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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Montenegro questiona investimento no esporte olímpico e critica frase de vice do Botafogo: "UTI não é uma palavra agradável"


Presidente entre 1994 a 1996 diz que afirmação do vice executivo foi inadequada e resume necessidade de frear injeção de dinheiro em outros esportes: "Acabou o milho, acabou a pipoca"




Fred Gomes


Em entrevista ao GloboEsporte.com, Carlos Augusto Montenegro projetou o futuro alvinegro com otimismo. Tem grande confiança de que a "Botafogo S/A" seja uma realidade a partir de janeiro. Na segunda parte do papo, o grande benemérito e presidente campeão brasileiro, porém, não poupou críticas ao atual momento do clube.


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Fez questão de frisar sua total oposição a uma declaração dada por Luís Fernando Santos, vice-presidente executivo, no início do mês. À Rádio Globo, Luís afirmou que "o Botafogo é um paciente em estado grave internado numa UTI".

Montenegro não ignorou a realidade, mas tratou a afirmação como inadequada para um momento de captação de investidores e parceiros. Disse que não imagina o ano de 2020 sem a transformação do futebol alvinegro em empresa, mas garantiu: se não der certo, o Botafogo, por sua "pujança e força", nunca acabará.

- Não consigo nem imaginar o contrário. Acabar nunca acaba. Você tem anjos da guarda. Botafogo já deveu impostos, vendeu a sede e a recuperou, passou 21 anos sem títulos. Aí apareceram algumas pessoas, principalmente na época do Emil Pinheiro e conseguiram dar um título ao Botafogo. Depois ganhou um Brasileiro. Tem sempre gente ajudando.

- UTI não é uma palavra agradável para quem está fazendo um modelo novo, procurando investidores e uma volta por cima. Pode ser a verdade, a realidade. Mas não gosto da palavra. Acho o Botafogo muito pujante, é muito forte.



Luis Fernando Santos, vice-presidente executivo do Botafogo, desagradou Montenegro com sua declaração — Foto: Marcelo Baltar


- Se eu sentisse que ele estava na UTI, eu não iria me aproximar. Deixaria ele morrer em paz. Mas não está na UTI. Ele passa um mau momento, pelo qual o futebol brasileiro todo está passando. A seleção brasileira vem de várias derrotas por causa disso.

Montenegro, presidente alvinegro de 1994 a 1996, ainda fez duras críticas ao investimento no esporte olímpico em detrimento da base. Citou ter se surpreendido com a diferença física de São Paulo e Botafogo em goleada tricolor por 4 a 1 no Rio, pelo Brasileiro Sub-20.

Expôs suas diferenças com o grupo político "Mais Botafogo", que conduziu Carlos Eduardo Pereira e Nelson Mufarrej à presidência nas duas últimas eleições, e tratou da pressão familiar para deixar de tirar do próprio bolso e apagar diversos incêndios no Glorioso. Leia tudo abaixo.


Confira todos os tópicos:

Você falou que se comprometeu a ajudar pessoas sérias que comandem o Botafogo. Foi uma tônica esse ano, aliás. O investimento no esporte olímpico em detrimento da base te desanima a ajudar mais? A presença do Luís Fernando Santos também influencia, principalmente pela declaração da UTI?

Não me desanima. Ajuda ao Botafogo não significa só dinheiro. Significa tempo, explicar às vezes que o caminho está errado, participar de reuniões sobre o clube-empresa, significa até tentar ajudar politicamente uma renovação de concessão do estádio e por vezes pagar a conta de luz ou água. Não tenho, às vezes a chance, de ajudar mais como gostaria. Mas às vezes ajudo como avalista. O Good (Claudio, ex-dirigente e benemérito alvinegro) tem ajudado muito o Botafogo, o Rotenberg (Ricardo, vice comercial e de marketing) também trazendo vários patrocinadores importantes. Depois que tiver as coisas divididas, se me pedirem posso até tentar ajudar verba incentivada. Mas não pode é ter caixa única, contaminar tudo.

"A questão do basquete é que não gosto mesmo. Eu adoro o esporte olímpico. O vôlei, O remo, que é o único estatutário. Mas acho o seguinte: acabou o milho, acabou a pipoca. Você não pode fazer determinado esportes, pagar atletas, comissão técnica, se não tem dinheiro. Já tive reunião lá e expliquei isso".

"Outro dia dei um exemplo: o Botafogo começou o ano com mil funcionários. Está na maior crise do mundo, chegando a outubro e o clube segue com mil funcionários. Como? As empresas se movimentam. Ou contratam quando precisam, ou demitem quando necessário".


