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sexta-feira, 12 de julho de 2019

Barroca, sobre protesto no Botafogo: "Minha responsabilidade era preservar o lado esportivo"


Técnico também fala sobre último Biro Biro e Victor Rangel, últimos reforços contratados pelo clube; dupla fica no banco contra o Cruzeiro, no domingo, às 16h, no Mineirão





Depois de treino realizado na tarde desta sexta, no Nilton Santos, Eduardo Barroca confirmou o time com Marcinho e sem Cícero para enfrentar o Cruzeiro na 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas a pauta principal da entrevista foi o protesto dos jogadores, que não concedem coletivas desde a semana passada em protesto por dois meses de salários, premiações e imagem em atraso.



Eduardo Barroca durante entrevista coletiva — Foto: Fred Gomes


Barroca não comentou o objetivo do protesto, porém tratou a crise financeira do Botafogo como uma realidade. Afirmou que, diante da insatisfação do grupo, concentrou-se em não comprometer o bom início de trabalho que ele e seus atletas têm feito desde abril.


- Preciso focar no que posso colaborar, que é o lado esportivo. Mas preciso ser frontal com a realidade. Estamos com salário atrasado, a direção está trabalhando duro. Preciso preservar o lado esportivo disso tudo. Desde o início sentei com os jogadores e entendemos que isso não pode afetar o nosso trabalho. Fechamos um pacto de excelência pelo lado esportivo. Isso tem sido feito na plenitude. Geralmente na véspera trabalho mais forte do que trabalhei hoje.


- Os jogadores estão cumprindo de preservar o lado esportivo. Estão treinando muito forte, tanto que até precisei mudar o que temos de característica nas vésperas de jogo. Pedi para eles tirarem o pé. O lado esportivo está completamente preservado. Disse que cobraria e estou muito satisfeito com o que apresentaram - completou.


- Estou bastante satisfeito com os que me entregaram. Fui bem duro com eles naquilo que planejei para eles, trabalhei para caramba. Chegamos com 90 quilômetros acumulados em média em três semanas, o que não é pouca coisa. Se fosse transformar em jogo (os 90 quilômetros acumulados), isso equivale a nove partidas. A gente tirou o couro deles e agora espera a transferência


O Botafogo visita o Cruzeiro no Mineirão às 16h deste domingo. O Alvinegro ocupa a 7ª posição no Brasileiro, com 15 pontos, enquanto os mineiros estão na zona de rebaixamento com apenas oito.


Barroca também falou de Biro Biro, Victor Rangel, o desenvolvimento alvinegro durante a parada e outros temas. Leia abaixo:


Biro Biro vai para o jogo no domingo?

- Tenho planos de usá-lo. Me agrada. Tem drible, finta, improviso e capacidade de enfrentamento no um contra um. Bastante satisfeito com esse início dele. Chegou bastante entrosado e adaptado. Com certeza vai ser muito útil contra o Cruzeiro e na temporada toda. Ele pode jogar pelos dois lados, e alguns vídeos da época em que ele jogava na China mostravam o Biro Biro jogando mais centralizado num 4-2-3-1.


Jogo contra o Cruzeiro


- Não tenho menor dúvida que vou enfrentar um Cruzeiro muito forte, com sequência de trabalho, que tem um treinador que está lá há muito tempo e que se sente muito confortável em casa. Oscilou no início, mas eu não apostaria o Cruzeiro nessa posição. Vai crescer, está em três competições e talvez tenha dividido foco.


- Tenho um respeito muito grande pelo trabalho do Mano, é uma referência. Tem um trabalho e conduta linear. E resultados sempre expressivos. Não iniciei o trabalho com este grupo desde o início do ano, mas esses 21 dias nos deram uma grande oportunidade de ajustar uma série de coisas.


Mais sobre o silêncio dos atletas pelos salários atrasados

- Quando sentamos para conversar sobre esse assunto, me comunicaram que tomariam essa decisão. Já tinham feito uma ação relacionada a isso no início do ano (em abril, quando não concentraram antes do jogo contra o Juventude). Comunicaram e conversaram comigo a intenção. E uma ação que não afetasse o lado esportivo. Acho que responsabilidade minha era preservar o lado esportivo. Cobraria deles o que eles vêm construindo. Que a torcida do Botafogo se identifique com eles vêm fazendo em campo.


- A gente não pode abrir mão de entrega. Eles me pediram que eu fosse realmente o cara que não deixasse o lado esportivo afrouxar. Termino esse ciclo extremamente satisfeito. Além dos lados individuais, estabeleci metas dos lados técnicos, físico e tático.


- Durante 21 sessões de treinamento, nossa equipe ganhou 20 quilos de massa magra. Só o Alex Santana ganhou 3.8. É como se entrássemos contra o Cruzeiro com uma anilha de 20 quilos de força a mais nas costas.


- Estamos bastante satisfeitos com a forma e com a maneira de trabalho. Falta transferir para o campo. Que a gente transforme essa entrega em bons jogos e bons resultados, que é o que a torcida deseja.


Marcinho x Fernando


- A disputa entre Márcio e Fernando está aberta. Acredito muito nos dois, ambos têm potencial de seleção brasileira na minha visão. Marcinho teve aquela sondagem, e o Fernando, para mim, é um dos quatro candidatos a concorrer vaga na seleção olímpica. Guga, do Atlético-MG, que está concorrendo com ele, não está nem jogando.


- Um tem uma característica que não é o forte do outro. O que Marcinho tem de muito bom, o Fernando precisa ajustar. E vice-versa.


Desfalque de Cícero

- Cícero é extremamente importante, é fominha, sentiu desconforto, mas não vamos correr o risco de comprometer um jogador desses.



O que desenvolveu mais na parada?

- A gente treinou bastante em tudo que a gente precisava desenvolver. A gente vai buscar um jogo de controle, mas precisa evoluir na pressão para ter maior posse de bola. A gente também se desenvolveu em como controlar o jogo e transformar o controle em oportunidade de gols.


Evolução de Victor Rangel e elogios a outros atletas, como Alan Santos e Kanu

- Excelente. Foi muito prudente da nossa parte não colocá-lo no início. Ele tinha um desequilíbrio muscular, mesmo que não muito grande. Hoje a gente vê nessas três semanas o Victor Rangel liderando vários índices. Cara dedicado, profissional.


- Preciso exaltar coisas que vêm à minha cabeça agora. Alan Santos é muito profissional. Tinha uma audiência no México, foi liberado por mim, mas ele abriu mão da audiência por considerar que não era o momento. Preferiu estar conosco.


- Kanu, que é um jovem zagueiro, conheci ainda menino, e hoje é um p... profissional.



Fonte: GE/Por Bernardo Serrado e Fred Gomes — Rio de Janeiro

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