dois contra um para cima do Jean com Kevin, Warley e o Rickson. Mas o principal que faltou foi ter um acabamento melhor, o último passe e as finalizações. A gente finalizou 17 e acertou quatro vezes o alvo. A eficácia foi muito baixa.


Prazo para time completo

Dos jogadores que não vieram para o jogo, a maioria foi por questões médicas. Não teve muito por opção minha, não. Estão entregues ao departamento médico. Não vou estipular porque futebol é complicado determinar prazo. Até porque a dinâmica do futebol não possibilita isso, já estou pensando no próximo jogo que é o Resende. Mas, por exemplo, o Pedro Castro já vai estar disponível no próximo. Tem outros que vão ser apresentados ainda, mas já vêm treinando e talvez já estejam à disposição. E chegarão outros. À medida que formos recebendo os contratados, vamos inserindo, trabalhando, condicionando, e levando em consideração o aspecto físico. Hoje, se colocasse o Ronald para começar, colocaria o atleta em risco pelo tempo que passou parado. É tudo muito planejado, alinhado com fisiologia, preparação física, departamento médico, para quando o atleta jogar tenha uma performance satisfatória.


Ponto positivo?

O ponto positivo foi ter o controle do jogo durante quase 90 minutos. A gente trocou mais passes, teve mais posse de bola, finalizou quase três vezes mais. Isso não foi suficiente para vencer. O aspecto que vai precisar melhorar é acabar melhor nossas jogadas. Existe uma situação além da tomada de decisão e da execução, que é a questão emocional. Alguns são muito jovens, estão sentindo o momento do clube que é difícil, de transição. Os jogadores que deveriam fazer parte de um processo gradativo estão tendo que ser protagonistas em alguns jogos, isso faz com que atropele um pouco a formação. Tudo isso tem que ser levado em consideração. O que achei mais positivo foi que montamos um plano de jogo, e os jogadores foram fiéis. Jogamos no campo adversário, o goleiro deles trabalhou mais do que o nosso. Claro que a cereja do bolo seria no mínimo ter finalizado uma bola com êxito para ter vencido. Como não conseguimos, vamos dar moral para recuperá-los em todos os aspectos, para que contra o Resende possa não só manter o controle de jogo, com bom número de finalizações, mas aliar performance ao resultado final.



Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

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