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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Em reunião com críticas a Assumpção, Conselho do Botafogo cria 'gabinete de crise'


Conselheiros se reuniram para discutir crise que assola o clube. Encontro criou comissão que vai acompanhar situação e dar início ao processo de transição presidencial a partir do dia 19



Segurança na reunião do Conselho Deliberativo
 do Botafogo (Foto: Paulo Victor Reis)
O Conselho Delibrativo do Botafogo teve uma importante reunião na noite desta quinta-feira para discurtir a crise financeira que assola o clube. Ausente, o presidente Mauricio Assumpção foi alvo de muitas críticas de boa parte dos presentes. O mandatário enviou uma carta para justificar o fato de não poder comparecer, mas a ausência foi tratada como uma violação do Estatudo do clube pelo 1º vice-presidente do Conselho, Álvaro Moreira, que presidiu a sessão no lugar de José Luiz Rolim, de licença médica.

A reunião terminou com a criação de uma comissão, uma espécie de gabinete de crise, para ajudar na atual gestão. Este 'movimento' será formado pelos prováveis candidatos a presidente - Antonio Carlos Mantuano, Carlos Eduardo Pereira, Durcesio Mello, Marcelo Guimarães e Vinicius Assumpção - e um representante de cada um deles.

- O Conselho chegou a uma conclusão única, tendo em vista a situação que o Botafogo hoje enfrenta. Criou-se um movimento único, uma comissão para ajudar no mandato de Mauricio Assumpção até novembro (fim da atual gestão) - disse Álvaro Moreira, que presidiu a reunião extraordinária.

Os limites desta comissão serão definidos na assembleia que será realizada no próximo dia 19. Acredita-se, porém, que o grupo de presidenciáveis vai acompanhar o fim de mandato de Assumpção para ajudar na transição e também na crise financeira. No entanto, dificilmente haverá interferência deste grupo nas decisões a serem tomadas pelo executivo do Botafogo.

O Glorioso completou nesta quinta três meses de atrasos de salários na carteira de trabalho dos jogadores, com exceção de Dória e Gabriel. Os atletas também não recebem direitos de imagem há seis meses, além do FGTS.

Fora do Ato Trabalhista e com dificuldades para pagar as dívidas com Receita Federal, o Alvinegro sofre com 100% das receitas penhoradas.

CANDIDATOS EXPLICAM COMISSÃO E CRITICAM MAURICIO

Os prováveis candidatos a presidente do Botafogo deixaram a reunião satifeitos com a criação da comissão. Os presidenciáveis criticaram a ausência do atual mandatário. Carlos Eduardo Pereira, do Mais Botafogo, chegou a dizer que Mauricio já 'largou' o clube.

- É lamentável a ausência do Mauricio. Se esperava que ele prestasse esclarecimentos. Mais uma vez ele optou por se omitir e desrespeitar o Conselho Deliberativo do Botafogo. Foi um grande desrespeito. Isso sinalizou que ele largou o Botafogo. O Conselho não pode ser tratado desta forma - comentou o opositor de Assumpção.

Na opinião de Vinicius Assumpção, do Movimento Carlito Rocha, a criação da comissão foi fundamental.

- Demos um grande passo para sair da crise. Estamos tentando juntar todos os botafoguenses nessa comissão de transição - comentou o presidenciável, que descartou uma interferência do grupo no atual mandato.

O ex-diretor de marketing do clube e candidato a presidente Marcelo Guimarães explicou um pouco mais da comissão.

- O Conselho Deliberativo definiu que estes pré-candidatos terão papel de protagonistas na comissão. Vamos acompanhar a transição (presidencial) - explicou.

Antonio Carlos Mantuano falou sobre a grave situação financeira do Botafogo. O ex-dirigente e provável candidato se mostrou preocupado com os gastos que o clube terá neste ano somente para colocar os salários em dia.

- Não temos receitas. Vamos gerar instrumentos para gerar receitas e as despesas serão de R$ 65 milhões. É uma situação extremamente complicada - analisou.

A declaração de Montenegro foi embasada no que disse o diretor financeiro Marcelo Murad. De acordo com o dirigente, o Botafogo precisa de R$ 65 milhões para fechar o ano.

Já o ex-presidente Carlos Augusto Montenegro classificou a administração de Assumpção neste ano como um desastre. O ex-mandatário disse também que Mauricio quis colocar pessoas mais amigas (na gestão).

Vice-presidente geral do Botafogo, Paulo Mendes disse não ter condições de assumir o clube neste momento.

Muitos conselheiros sugeriram que Mauricio peça para sair ou tire licença do cargo.

Duas viaturas da Polícia Militar estiveram em frente ao casarão de General Severiano durante todo a reunião. Havia também seguranças espalhados na frente da sede histórica. Cerca de quinze integrantes de torcidas organizadas do Botafogo acompanharam parte da reunião do lado de fora. Não houve registro de confusões.

Paulo Victor Reis -  LANCENET!

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