Pedido a Luís Fernando para não "inventar novas despesas" e divergências sobre valor dos ingressos
Não pode ficar é parado com a dívida aumentando. O Luiz Fernando é uma pessoa do bem, o vice-presidente executivo, mas não pode fazer nada. A única coisa que eu pedi é não inventar novas despesas. Tem discussão de preço de ingresso. Eu sou favorável ao menor possível. A gente vai ter condição de ganhar mais receita em uma colocação melhor. Quero nosso estádio com 15, 18, 20 mil pessoas.

Se possível com ingresso a R$ 20, mulher não paga. Criança ganha brinquedo, sorteia carro. Vinte mil pessoas ajudam o time, dão mais força. Aliás o time, tenho que reconhecer, está perfeito. Elenco forte ou fraco? Não interessa, é o nosso elenco. Esse pessoal está se matando em campo. A torcida no estádio ajuda esse pessoal.

"Tive uma divergência com o Luís Fernando sobre os preços. Ele disse: "Ah, eu acho melhor botar R$ 70 e irem sete mil pessoas. Eu falei "Não, prefiro R$ 20 ou R$ 30 e que tenhamos 15 mil no estádio". Com 15 mil ou 7 mil, o prejuízo com o estádio vai ser o mesmo. O único jogo que a gente não teve prejuízo foi o com o Palmeiras, em Brasília".

Se tudo está dando prejuízo, então vamos colocar mais gente no estádio. São detalhes. Se a gente pegar um sexto lugar em vez de um oitavo, a gente ganha mais dinheiro. Nesses 30 anos de Botafogo tenho alguns macetes que talvez ele não tenha. Ele é mais frio, mais matemático, eu acho que sou mais atualizado em relação a coisas boas e ruins do futebol.


O senhor criticou muito o "Mais Botafogo" e chegou a colocar em dúvida que o projeto dos investidores fosse colocado em prática por conta da atuação deles. Quais suas principais ressalvas a eles?
O Mais Botafogo teve seus méritos, é um grupo que surgiu com a má administração do segundo mandato do Maurício Assumpção. Mas o problema já começa a ser da reeleição.

"Quando as pessoas ficam muito tempo no poder, começam a se achar um pouco donas do clube. Ai acho quem entra a questão dos esportes olímpicos que comentei antes. O cara fica tanto tempo no poder e quer uma novidade, como vôlei, basquete. Vôlei e basquete não são tradições do Botafogo".



Carlos Eduardo Pereira e Mufarrej foram eleitos pelo "Mais Botafogo"; Anderson Simões, à direita, deixou o grupo após divergências — Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

Esses esportes só geram custo. Você não vende um atleta de vôlei nem um de basquete. Então cada centavo que investe na base, você tem condição de fortalecer o time e fazer receita. Várias pessoas que saíram do Mais Botafogo perceberam isso, o desgaste da reeleição.

"Hoje se não fosse a ajuda geral do Rotenberg, Good, Paulo Mendes, Renha e eu estamos dando, não sei nem se estariam lá ainda. Iriam definhar até o fim do ano. Ninguém quer o lugar deles, se começaram tem que terminar. Estamos ajudando eles a terminarem com dignidade".


Montenegro diz que Mais Botafogo precisa dar exemplo


Em uma conversa recente eu falei: ''Conseguiram patrocínio para o basquete, ótimo. Mas vôlei ainda não tem''. Tem que dar exemplo ao clube: "Olha, estamos sem dinheiro". Fala que não vai fazer vôlei porque não temos o dinheiro. É um exemplo de que o clube passa por problemas.

Se começar a fazer tudo, parece que está tudo bem. Não é bom para os funcionários e jogadores, que estão com salários atrasados. É questão de postura, de exemplo. Acho que é uma coisa errada de quem comanda o clube, independentemente de ser o Mais Botafogo ou não.

"É um mau exemplo fazer algo sem dinheiro. Se não tem dinheiro, não faça. É simples. Com essa nossa ajuda, tomara que a gente acabe salvando o Mais Botafogo, ou o que restar dele, para eles saírem com alguma dignidade".

O propósito deles era correto, mas estão extrapolando. Estou falando isso sem política. Agora eu torço é por um clube novo, moderno, sem essas ingerências. Não tem grupo de Montenegro, de Mais Botafogo. Para sobreviver, temos que ter algo digno para o futuro.

Tudo o que estou falando aqui eu já falei com eles em uma reunião recente. Já falei para eles que não se fala em UTI, Botafogo é muito mais forte que UTI. Falei com eles da ajuda que as pessoas dão, do vôlei e do basquete e dos preços dos ingressos.

"Graças a Deus o Nelson e o Carlos Eduardo concordam com essa tese. Não tem essa de grupo político, só serve pra ganhar eleição. Foram bem no primeiro mandato, mas estão inventando no segundo. Até parece que o Botafogo tem oxigênio para bancar esses outros esportes".



