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segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Lage minimiza vaias no Botafogo e lembra Luis Castro: "A nossa vida de treinador é muito esta"



Técnico explica mudança no ataque ao escalar Diego Costa na vaga de Tiquinho. Alvinegro lidera com sete pontos de vantagem sobre o Bragantino, na 25ª rodada, depois de empate com o Goiás




Não foi dessa vez que o Botafogo reencontrou o caminho da vitória no Brasileiro. O time empatou em 1 a 1 com o Goiás, no estádio Nilton Santos, nesta segunda-feira, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. Esta foi a quinta partida consecutiva sem vitórias da equipe de Bruno Lage na temporada - quatro delas na competição que lidera desde a terceira rodada.






Botafogo 1 x 1 Goiás - Melhores momentos - 25ª rodada do Brasileirão 2023


Com sete pontos de vantagem na frente do segundo colocado - Bragantino -, o Alvinegro somou apenas quatro pontos nas últimas quatro partidas. Depois do jogo, a torcida botafoguense chamou o técnico Bruno Lage, em coro, de burro após o resultado.


Na coletiva de imprensa, o treinador português começou elogiando a presença dos torcedores e fez questão de agradecer pelo carinho no estádio Nilton Santos. Na saída do campo, ele aplaudiu a torcida e descartou qualquer insinuação sobre ironia contra as vaias e xingamentos que sofreu. Fez referência até mesmo ao compatriota Luis Castro, que também teve momentos delicados no Botafogo.


- As palmas foram de apoio. A torcida pode vaiar quem eles entenderem. Eu estou agradecedendo o fato deles seguirem apoiando a equipe. Eu não tenho dupla cara, não sou hipócrita, tenho falado da forma como os torcedores apoiam a equipe. E tem o meu agradecimento de terem nos apoiado. A maneira como me queiram tratar é completamente indiferente. Preferia que fossem outra situação, mas também para isso temos que conseguir o resultado. A nossa vida de treinador é muito esta. O homem que estava aqui sentado antes de mim também chamaram os nomes que chamaram. Por isso, faz parte, faz parte desta profissão. Por isso se não quisesse ter esse impacto, não me sentisse confortável nesta posição, tinha ficado a treinar menino de 8, 9, 10 anos. Não tem problema nenhum. O torcedor tem sempre razão em qualquer situação, desde que apoie a equipe. Se apoiar a equipe é mais do que suficiente e devo agradecer. Isto tem sido fantástico - disse o treinador do Botafogo.


Questionado sobre a escalação de Diego Costa e a saída de Tiquinho Soares, que ficou no banco, Lage explicou a mudança e fez referência ao retorno recente de lesão do atacante alvinegro.


- A primeira bola de gol do jogo é do Diego, que é quase um pênalti. Mas não substituímos Tiquinho por jogador qualquer. Substituímos pelo Diego Costa. Jogador experiente, que já foi campeão brasileiro e jogou na Premier League. O resultado desta alteração vem em função de tudo. O Tiquinho tem sido um dos jogadores mais importantes da temporada. Tem feito os gols que têm feito para a equipe, mas o próximo jogador recentemente disse que vem de lesão difícil, complicada, em que quase bateu recorde de recuperação para voltar a estar disponível. Na minha opinião nos últimos jogos não foi aquele Tiquinho que a gente via até o momento da lesão. Tendo um jogador como o Diego, tomamos a opção de colocar o Diego na frente. Mas sempre com esta opção de jogar os dois juntos. Nada de retirar mérito de Tiquinho, foi uma questão de opção. Diego está com dois amarelos e não joga o próximo jogo, o Tiquinho com três semanas fora. Temos que ir encontrando as funções a cada momento para conquistar pontos - disse o treinador alvinegro.



Bruno Lage aplaude torcida enquanto é chamado de "burro" (https://ge.globo.com/futebol/video/bruno-lage-aplaude-torcida-enquanto-e-chamado-de-burro-11995340.ghtml)



Confira outros trechos da coletiva de Bruno Lage:


Agradecimento aos torcedores

- Nos apoiaram, hoje, numa segunda-feira de chuva, às 20h. Sabemos o quanto é vir aqui a esta área, às 20h, regressar às 22h. Eles voltaram a encher o estádio e apoiaram a equipe do início ao fim. Por isso a minha gratidão em nome de todos aqui. Independemente de não conseguirmos os três pontos estiveram presentes e a apoiar. Falo sempre desse sentimento de família aqui e essa palavra que quero deixar. Conquistamos um ponto, queria conquistar três. Tivemos apoio no sábado, hoje, um dia difícil de vir, mas estiveram sempre do lado da equipe.


Mudanças na equipe?

- É impossível um jogador estar da mesma forma do início até o fim do campeonato. Mesmo sem mim, houve jogos em que jogou bem e outros em que não jogou bem e teve esse tipo de resultado. O jogo do Botafogo é um jogo de muita velocidade. E o segundo tempo, eu tento encontrar as soluções e a equipe está trabalhando para conseguirmos. Se nos derem espaço nas costas e transição ofensiva eles estão com muitos problemas. Temos que ter função do tempo que temos e das nossas características e tomar o jogo. Na primeira parte sentimos isso, uma equipe muito fechada e poucos espaços. A equipe soube reagir e acho que criamos oportunidades mais que suficientes. Tivemos duas situações que poderíamos marcar dois gols pelo menos. Em resumo, acho que fica isso, fica uma enorme capacidade de estarmos a trabalhar para crescermos. Sobre o Tchê, ele pode jogar em qualquer posição e na minha opinião foi o melhor jogador esta noite.


Rendimento nos últimos cinco jogos

- (Referência à queda em fim de campeonato com o Benfica) As perguntas vão sempre em função daquilo que você quer. Quando você fez essa pesquisa do Benfica, não falou de quando o Porto tinha sete pontos (de vantagem), fomos buscar e terminamos campeões. Fez essa pesquisa? (questiona o repórter). Faça essa pesquisa, veja como cheguei ao Benfica, o que nós fizemos para vencer e depois todo um contexto que foi a situação do Covid-19. Jogar o Benfica com uma equipe de menino, sem adeptos, não é a mesma coisa. Por isso que eu sempre agradeço o apoio do torcedor, porque sei o que é jogar sem torcedores. Aqui não é com palavras, é com trabalho. Por isso, que quando surgiu a ideia de abrir a porta ao torcedor, o treino, para eles verem como é que a equipe trabalha. O treino foi aberto para isso. Situações que nós fizemos e a intensidade a qual se treinou. As várias situações de finalizações como fizemos. Claro que não fizemos nada muito estratégico porque era porta aberta. Mas só se consegue fazer este tipo de trabalho com muita confiança, continuar a apoiar os jogadores e com muito trabalho mesmo.


Valorização de adversário

- Sobre o jogo que nós fizemos e, em função do adversário que nós tínhamos pela frente, nós tínhamos a obrigação de vencer os três pontos. Isso é ponto claro. Mas, no final, vamos fazer as contas. Campeonato muito difícil e muito competitivo. Esta equipe (Goiás) foi a mesma que fez o jogo que fez contra Palmeiras, ficou reduzido a dez jogadores e permitiu o gol no fim. Não serve de desculpa porque não nos comparamos com ninguém. A jogar em casa, tínhamos obrigação mais que suficiente de, nas oportunidades que criamos, podermos ter tido outro resultado.


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