BotafogoDePrimeira: Análise: Botafogo dá bons sinais com meio ofensivo, mas tem muito a evoluir

terça-feira, 28 de março de 2023

Análise: Botafogo dá bons sinais com meio ofensivo, mas tem muito a evoluir

Formação com Tchê Tchê, Lucas Fernandes e Eduardo tem boa dinâmica inicial, porém time ainda produz pouco mesmo contra rival frágil

O Botafogo cumpriu a obrigação, venceu a Portuguesa por 3 a 1, gols de Eduardo, Cuesta e Raí, e garantiu vaga na final da Taça Rio em busca de confirmar presença na Copa do Brasil de 2024 (precisa ser campeão para isso).

Botafogo 3 x 1 Portuguesa - Melhores momentos - Semifinal da Taça Rio 2023

Mas se o resultado foi bom, o desempenho ainda pode e precisa melhorar muito pensando em competir à nível de Campeonato Brasileiro e Sul-Americana, que começam nas próximas semanas, e nas próximas fases da Copa do Brasil.

Ainda em busca do time ideal, Luís Castro apostou em um meio-campo mais ofensivo com Tchê Tchê, Lucas Fernandes e Eduardo. Se no papel o time seguia com as duas linhas de três que o treinador vem usando desde que chegou, há um ano, em campo o que se via era uma espécie de 4-2-4.

Botafogo ocupa o campo de ataque com linha de 4 jogadores à frente — Foto: Giba Perez

Piazon e Luís Henrique davam amplitude pelas pontas e o meia Eduardo formava quase uma dupla de ataque com Tiquinho Soares no centro do campo. A formação deu mobilidade e agressividade ao time, especialmente no começo do primeiro tempo. O camisa 9, inclusive, teve boa chance frente ao goleiro Bruno, mas não conseguiu colocar na rede.

Aos poucos, porém, o time perdeu a intensidade e passou a produzir menos. Curiosamente, foi nesse momento que abriu o placar em falha grotesca do goleiro da Lusa, que, pressionado por Tiquinho, entregou a bola no pé de Eduardo. No lance seguinte, Piazon perdeu excelente oportunidade de ampliar e passou a sofrer com xingamentos da arquibancada.

Os minutos finais do primeiro tempo foram de desconcentração, especialmente na marcação, que deram à Portuguesa duas chances claras se marcação próximas à pequena área. Não fosse um erro constrangedor de Victor Feitosa na primeira delas, a equipe da Ilha do Governador poderia ter ido para o intervalo com a vantagem no placar.

A Portuguesa começou a encontrar espaços no meio campo menos povoado e teve outras duas ótimas oportunidades no começo do segundo tempo, uma parada por falta de Tchê Tchê na entrada da área, e outra desperdiçada por Elicley cara a cara com Lucas Perri.

O controle retornou às mãos do Botafogo a partir do momento em que Eduardo passou a participar mais do processo de construção no meio-campo. A bola começou a estar mais nos pés do camisa 33, que fazia o papel de conduzir o time em um segundo tempo que Tiquinho foi melhor neutralizado.

Cuesta comemora seu gol no duelo Botafogo x Portuguesa — Foto: André Durão

O gol de Victor Cuesta, em nova falha defensiva da Lusa, trouxe a tranquilidade que o time precisava para dominar o adversário inferior e o de Raí coroou uma vitória importante tanto animicamente quanto esportivamente pensando no futuro.

O Glorioso tem dois jogos contra o Audax, na final da Taça Rio nos dias 2/04, às 18h no Luso-Brasileiro, e 8/04, às 16h no Raulino de Oliveira, antes do início das competições mais importantes do ano.

Duas oportunidades para Luís Castro amadurecer a formação e colocar variações em prática. A vitória sobre a Portuguesa foi um primeiro passo, mas ainda há um longo caminho para atingir o nível de competitividade necessário para o que há pela frente.