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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mattos luta contra drama na carreira para voltar a jogar neste ano



Em entrevista ao LANCENET!, volante revela frustração nas tentativas de retorno, recebe apoio de jogadores que passaram pelo mesmo problema e projeta recomeço



Marcelo Mattos - Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro)
Marcelo Mattos sonha em voltar ao
 time logo (Foto: Alexandre Loureiro)
 
Marcelo Mattos não vê a hora de 2013 começar logo. Já são mais de quatro meses sem jogar por conta de uma cirurgia no púbis que transformou sua vida em um drama, que aumentou com a morte da mãe dele, em junho. Após dois meses de incômodo, ele realizou a operação no dia 31 de julho, e espera sentir o quanto antes o calor de uma partida de futebol.

O momento mais delicado da carreira tinha um grande inimigo diário, as dores. Nas três tentativas que tentou retornar ao time, elas fizeram ele começar tudo de novo, da estaca zero. Ele ainda sonha em voltar neste Brasileiro. Se conseguir, vai realizar ainda nesta temporada um grande desejo: jogar com Seedorf. O volante rasgou elogios ao craque e conta nos dedos o momento de atuar ao lado desta estrela mundial.

Após terminar mais um dia de sua rotina de treinos à parte na sede da CBV, em Saquarema, onde o Botafogo realiza um período de treinos, Marcelo Mattos gentilmente atendeu a reportagem do LANCENET!. O dono da camisa 5 do Botafogo falou da sua luta para voltar aos gramados, do apoio que tem recebido de jogadores que também passaram pelo mesmo problema e da família. Além disso, lembrou do apoio da comissão técnica e dos companheiros de clube. Todos eles esperam que o volante brincalhão volte a sorrir como sempre fez.

Qual foi o momento mais difícil da sua recuperação?
Foram as tentativas de voltar a jogar. Estava em recuperação, fazendo fisioterapia e ia para o físico. Quando fazia o trabalho com bola, sentia muita dor. Quando eu chegava nos 50% e tinha que dar mais um passo, eu não conseguia. Tinha que voltar ao zero de novo. Foram três tentativas. Isso realmente me frustrava.

Você acredita que a ansiedade de voltar atrapalhou?
Acho que não atrapalhou. Não é ansiedade. É uma lesão muito difícil para muitos jogadores. Alguns acabam jogando com ela e quanto mais se joga, mais agrava. Felizmente os exames que eu fiz não foi constatado nada. Na minha cabeça eu já poderia jogar pois não deu nada. Para mim era só tirar a dor e ir para o jogo. Acabou agravando um pouco mais. Agora está tudo resolvido e cada dia tenho uma surpresa boa.

Você está em que fase da recuperação agora?
Agora estou muito feliz. Agradeço aos médicos do Botafogo, a fisioterapia, a parte psicológica. Os jogadores também sempre deram muita força. Estou em uma fase avançada. Com certeza vou voltar muito mais forte, melhor do que estava na lesão e vou desempenhar um bom trabalho.

Você já tem data para voltar a jogar?
Temos mais três meses de campeonato. Acho que até o fim vou estar treinando com o grupo, isso é certo. Se eu tiver bem, se o professor precisar, vou fazer o máximo para ajudar o Botafogo.

Você recebeu apoio de alguém que teve essa mesma lesão?
- Sim, recebi. Não foi só eu que passei por essa lesão, muitos jogadores já passaram. Conversei com alguns jogadores que tiveram isso e estão me dando apoio. O Leandro Guerreiro passou também e ficou muito tempo se recuperando. O Wellington (Paulista) também passou por isso. Tem jogadores que ficaram até oito meses fora, fizeram a cirurgia e voltaram a jogar.

O que você projeta para o ano que vem?
Vou começar do zero e acho que vai ser um ano muito bom para mim. Tudo que eu passei nesse ano, de aprendizado, foi difícil. Então é um ano que vou vir muito forte. Vou estar muito preparado para as dificuldades. Se vier essa vaga para a Libertadores vai ser bom, já começa no duelo (risos). Tem aquele pegada boa e o Botafogo precisa disso. Se deixarem a gente vai brigar pelo título também.

Como é ver essa garotada ocupando a sua vaga no time e dando conta?
Eu fico feliz em ver jogadores que saem da base, entram, e desempenham um bom trabalho. O Gabriel fala para mim que me acompanhava no Corinthians. Isso é legal. Você acaba virando uma referência e poder ajudar eles é muito legal. E eu estou na torcida por eles.

Quer deixar algum recado para a torcida do Botafogo?
Eu sempre lembro de momento importantes, como o jogo contra o Grêmio que eu fiz um gol e a torcida gritou meu nome. Recebo mensagens de apoio e isso sempre me dá força. É muito tempo longe do futebol e tenho muita gratidão a torcida. Tenho muito a fazer ainda. Tudo vai dar certo e vou voltar para retribuir a todo mundo.


Raphael Bózeo Saquarema (RJ) Leia mais no LANCENET!


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