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domingo, 23 de dezembro de 2012

Sem reforço, Bota vê planejamento ameaçado, mas não faz loucura


Vice de futebol do Botafogo, Chico Fonseca, mostra que o mercado futebolístico brasileiro está inflacionado, e admite dificuldades para contratar jogadores



Dagoberto - Internacional (Foto: Alexandre Lops/Inter)
Dagoberto é sonho distante para
o Botafogo(Foto: Alexandre Lops/Inter)
Em busca de zagueiros, laterais e atacantes, a diretoria do Botafogo destacou por diversas vezes que tinha como previsão fechar o grupo para o Estadual até 4 de janeiro, dia da reapresentação do elenco, mas até o momento não anunciou novidade alguma e agora já admite dificuldades para atingir a meta. Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, o vice de futebol alvinegro, Chico Fonseca, detalhou as muitas barreiras encontradas para contratar e falou que o clube não vai cometer loucuras financeiras.

– Já fizemos diversas propostas. Agora, se serão aceitas ou não são outros quinhentos, pois elas foram dentro da realidade do Botafogo. Não adianta fazer proposta elevada e não poder honrar no futuro. Dessas propostas já feitas, se iremos contratar alguém, não sei, mas o planejamento é de pés no chão. O que mais nos orgulhamos é de cumprir a palavra com esse elenco que está aí conosco – disse Chico.

Atual homem forte do futebol alvinegro, Chico Fonseca assumiu o cargo de vice de futebol no fim de setembro e, desde então, tem trabalhado no planejamento da próxima temporada. Sem citar nomes, o dirigente afirma que o Botafogo fez propostas por jogadores ilustres do futebol nacional e internacional, mas tem esbarrado em pedidas fora do padrão do financeiro clube.

– Você pode citar o nome de qualquer jogador que certamente o Botafogo já terá falado com o empresário dele ou com o próprio, fazendo uma proposta. Só que o mercado está maluco – comentou o diretor.

O plano A do Glorioso para o ataque é Grafite, do Al-Ahli, dos Emirados Árabes Unidos. Porém, ele ganha aproximadamente R$ 680 mil por mês e a quantia está longe do teto salarial alvinegro. O clube ainda tenta negociar a redução. Já com Dagoberto, do Internacional, e Nenê, ex-Paris Saint-Germain (FRA), da França, a questão financeira fez as conversas travarem no começo.
– Os salários já bateram no teto. Falamos com os empresários e nossos números nunca estão perto dos deles – desabafou Chico Fonseca.

BASE MANTIDA É COMEMORADA

Os reforços ainda não chegaram, mas o elenco do Botafogo tem a base pronta para a próxima temporada. A diretoria, por meio de longos contratos, conseguiu segurar peças fundamentais no clube e comemora a boa relação construída na base dos compromissos honrados durante o ano.
– Manter o salário em dia é a nossa maior preocupação. Honrar com aquilo que acertamos é fundamental para termos um time. Prezamos pelos funcionários recebendo pelos serviços que prestam – comentou o vice de futebol alvinegro, Chico Fonseca.

Apesar das dificuldades por conta penhoras de receitas na Justiça, o Botafogo tem se esforçado para não deixar os salários atrasarem. No meio do 2012, o elenco chegou a ficar dois meses sem receber, mas o clube vendeu Herrera e Maicosuel e usou parte do dinheiro para pagar as pendências.

BATE-BOLA COM CHICO FONSECA, VICE DE FUTEBOL DO BOTAFOGO

O mercado futebolístico brasileiro está muito inflacionado?
O mercado está maluco e não é de hoje. Isso está fora da realidade do Brasil e da nossa receita. Costumava dizer que os clubes brasileiros tinham despesas de primeiro mundo e receitas de terceiro, mas de uns anos pra cá isso está se invertendo.

E qual foi a maior mudança nesse quesito?
Antes o que tínhamos aqui era que os salários dos jogadores eram menores do que os que estavam na Europa. Hoje, não. Está tudo praticamente igual. Então, nossos custos para sobreviver estão muito altos.

Por que os clubes brasileiros devem tanto?
A questão é que os clubes aqui têm uma dívida pretérita, uma dívida grande e bem antiga. Isso atrapalha muito, pois temos nossas receitas bloqueadas por conta desses débitos.

E como se preparar para isso?
Além de salário alto, você precisa de um planejamento financeiro. Do contrário, não atravessa o ano e termina quebrado, não paga salário em dia e não honra com o prometido. Então, precisa ter muito cuidado.


Alexandre Braz, Vinícius Perazzini e Walace Borges Rio de Janeiro (RJ)LANCENET! 


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