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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

"Sanguíneo" e pegador de pênaltis, Lucas Perri aproveita brecha e ganha espaço no Botafogo


Em entrevista ao ge, goleiro comenta bom início de temporada e mudança de rumo na carreira desde a chega ao Glorioso



A lesão de Gatito Fernández abriu espaço para Lucas Perri, aos 25 anos, ter a sonhada sequência de jogos na carreira em clube de expressão nacional. E o goleiro tem feito bem seu trabalho. É um dos destaques deste início de temporada do Botafogo e conseguiu conquistar a confiança dos alvinegros.





Lucas Perri, goleiro do Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Além de atuações seguras e defesas importantes, seguidas de comemorações efusivas, Lucas Perri ganhou notabilidade pelos pênaltis defendidos, como no clássico com o Fluminense, que terminou com vitória alvinegra por 1 a 0. Em um período de um ano, computando também a passagem pelo Náutico, ele conseguiu defender oito.


- Tem muito da parte do estudo, porque recebemos o relatório do lado preferido dos batedores, mas hoje em dia os grandes cobradores têm os dois lados. Acaba sendo algo de feeling, de tentar fazer o melhor para não facilitar para o adversário. Acertar o canto e fazer a defesa. Nas últimas cobranças tenho tido um aproveitamento muito bom. Oito pênaltis defendidos é uma marca muito boa - disse ao ge.





Melhores momentos de Fluminense 0 x 1 Botafogo pela 5ª rodada do Campeonato Carioca



Confira a entrevista com Lucas Perri:

ge: Como está a adaptação ao Rio de Janeiro depois de um período no Recife para defender o Náutico?

Lucas Perri: Foram seis meses no Náutico, e lá no Recife tive uma adaptação boa também. Aqui no Rio é totalmente diferente. Só o calor que é parecido. Mas a cidade tem suas particularidades, tem praias muito bonitas. Acho o trânsito daqui melhor. Está sendo muito bom, estou muito feliz de morar aqui e de estar perto de completar seis meses no Botafogo.


E a pressão de defender o Botafogo? É igual ao que você estava acostumado?

Não. Lá no Náutico tem uma pressão grande, mas acho que aqui é maior.


A exposição, para o bem e para o mal, também é muito maior?

Sim, até pelo momento do clube. Vejo o Botafogo em uma crescente por ter virado SAF. Já tem uma história muito grande e passou por um momento difícil, mas agora com o Textor está buscando títulos. Quando se está em busca desses títulos, a cobrança é maior, e a visibilidade também.


E como tem sido a experiência de trabalhar com o Luís Castro?

O mister tem muita experiência, muita vivência no futebol em diferentes países. Tudo o que ele nos fala, tentamos assimilar para evoluirmos como atletas e também como pessoas. Ele tem muito a ensinar.





Lucas Perri durante treino do Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo



Como avalia esse seu momento? Muitas pessoas acreditavam que seria o reserva do Gatito, ele tem tido problemas físicos. Hoje, você é o goleiro que mais atua. Como que tem sido essa mudança de panorama para você?

Sim, desde que eu cheguei disse que queria aproveitar as chances que eu tivesse. Nosso grupo de goleiros é muito bom, temos uma amizada boa. Eu, Gatito, Douglas, os outros que vêm da base para treinar... Isso só ajuda o Botafogo. Fico feliz com as chances que tenho tido e de ter conseguido fazer bons jogos.


Eu comecei a ter sequência na carreira no ano passado, aos 24 anos. Sei que posso evoluir muito ainda.


Você tem se destacado nas defesas de pênalti. Qual sua estratégia nesse duelo mental com os cobradores?

Tudo é válido. Vimos o Martinez na Copa pela Argentina com um estilo de provocar, de falar. Eu não faço isso, particularmente. Eu prefiro observar o cobrador, abrir os braços para me fazer grande. Aí na hora tentar reagir certo. Mas isso é muito individual. O que importa é o aproveitamento.


Você é o goleiro mais alto entre os titulares dos times da Série A do Brasileiro. O 1,97m ajuda muito nos pênaltis?

A gente tem que trabalhar com as nossas vantagens e também trabalhar para que as nossas desvantagens apareçam menos. Existesm excelentes goleiros com 1,80m, 1,83m, que tem vantagens em outros fundamentos, tenho que usar a minha envergadura a meu favor. Creio que ajude na hora das finalizações de fora da área, saída de gol... Mas tudo com muito trabalho.


Você acha que já conseguiu conquistar a confiança da torcida do Botafogo?

O que posso dizer sobre a torcida é que me receberam muito bem desde a minha chegada. Do que eu acompanho de feedback, só tenho visto coisas boas. Claro que isso é por causa dos bons jogos que fiz, mas fico feliz de conquistar essa confiança. É isso que buscamos.





Lucas Perri, Botafogo — Foto: André Durão/ge



Ao contrário da maioria dos goleiros, e especialmente de alguns que marcaram recentemente na história do clube, como Jefferson e Gatito, que têm como característica a frieza, você é muito mais efusivo, comemora até as defesas. É um novo estilo que chegou ao gol do Botafogo?

É muito individual. Muitos goleiros que eu cresci assistindo são mais frios, calmos. Mas eu não consigo fazer uma defesa importante e agir como se nada tivesse acontecendo. Tenho a consciência do quão importantes elas são em determinados momentos dos jogos. É uma coisa natural. Meu estilo é esse mais "sanguíneo".


No jogo contra o Atlético-MG no ano passado, uma reposição sua dando uma "raquetada" na bola chamou atenção. Você treina esse tipo de lance?

É uma coisa que eu faço há muitos anos nos treinos, quando tem alguma pausa. Sempre fiz isso, acho que desde 2016. Nunca tinha pensado em fazer no jogo, não tratava como se fosse um fundamento. Mas aquele jogo contra o Atlético foi um misto de emoções. Entrei durante a partida, uma pressão enorme. Fiz duas defesas bem difíceis, e já no fim do jogo, com a gente vencendo por 2 a 0... Não pensei em fazer, mas vi o Luiz Henrique sozinho e acabei fazendo. A bola chegou no pé dele, mas acho que estava impedido. Dei a "raquetada" e ela chegou. Mas foi uma coisa de momento.





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Fonte: GE/Por Bernardo Serrado, Fred Huber e Klaus Barbosa — Rio de Janeiro

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