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domingo, 20 de agosto de 2023

Análise: sólido na defesa, Botafogo deixa Morumbi com empate amargo por chances perdidas



Time de Bruno Lage não joga bem, mas tem bolas do jogo nos pés de Eduardo e Janderson, que desperdiçaram chances claras




O Botafogo deixou o Morumbi com um gosto amargo pelo empate por 0 a 0 com o São Paulo neste sábado. Não pelo contexto, afinal de contas empatar com o Tricolor fora de casa é, na teoria, um resultado "normal". Nem pelo o que o time apresentou em campo: foi, em geral, uma atuação sem graça. Mas por duas chances claras perdidas que ficarão remoendo a cabeça de Eduardo e Janderson por algum tempo.













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Os dois tiveram, em diferentes oportunidades, as "bolas do jogo". Em uma partida de pouquíssimas oportunidades e criatividade ofensiva praticamente nula, Eduardo, no primeiro tempo, recebeu bom passe de Janderson dentro da área após roubada de bola do camisa 39, mas chutou pelo lado. Na etapa complementar, foi o jovem atacante, após brigar com a defesa do São Paulo, que viu uma finalização raspar a trave.


Em campo, a equipe comandada por Bruno Lage assumiu uma estratégia diferente do que vinha sendo mostrado anteriormente: a pressão muito alta à saída de bola do São Paulo. O Botafogo é um time que incomoda o adversário saindo do próprio campo, vale ressaltar - mas a intensidade (e quantidade) foram maiores no Morumbi.


Quatro ou cinco jogadores ocupavam a grande área (ou locais perto dela) quando a bola era recuada por um zagueiros ao goleiro Jandrei. Uma das vezes que o time conseguiu roubar a posse no campo ofensivo foi justamente quando Eduardo desperdiçou chute cara a cara com o goleiro após receber passe de Janderson.


- Agora existem muitas equipes a sair a três jogadores. Normalmente o São Paulo faz isso com o Rafinha na direita, joga os dois zagueiros e o Rafinha abaixa para sair a três. Coloca muita gente por dentro e nós sentimos que hoje tínhamos de ser uma equipe mais pressionante, porque senão eles iam encontrar os volantes e os meios por dentro, iam chegar aos corredores, ter a ter mais bola e nos empurrar lá para trás. Infelizmente durante grande parte do jogo, e vocês podem reparar, houve muita bola que nós recuperámos no meio-campo ofensivo e uma delas conduziu à situação em que o Eduardo aparece na cara do goleiro. Nós preparámos isso, preparámos a equipa com o Rafinha a jogar à direita, preparámos isso com a saída dos volantes ao lado dos zagueiros para continuar a pressionar e curiosamente o São Paulo sai com os dois zagueiros e com o lateral-esquerdo a saída a três e nós estávamos preparados para isso - explicou Bruno Lage.




Botafogo posado x São Paulo — Foto: Marcos Ribolli/ge


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Com bola no chão e tentando criar jogadas a partir de saída de bola, o Botafogo pouco o fez. Foram poucas as escapadas com triangulações rápidas e passes para os pontas chegarem na linha de fundo, duas das características marcantes desse time. Em uma das poucas vezes que o Alvinegro conseguiu, um passe de Victor Sá virou, após bate-rebate na área, um chute de Marlon Freitas que passou perto.


O São Paulo, nas poucas vezes que conseguiu escapar dessa marcação sem ser rifando a bola para frente, parou na bem organizada linha de impedimento do Alvinegro.


Juan e Luciano, duas vezes cada, tiveram chances - o camisa 10 chegou a balançar as redes para dois gols - que foram anuladas justamente pela forma ordenada como os defensores se mexiam para deixar os adversários fora de jogo. Nem quando Lucas entrou, no segundo tempo, a coisa regrediu. Em uma partida de pouca criatividade, o ponto alto foi a organização e concentração da linha defensiva.


Nas vezes em que o Tricolor superou a dupla Adryelson e Cuesta, o goleiro Lucas Perri apareceu em mais uma boa atuação. O jogo foi especial para o camisa 12: ele reencontrou o clube que lhe formou e acabou não tendo chances no time principal.


Se foi muito bem na defesa e com várias ressalvas no ataque, o empate parece ser justo para o Botafogo. Mas o 0 a 0 vai deixar aquele gostinho de "e se..." pelos lances envolvendo Eduardo e Janderson.


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Por Sergio Santana — Rio de Janeiro

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