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domingo, 15 de setembro de 2019

Análise: cadê os atacantes? Botafogo finaliza só duas vezes, e defesa impede noite desastrosa


Atuação diante do Ceará foi decepcionante: sem criatividade, Glorioso voltou a ser assombrado pela falta de agressividade; quase nada de positivo sobrou do empate sem gols




Melhores momentos de Ceará 0x0 Botafogo pela 19º rodada do Campeonato Brasileiro


O torcedor que optou por adiar a saída de casa no sábado à noite para assistir a Ceará x Botafogo se arrependeu. O empate sem gols no Castelão foi duro de acompanhar. Depois de apresentações consistentes contra Internacional e Atlético-MG, o Glorioso decepcionou diante do Vovô.


O jogo pode ser resumido em ataque cearense x defesa botafoguense. O time mandante se impôs desde o minuto inicial e se aproveitou do jogo adversário para dominar as ações no campo de ataque.


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Acostumado a ter a bola e sair jogando desde a defesa, o Botafogo encontrou dificuldades para imprimir seu jogo diante do Ceará, que manteve a marcação alta. A saída de bola da equipe carioca não funcionou, e Barroca não conseguiu variar o estilo para que o Glorioso fosse agressivo, como o técnico indicou que seria antes de a bola rolar.


O principal problema foi que os meio-campistas jogaram muito distantes da defesa e do ataque. Sem proximidade, as opções eram praticamente nulas quando o Botafogo conseguia ultrapassar a linha do meio de campo.




Marcinho voltou muito para marcar e pouco apareceu no ataque — Foto: Vitor Silva/Botafogo



Atrás, Fernando e Lucas Barros sofreram. Os atacantes do Ceará investiram nas jogadas pelas laterais e nas bolas aéreas. Ganharam quase todas em cima dos jovens formados na base alvinegra. Na tentativa de ajudar na marcação, Marcinho voltou muito e deixou a desejar no ataque.


Thiago Galhardo ditou as jogadas do Ceará e deixou os atacantes em boas condições de finalizar. É o jogador criativo que faltou ao Botafogo neste sábado. Valencia, que entrou bem na rodada passada, foi mal no Castelão ao substituir Alex Santana na segunda etapa.


A falta de criatividade do Botafogo é comprovada pelos números da partida: 28 finalizações do Ceará contra apenas duas do Glorioso, que não teve nenhuma chance real de gol.


No momento das conclusões, os cearenses não passaram por Marcelo e Gabriel, que se destacaram na noite abaixo da média do Glorioso. E quando os dois deixavam passar, Gatito aparecia. Muito bem, o goleiro paraguaio foi um dos responsáveis pelo empate. Mais uma vez, fez defesas importantes.


Uma vitória deixaria o Botafogo a um ponto do G-6, mas não há o que lamentar. Pelo contrário, o time carioca deve agradecer, e muito, pelo ponto conquistado fora de casa diante do Ceará.




Marcelo foi um dos melhores em campo — Foto: Vitor Silva/Botafogo




Pontos positivos

- Difícil, mas fica a atuação de Marcelo Benevenuto. O zagueiro reserva, que tem mais jogos que Carli na temporada (22 a 21), foi um monstro atrás. Tirou quase todas as bolas e liderou a atuação segura da defesa alvinegra.


- Gatito Fernández. O goleiro manteve o nível de atuação e foi novamente fundamental para o Botafogo.


Pontos negativos

- Em noite em que a defesa foi bem, nada mais funcionou. E a falta de finalizações voltou a assombrar a equipe de Barroca. Se teve mais posse de bola, o time não soube usar isso a seu favor e não foi nada agressivo. DUAS FINALIZAÇÕES EM 90 MINUTOS é motivo de preocupação.


- A marcação pelos lados do campo. O Botafogo voltou a ceder espaços nas laterais e viu o Ceará levantar muitas bolas na área. Além disso, os cariocas continuam com o problema de deixar o adversário finalizar com facilidade contra a sua meta.


- Distância dos jogadores do meio de campo. Faltou Alex Santana e João Paulo voltar mais para receber a bola e poder distribuir o jogo. Além disso, os atacantes também não se aproximaram.


- Saída de bola: time que gosta de sair jogando tem que estar preparado para a pressão dos marcadores adversários. O Botafogo sofreu com isso diante do Ceará, errou passes e perdeu muitas bolas, dando chances aos donos da casa.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

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