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sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Nova Esperança: Jeffinho tira do primeiro time lema que o levou ao Botafogo



Em entrevista exclusiva, novo xodó da torcida conta a própria história e os primeiros passos no clube




Jeffinho lembra da infância e da adolescência em Volta Redonda ao ser perguntado sobre os motivos do início empolgante com a camisa do Botafogo. Foi quando o atacante abraçou o estilo "peladeiro" que conserva até hoje, apesar das obrigações do futebol profissional. E foi onde defendeu o primeiro time, que tem no nome uma palavra que virou lema de vida para o garoto: esperança.





Jeffinho em treino do Botafogo — Foto: Vitor Silva/BFR


A camisa do Nova Esperança foi a primeira que Jeffinho vestiu, quando a carreira no futebol ainda era um sonho de criança. Ele saiu de lá para continuar a vida no futebol de salão e em clubes profissionais, até chegar ao Botafogo aos 22 anos. Ao ge, ele relembrou as origens, as amizades, e dividiu as motivações que o fizeram perseverar até a elite do futebol brasileiro.


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Veja a entrevista no Globo Esporte Rio desta sexta-feira, às 13h (de Brasília).


ge: Como foi a época no Nova Esperança?


Jeffinho: Comecei lá novinho, com 12 anos. No final de semana que tinha jogo eu ficava ansioso para poder jogar, encontrar a rapaziada. Eram de todos os bairros de Volta Redonda. O cara lá fazia um esforço para pegar as crianças, para chegar no sábado e curtir com todo mundo.


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Ainda tem contato com esses amigos?


Uns foram para vida errada e acabaram ficando... Fico até emocionado de falar. Tem um amigo que estava nessa fase da vida e estamos tentando tirar de tudo quanto é jeito. Tem um time amador lá no bairro e a gente chama pra jogar bola direto. Às vezes ele vai, está até saindo.





Jeffinho, do Botafogo, no Nova Esperança — Foto: arquivo pessoal



Quando surgiu a chance no primeiro clube?


Tenho um amigo que já jogava bola antes, no Volta Redonda, e falou que iria me ajudar. Profissionalmente, mesmo, comecei lá no Volta Redonda. Comecei na base, mas não deu muito certo e acabei largando o futebol. Fui para time mais amador e depois me chamaram para jogar o Rio-Sul pelo Barramansa, que era futsal. Acabou que eu joguei lá, o cara me viu jogando, falou que conhecia umas pessoas, e me levou para o Resende. Graças a Deus, deu tudo certo.


Antes, surgiram algumas dificuldades, não é?

Sim, na época que eu entrei, eles (Volta Redonda) não me ajudavam, né? Minha mãe trabalhava e eu pegava o cartão de passagem dela e não sabia como é que ela ia trabalhar. E acabei saindo, desistindo. Não foi para frente e achei que era melhor deixar minha mãe trabalhando porque colocava as coisas em casa. Comecei a jogar pelada. Pessoal chamava e dizia que dava tanto de dinheiro. Aí eu jogava, estava na escola e ganhava R$ 150 por fim de semana pelo futebol. Era a minha alegria jogar bola.




Botafogo tem a 2ª pior campanha como mandante no Brasileirão (https://ge.globo.com/video/botafogo-tem-a-2a-pior-campanha-como-mandante-no-brasileirao-10935831.ghtml)



Foi quando você conseguiu um espaço no Resende?

Um amigo me chamou para jogar porque tinha um cara que é vereador de Pinheiral, outra cidade lá perto de Volta Redonda. Joguei no time dele, joguei bem e ele falou: "Você tem vontade (de tentar a carreira)?" Eu disse: "Lógico que tenho vontade". Era uma segunda chance. Falei que iria agarrar com todas as forças.


Estilo peladeiro

Como você define o seu estilo de jogo?


Mais de um pra um, assim. Pode até dizer de peladeiro mesmo. Pega a bola, vai para cima, não tem medo de nada. Vai encarando, sai cortando, driblando e quando vê já está perto do gol. Que vai para cima, tenta resolver.



Jeffinho, do Botafogo, no início de sua carreira — Foto: arquivo pessoal



Esse estilo peladeiro te ajuda em campo?

Essa alegria, né? Esse gingado que não só o peladeiro tem, como todo jogador brasileiro tem que ter, essa essência e é isso que eu tiro.


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O que o técnico Luís Castro falou com você quando te subiu do time B?

Ele falou para mim que via meus jogos no sub-23 e que era para eu fazer igual. Não era pra pegar a bola e tocar para trás, não. Ele queria que eu pegasse a bola e fosse para cima. Estilo peladeiro (risos).


Além dessa essência, há também um outro lado de mais obrigações de um jogador profissional. Como você está se adaptando a essa parte mais tática?

Mudou bastante, mas as mesmas coisas que eu fazia antes eu faço agora, que é focar no futebol. Estou totalmente ligado no futebol. Claro que tem o extracampo e tenho mais responsabilidade, mas estou sempre focado no futebol. É isso que vai fazendo com que eu fique mais tranquilo. Não só ele (Luís Castro) como o meu estafe vem cobrando para jogar sem a bola. Porque com a bola eu sei o que eu faço, mas sem a bola tem que recompor e marcar. Isso que ele me cobra bastante.


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Nova vida

O que passou pela cabeça quando você fez o primeiro gol?

Um milhão de coisas. Minha mãe, minha família, minha filha, meus amigos, o sonho que eu tinha de moleque de ver o estádio gritando meu nome. Eu não sabia nem como é que comemorava e fiz um monte de comemoração ao mesmo tempo.



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Já percebeu que a sua vida mudou?

Cara, aconteceu tudo muito rápido. Até agora a ficha não caiu de quão grande eu estou me tornando sabe? E estar se tornando um dos principais jogadores do Botafogo é uma emoção muito grande e não tenho nem palavras pra definir.


E a reação quando passou a ser reconhecido na rua? Já está famoso?


Que isso, famoso? (risos). Cara, não esperava, não. Eu estava andando, o pessoal pede para tirar foto e eu fico até meio assim: "Que isso, tirando foto comigo?". Minha ficha ainda não caiu, sabe?


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Fonte: GE/Por Bernardo Serrado, Juliano Lima e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

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