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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Da Libertadores à lanterna: a crise do Botafogo em sete passos



LANCE!Net faz resumo dos problemas alvinegros durante 2014




Mauricio Assumpção - Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro/ LANCE!Press)
Assumpção pode ser o responsável pelo
 segundo rebaixamento do Botafogo
(Foto: Alexandre Loureiro/ LANCE!Press)

Uma temporada que começou com a esperança no peito da imensa torcida alvinegra pode acabar em decepção, choro e mais um rebaixamento para a gloriosa história do Botafogo de Futebol e Regatas. E o LANCE!Net listou sete motivos, um interligado ao outro, que levaram o clube ao caos atual.

1 - Saída do Ato Trabalhista

O Ato Trabalhista é um acordo feito entre um determinado clube e a Justiça do Trabalho. Ele organizava a fila de credores do Botafogo, que pagava um determinado valor para repassar a quem tinha algo a receber do Alvinegro, evitando que o clube ficasse sujeito a penhoras.
Porém, o presidente Mauricio Assumpção não renovou o acordo para 2014, alegando que não era bom continuar nos termos em que estava assinado e tentava negociar um novo acordo, algo rejeitado pela Justiça.

Assim, o clube tem todas as suas receitas penhoradas e passou sufoco durante todo o ano, sem conseguir cumprir seus compromissos.

2 - Situação financeira caótica

O presidente Mauricio Assumpção gosta de dizer que o Botafogo não é o único clube do Brasil a passar por problemas financeiros. Isso é óbvio, tendo em vista a situação de clubes rivais. Porém, ele esquece de dizer que a situação do clube carioca chegou a um ponto insustentável. Hoje são três meses de atrasos na carteira de trabalho, sete meses de direitos de imagens, além de FGTS e premiações.

Tamanha demora para pagar culminou na saída do lateral-direito Lucas por meio da Justiça. No dia 19 de agosto ele conseguiu a liberação e pede R$ 20 milhões - o valor da multa rescisória prevista em contrato -, os três meses de salários atrasados, seis meses de direitos de imagem, o depósito do FGTS (que não é recolhido desde 2011), direitos de arena e outros valores.

3 - Crises internas

Sem dinheiro, os problemas internos começaram a se acumular. Um dos principais deles, e que azedou de vez a relação entre o presidente e os líderes do elenco, foi o cancelamento de um amistoso com o Botafogo (PB), um dia antes do programado. Em protesto pelos constantes atrasos, os jogadores resolveram não viajar.

Outro problema, em março, foi o protesto dos jogadores nos treinos, na semana da decisiva partida contra a Unión Española. Na ocasião, eles ficavam sentados nos gramados por aproximadamente dez minutos, antes de iniciarem os trabalhos.

A crise mais recente foi na sexta-feira passada, dia 3, quando Mauricio anunciou a demissão de quatro jogadores - Bolívar, Edilson, Emerson e Julio Cesar.

4 - Perda de jogadores importantes

Se 2013 já foi marcado pela perda de jogadores importantes durante a temporada como Vitinho, Fellype Gabriel e Andrezinho, 2014 seguiu o mesmo caminho. Seedorf, Rafael Marques, Hyuri e Elias saíram no início do ano acabando com a espinha dorsal do time que terminou o Brasileiro do ano passado em quarto lugar.

Durante a temporada, além dos demitidos, Dória foi negociado com o Olympique (FRA), Lodeiro foi para o Corinthians e Jorge Wagner retornou para o futebol japonês.

5 - Saída de Oswaldo de Oliveira e efetivação de Eduardo Hungaro

Devido ao alto salário, o Botafogo preferiu não renovar o contrato de Oswaldo de Oliveira para 2014. Desculpa incoerente, já que contratou diversos jogadores após a saída dele - alguns com vencimentos altos. E o pior, escolheu Eduardo Hungaro, ex-auxiliar de Oswaldo, para comandar o time na Copa Libertadores. Não deu certo. A inexperiência de Hungaro pesou, o time foi eliminado na fase de grupos, e Duda voltou a trabalhar na comissão técnica.

6 - Contratações que não corresponderam e "volta dos que não foram"

Não se pode negar que o Botafogo contratou muito nesta temporada. O grande problema é que quantidade não significa qualidade. Os laterais gêmeos Alex (lateral-direito) e Anderson (lateral-esquerdo) são um símbolo dessa política. Contratados para disputarem a vaga com Edilson, Lucas e Julio Cesar, eles não corresponderam e foram afastados antes do fim do primeiro semestre.

Além dos irmãos, o zagueiro Mario Risso, o volante Rodrigo Souto, os meias João Gabriel e Ronny e os atacantes Yuri Mamute e Ferreyra não deslancharam e pouco contribuíram com o Alvinegro.
No desespero, o técnico Vagner Mancini teve que usar alguns jogadores que estavam fora dos planos ou retornavam de lesões graves como Jobson, Lennon e Guilherme.

7 - Política em ebulição

O ano é de eleição e, como acontece em qualquer clube, a política ferve internamente. Acuado, o presidente Mauricio Assumpção pouco se expôs no segundo semestre - tirando no episódio da dispensa de quatro jogadores - e não deverá declarar apoio público a nenhum dos quatro candidatos à presidência. Até porque ninguém quer ter seu nome vinculado ao mandatário.

Uma "comissão de crise" foi instalada no clube para analisar os problemas internos e ajudar o próximo presidente. Até mesmo um impeachment foi cogitado, mas a ideia não avançou pois o processo seria demorado, desgastante e desncessário, já que o mandato de Mauricio está perto de acabar.


Luiz Gustavo Moreira LANCENET! 

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