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sábado, 27 de março de 2021

PV, Kayque, Jonathan... Adversários, Botafogo e Nova Iguaçu têm boa relação de colheita na base


Clubes mantém relacionamento proveitoso para ambos os lados com jovens tendo mais oportunidade de aparecer nos profissionais da equipe carioca e serem vendidos no futuro



Botafogo e Nova Iguaçu vão se encontrar em Bacaxá para jogar a sexta rodada do Campeonato Carioca, mas há algo além da partida de domingo que une os dois clubes: as divisões de base. Nesta edição do Estadual, o lateral-esquerdo PV aproveitou a oportunidade e se consolidou como o terceiro atleta a chegar do time da Baixada Fluminense e subir para os profissionais alvinegros.


O caso do lateral não é o primeiro, mas foi o de maior oportunismo. O garoto de 19 anos aproveitou a chance dada por Marcelo Chamusca, já que outros quatro jogadores que atuam na posição estavam fora por orientação médica. Paulo Victor chegou ao Botafogo no segundo semestre de 2020 e não teve muitas oportunidades na categoria sub-20 já que o titular normalmente era Hugo, que atua no profissional, mas está com dores musculares. Com isso, o jovem assumiu a posição nos últimos jogos.



Promovido nesse ano, Paulo Victor foi titular nos últimos jogos — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Além dele, há outros dois bons exemplos no Botafogo sobre a boa relação com o Nova Iguaçu. Um é da mesma posição e nem está mais do clube. Estamos falando de Jonathan, que foi vendido ao Almería por 1 milhão de euros em agosto de 2019 (R$ 4,5 milhões à época). Ele havia estreado pelo profissional naquele mesmo ano e saiu do clube com 17 partidas, mas sua saída permitiu o pagamento dos salários de julho, já que o Bota ficou com 500 mil euros e terá direito a 12,5% de uma venda futura do atleta.


- Temos uma boa relação com o Nova Iguaçu assim como com outros clubes também. Cada caso é um caso. Uns são oferecidos, outros nós procuramos após enfrentar em alguma competição, mas todos eles foram e são avaliados pelo nosso departamento de captação e pela nossa comissão técnica. Com o sinal verde deles, nós costuramos e concluímos a negociação - disse o gerente de futebol de base do Bota, Tiano Gomes.


Esse, aliás, é o grande trunfo do Botafogo para conseguir cada vez mais jogadores vindos do Nova Iguaçu. Com problemas financeiros para fazer contratações de impacto, o clube acaba dando mais espaço para os jovens das divisões de base no time de cima. Assim, a maior visibilidade acaba tornando-se uma chance para negociação dos jogadores com um retorno financeiro mais rápido - por mais que nem sempre seja para a melhor proposta.


Outro exemplo de jovem jogador que veio da Baixada é o volante Kayque. No time profissional desde o Brasileirão de 2020 - e com vínculo até o fim do Campeonato Carioca - o jogador tem se destacado nas rodadas iniciais do Estadual e cada vez mais fica no gosto da torcida. Ele é outro que chegou no fim da passagem pela base do Nova Iguaçu e atuou ainda no Sub-20 do Bota.




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- O Botafogo realiza um trabalho bastante sério nas categorias de base com um reconhecido desenvolvimento de atletas e o Clube tem oportunizado cada vez mais meninos para a equipe principal. Acredito que esses dois pontos sejam diferenciais na hora de buscar atletas no mercado de base. Por isso, essas equipes acabam enxergando com bons olhos essas parcerias pontuais - completou Tiano.


Tanto o volante como os outros dois laterais chegaram ao clube da mesma forma: o departamento de captação avalia, comissão técnica dá o aval e aí o clube oferece a proposta. Não há uma parceria formal, mas existe o entendimento de que no Botafogo a vitrine é maior. Por vezes, o clube não conseguia trazer determinado jogador porque outro time fazia uma proposta pagando o Nova Iguaçu pelo empréstimo e o Bota não conseguia cobrir. Porém, com o passar do tempo o alvinegro foi visto com outros olhos dada a possibilidade de negociação mais próxima.


Cada caso é um caso, mas geralmente os contratos dos jogadores que chegam do Botafogo vindo do Nova Iguaçu chegam por empréstimo com um valor de compra fixado. O ge apurou que nos casos de Jonathan e Kayque esses valores de compra eram de R$ 300 mil para adquirir 50% do jogador, menos do que é pago ao salário mais alto do elenco.



Kayque renovou contrato com o Bota recentemente — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Mas a relação entre Botafogo e Nova Iguaçu não é só com histórias de sucesso. Outros jogadores que não vingaram também passaram pela base do time da Baixada Fluminense e foram contratados pelo Alvinegro. Há, inclusive, a história trágica de Ramonzinho, ex-atacante que teve passagem nas categorias inferiores dos dois clubes e também do Corinthians, mas que faleceu em março do ano passado devido a problemas renais. As complicações de saúde o impediram de seguir a carreira em 2019.


O próximo jogo do Botafogo é contra o Nova Iguaçu, domingo, às 18h (de Brasília) em Bacaxá, por causa da proibição de jogos de futebol na cidade do Rio. A partida é válida pela sexta rodada do Campeonato Carioca. Antes de a rodada começar, o Bota ocupa a sétima colocação, com seis pontos. Mesma soma do Nova Iguaçu, que vem logo atrás. Apenas os quatro primeiros lugares avançam para as semifinais.



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Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro

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