Com chuva de desfalques, Renato Paiva erra na escolha do time e vê alternativas desperdiçarem poucas chances criadas na Arena Fonte Nova
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Bahia 1 x 0 Botafogo | Melhores momentos | 7ª rodada | Brasileirão 2025
Quase sempre a culpa de uma derrota cai na conta do técnico. Por vezes é adequado, já que ele é o responsável por montar o time e tática que entra em campo. Mas até onde vai a responsabilidade de um treinador com um resultado de uma partida? Na derrota do Botafogo por 1 a 0 para o Bahia na Arena Fonte Nova, pela sétima rodada do Brasileirão, talvez seja injusto colocar toda a culpa em Renato Paiva.
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O português teve seis desfalques para o duelo, incluindo quatro titulares: Savarino, Barboza, Matheus Martins e Gregore. Bastos, que na teoria também faria parte do onze inicial, não entra nesta relação porque já está fora de combate há um tempo. A outra ausência foi Santiago Rodríguez, reforço que ainda nem teve chance de mostrar a que veio.
As muitas mudanças que Paiva praticamente teve que fazer para colocar a equipe são mais um reflexo do planejamento do Botafogo neste início de ano. Apesar dos muitos gastos na primeira janela, o elenco ainda não possui muitas alternativas - alguns dos jogadores que chegaram ainda passam por período de adaptação e serão reservas.
A escolha de Paiva foi por uma equipe mais povoada no meio-campo, com as presenças de Patrick de Paula e Newton. Neste sentido, é importante ressaltar que o técnico não está isento na "relação de culpados" pela derrota. As novidades no time titular pouco contribuíram - na verdade, foram dois dos piores em campo.
— Há jogadores que obviamente, pela sua utilização massiva, como o Gregore, que são importantes para a estrutura. Entramos com 11 e temos um elenco que tem que dar resposta. O azar de uns é a oportunidade de outros. A importância é aproveitar essas oportunidades. Não vou chorar pelas ausências, vou tentar encontrar soluções em cima dos problemas que a equipe tem. Sem esconder que o Gregore e o Marlon, assim como Barboza e Jair, têm sido muito utilizados de forma massiva, assim como o Savarino, mas eles (Barboza e Savarino) não estão, e eu já sabia que eles não iriam estar e eu preciso encontrar um plano de jogo - analisou Paiva.
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Mastriani em Bahia x Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo
Responsável por proteger a defesa e ter a difícil missão de substituir Gregore, Newton escorregou ao ser driblado por Erick Pulga antes de o atacante cruzar para Cauly marcar o gol do Bahia. Patrick de Paula, por sua vez, foi presa fácil para a marcação: quase sempre prendeu demais a bola no meio-campo e não acelerou as jogadas como elas pediam.
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O Alvinegro até começou a partida no ataque, mas virou presa fácil para o Tricolor de Aço com o passar do tempo. A primeira etapa já terminou com domínio da equipe comandada por Rogério Ceni e a vitória parcial por 1 a 0 era justa.
O 4-4-2, formação utilizada pelo português nos últimos jogos, ficou "torto": Patrick, que começou na esquerda, se movimentava para atuar como volante e Cuiabano avançava para o flanco esquerdo. Na prática, o Botafogo atuava com três volantes. Sem Savarino ou um meia de origem disponível no elenco, essa foi a alternativa. Em campo, muitos chutões e bolas no alto sem direção para Igor Jesus e Mastriani brigarem com os zagueiros.
A missão de substituir o venezuelano era difícil e Renato Paiva arriscou. As outras opções para isso eram Nathan Fernandes, Jeffinho, Elias Manoel ou até Rwan Cruz. Qualquer que fosse a escolha, também não passaria de uma aposta.
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Nathan Fernandes estreou pelo Botafogo contra o Bahia — Foto: Vítor Silva/Botafogo
Houve uma melhora no segundo tempo a partir de mudanças. O time foi mais dinâmico a partir da saída de Patrick de Paula e da entrada de Alex Telles e as chances começaram a aparecer. A atuação continuou abaixo, mas o clube carioca chegou na cara do gol duas vezes - Artur finalizou mal cara a cara com Marcos Felipe e Igor Jesus tentou cavadinha nos minutos finais do jogo.
Um time encaixotado e de pouca criatividade é a consequência de um planejamento que praticamente abriu mão dos primeiros meses de futebol. Sem Savarino, Santiago Rodríguez, reforço de peso da temporada e que pode atuar na posição, está fora de combate porque não chegou no nível físico como o restante do elenco. Recuperou-se de lesão, mas ainda não está no mesmo ponto de preparação que os companheiros.
Se o Botafogo de 2025 fosse uma música da Lady Gaga, artista que se apresentou no Rio de Janeiro neste sábado, provavelmente seria "Speechless". Até agora, faltam palavras para tentar entender algumas questões.
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Por Sergio Santana — Rio de Janeiro
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