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domingo, 5 de julho de 2015

Na esteira de Dória, Botafogo deu chance a Luis Henrique após dispensa


Após ser rejeitado pelo Flamengo e receber não do Bahia, atacante faz testes no Alvinegro ao ser indicado por agente de zagueiro vendido ao Olympique de Marselha




Luis Henrique comemora um de seus gols em estreia como
profissional: início promissor (Foto: Vitor Silva / SSPress)
O Botafogo ainda aguarda com ansiedade o depósito da primeira parcela da venda de Dória para o Olympique de Marselha - cerca de R$ 3,5 milhões. Mas mesmo antes disso o clube pode dizer já lucrou. Isso porque Luis Henrique, a nova joia, teve sua entrada no Alvinegro facilitada no momento em que a diretoria discutia um novo contrato com o zagueiro.

Os dois jogadores são agenciados pelo mesmo empresário, Jolden Vergette. Em 2013, ele discutia com o Botafogo a renovação do contrato de Dória, que, naquele momento, se firmava como titular na equipe profissional e se mostrava um dos grandes destaques formados no clube. Então, o empresário sugeriu que Luis Henrique, outro de seus clientes, fosse submetido a um teste no Alvinegro.

A sugestão, comum nos clubes do Brasil, foi aceita pelo Botafogo, que abriu as portas para Luis Henrique. O atacante havia sido dispensado após alguns meses no Flamengo e passara uma semana em testes no Bahia, também sem sucesso. Na base alvinegra, entretanto, ele logo deslanchou e passou a antecipar etapas. Foi aprovado depois de duas semanas em testes com o time principal sub-15 e assinou seu primeiro contrato profissional em maio do ano passado, válido por três anos.

Mesmo aos 16 anos, Luis Henrique foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17, no ano passado. Em 2015, marcou 14 gols em dez partidas na Copa do Brasil da mesma categoria e chamou a atenção da comissão técnica profissional. Promovido à equipe principal, fez dois gols em sua partida de estreia, a goleada por 5 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, na última sexta-feira, pela Série B do Brasileirão (veja o vídeo abaixo).




Luis Henrique confessa que ainda assimila tudo o que aconteceu na partida, mas garante ser capaz de suportar a pressão por novas atuações do mesmo nível, contando para isso com sua cobrança pessoal e a de seus familiares.

- Nos meus maiores sonhos eu até imaginava que a estreia poderia ser daquela maneira, mas, quando vira realidade, a gente fica um pouco assustado. A pressão existe em todo lugar, ainda mais nos profissionais. É algo que começa cedo, mas lido bem com isso e minha família me coloca de pés no chão. Além disso, eu me cobro muito. Treino bastante, me alimento e descanso. Um jogador de alto nível precisa se cuidar também fora de campo - ressaltou.

Também fora de campo, o Botafogo vem buscando meios de preservar sua joia do assédio que eventualmente vai aumentar a partir de agora. O clube é dono de 90% dos direitos econômicos de Luis Henrique, e o fato do atacante ainda ter um salário de juvenil faz com que a multa rescisória também seja de um valor considerado baixo (estimada em menos de R$ 1 milhão). A ideia é que todas as cifras sejam revistas a partir de agora pelo departamento de futebol profissional e pelo diretor das categorias de base, Manoel Renha.

- O Luis Henrique tem potencial grande. É inteligente e sabe chutar. Mas falta muita coisa ainda. Lógico que é preciso cuidado, mas o Botafogo está fazendo isso, e não é de agora. Em relação a contrato, está tudo controlado. O Renha vem acompanhando os atletas da base, então o garoto está seguro - destacou o gerente de futebol do clube, Antônio Lopes.

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro/DF

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