Carlos Augusto Montenegro conversa ao lado de um tevêmetro, aparelho que mede a audiência da TV pelo Ibope — Foto: Fred Gomes


O senhor disse que não conseguiria nem imaginar se a SPE não saísse do papel em 2020. Qual seria o cenário?

Você quer eu eu imagine... Não sei, acho que vai ser horrível. Tem o estadual, e você já entra o ano devendo muito. Vai entrar o ano devendo uns R$ 50 milhões. Aí têm salários não pagos depois de um certo período, tem o problema de você deixar de pagar impostos e perder o Profut. Não sei, é uma loucura.

Agora, acaba (o Botafogo)? Não acaba. Joga só com o sub-20, tenta renegociar dívida. Não sei. Se você não conseguir sobreviver e cair num Campeonato Brasileiro, por exemplo, já não tem receita. Da mesma forma que quando você projeta uma vida nova é uma bola de neve positiva com novos investidores e etc, se você não conseguir fazer isso, é uma bola de neve negativa.


Problemas financeiros dos clubes em geral no Brasil

Obviamente temos uma mistura de amadorismo, paixão e gestão. Os clubes têm sua culpa. A TV foi benéfica durante um tempo e hoje não é mais. O fim do Clube dos 13 foi muito ruim. Hoje existe uma disparidade entre o Flamengo/Corinthians com o último que é insuportável. Veja a distribuição de verba da Premier League, o mais equilibrado e badalado campeonato, o campeão recebe 150 milhões de libras, e o 20º, que subiu, recebe 100.

Dá para fazer algo equilibrado, ninguém disputa sozinho. O que a TV fez nos últimos seis, sete anos, foi muito prejudicial. Muita gente debate o momento do Flamengo, essa lei de empresa. Flamengo fez o dever de casa, mas foi muito beneficiado. Recebe muito mais verba que Botafogo e Fluminense. Não há equilíbrio. Se continuar assim, se não houver mudança, daqui a pouco o Flamengo vai jogar sozinho. Não é interessante acabar com a competitividade, rivalidade.


Críticas à CBF

Todos têm sua parcela de culpa. Hoje a televisão tem sua parcela, a legislação atual é negativa para o clubes, a CBF hoje em dia também não é boa com os clubes.

"Acho que a CBF tinha que cuidar da Seleção. Masculina, feminina, de base. Esse é o dever da CBF. Não tem que organizar o Brasileiro, escalando juízes, cobrando comissão da TV, tentando vender propaganda. Isso tudo é dos clubes, eles que façam a Seleção".

A CBF tira jogadores dos clubes para representar o Brasil, então que deixe os clubes em paz. A CBF tem o maior patrimônio que qualquer confederação do mundo gostaria de ter, que é a Seleção. Toca isso, a publicidade, os jogos. Tem muita coisa que precisa ser feita para a gente não matar a coisa mais importante nas nossas vidas, que é essa paixão pelo futebol.


Se o projeto dos investidores não for aprovado, o Botafogo se torna inviável?

Acho que Botafogo, Fluminense, Vasco... Cruzeiro, Atlético... A situação do Santos também é muito difícil. Acho que são vários clubes inviáveis, eles sobrevivem pela grandeza deles, pela paixão de alguns botafoguenses...

"Sei lá, por Deus, pela torcida, que cobra, mas que continua acreditando. Sobrevive, só não consegue competir. Detesto esses exemplos de "Vai virar o América". Não é virar America, Bangu ou o que aconteceu com a Portuguesa de Desportos em São Paulo".

Acho que o Botafogo, inclusive, é o que tem a política menos complicada. Essas besteirinhas de "Mais Botafogo" existem, mas o pessoal é a mais unido, mais pé no chão em relação à dívida.

O problema do Fluminense é seríssimo, o problema do Vasco, com todas as eleições na Justiça. O problema do Corinthians, com o estádio. O do Cruzeiro com polícia.

"O nosso problema já está diagnosticado, a gente está tentando fazer o dever de casa para arrumá-lo. Converso, e todas as pessoas querem a mesma coisa. É aquilo "você tem alguma ideia melhor?". Claro que a gente, como botafoguense, vai tentar preservar todos os valores do Botafogo. Isso é um projeto de 30 anos por enquanto, depois volta. Tomara que não volte".

Suponhamos que volte um dia, espero que não volte, mas tem que voltar com símbolos, estrutura, bandeira, escudo e as cores como entregamos.

O senhor falou das divergências com Luís Fernando. E como é a relação com o Gustavo Noronha, que vem sofrendo resistência interna por não estar muito presente no futebol? O senhor também o desaprova em relação à atuação dele.

A gente está tão concentrado no projeto novo que ninguém mais perde tempo com qualquer ponto que não esteja em linha. Não adianta mais falar em pessoas em nível de diretoria.O que existe é todo mundo focado na empresa nova.

Gustavo é uma pessoa seríssima, muito correta, mas que não teve tempo. A vida dele entrou numa confusão tremenda porque ele talvez tenha dado um passo maior que a perna. Muita complicação, mas não teve tempo para atender tudo. Sempre que podemos, tentamos ajudá-lo porque tem de trabalhar muito, é um belíssimo advogado, tem família, tem que viajar...

Se as pessoas são do bem, a gente ajuda. E o Gustavo é uma pessoa que, se eu puder, vou ajudar a vida toda. Não sei como vai ser o futuro, mas acho que várias pessoas que estão aí hoje não vão estar no futuro.

Sobre o investimento no esportes olímpicos em detrimento de não haver injeção na base, o Manoel Renha deu uma entrevista à Rádio Brasil falando que a sala de musculação é de 2004 e que ele mesmo construiu e pagou. E que não tem dinheiro para suplementos, e o jogador chega no profissional muito abaixo fisicamente. O que acha disso?

"A gente tem um jogador, o Rhuan, que todo mundo tá apostando nele. Mas se você olhar o físico dele, é bem diferente de todos. Outro dia teve um jogo do sub-20 entre Botafogo e São Paulo dava impressão que os jogadores do São Paulo eram tios ou pais dos nossos jogadores".



São Paulo goleou o Botafogo no Rio de Janeiro no último dia 28, pelo Brasileiro Sub-20 — Foto: Reprodução


Há uma porção de coisas que fortalece o jogador, não adianta só ser bom. Isso tudo que é base. Não é só aparecer um garotinho que joga pra caramba.

Essas greves de funcionários e alguns deles recorrendo ao trabalho informal não atrapalham na captação de investidores pelo arranhão na imagem do clube?

Tem gente que acha que ajuda por verem a situação triste do clube, tem que acha que prejudica, mas a verdade é que não se pode fazer nada. É isso e ponto. Já tive oportunidade de conversar com os jogadores que, se estivesse com eles no elenco, talvez tivesse fazendo a mesma coisa que eles.

Num período não falaram com a imprensa, noutro não quiserem mostrar o patrocinador. Acho até que o patrocinador tem menos culpa, é um pessoal que está nos ajudando muito. O legal é que todos continuam confiantes e querem continuar.

Eles têm que protestar de alguma forma ou punir alguém. Pode querer punir a direção, a presidência, mas tem uma coisa que acho legal. Eles estão respeitando muito a nossa estrela, tão dando o máximo em campo, se matando.

Estão treinando com uma vontade tremenda, não deixaram a desejar em nenhum dia. Essa vontade e esse respeito deles têm que ser reconhecidos.

Mas as pessoas não estão dormindo. O presidente não está dormindo. Ele não está pagando porque não quer. Ele não tem condição.

Voltando à questão da ajuda financeira, não com expertise ou experiência em clubes, o senhor se decidiu em não ajudar o Botafogo com dinheiro devido ao investimento que julga inadequado no esporte olímpico e por não concordar com as ideias do Luís Fernando? E como o Botafogo vai se sustentar até o final do ano se ele não tem gerado receita?

Esse negócio com basquete e vôlei está resolvido. O presidente já determinou que não tem mais nenhum centavo se não tiver a verba. Tem o patrocínio da Tim no Basquete. No resto, só vai acontecer se houver dinheiro. Isso está resolvido.

Com Luís Fernando, não tem nada. Eu não sou do clube. Com relação à ajuda, a gente ajuda ou dando alguma coisa, ou avalizando alguma coisa ou trazendo algo para o clube.



Carlos Augusto Montenegro citou Ricardo Rotenberg diversas vezes durante a entrevista — Foto: Marcelo Baltar


Isso quem está fazendo muito é o Claudio Good e o Ricardo Rotenberg também, trazendo algumas alternativas. Tenho entrado mais como avalista do que dinheiro mesmo. Isso sempre casado com alguma receita que possa vir.

"A gente pode ajudar, mas tem um limite. A nível de pessoa física é complicado. Têm pequenas coisas que eu gosto de ajudar, que é pagar uma conta de luz ou de água. Poxa, eu nem quero de volta, é doação. Não me sinto bem de cobrar juros".

Não tem aquela pressão familiar do tipo "Pai, para de ajudar um pouco"?

"Claro que a família, principalmente os filhos, não gostam muito disso. Amam o Botafogo, mas não se sentem confortáveis com isso. Eu procuro equilibrar, sei até onde posso ir. Tudo que fiz de maior, o Botafogo devolveu".

"Aonde estou podendo ajudar, eu vou. Mas vai até o final do ano. Ou no final do ano esse projeto dá certo, ou então tchau. Não vou ficar numa coisa que não dê futuro".


Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá, Edson Viana e Fred Gomes — Rio de Janeiro

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