Páginas

domingo, 27 de agosto de 2023

Linha alta e paciência com a bola: Bruno Lage começa a colocar a identidade no Botafog



Em nove partidas no comando do Alvinegro, treinador português implementa algumas ideias e busca alternativas em meio a disputa do Brasileirão e da Sul-Americana



Há pouco mais de um mês no comando do Botafogo, o português Bruno Lage caminha para a 10ª partida no clube, neste domingo, contra o Bahia pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, às 16h, no Estádio Nilton Santos, ainda sem saber o que é perder.




Empolgados, torcedores do Botafogo têm feito mosaicos no estádio (https://ge.globo.com/video/empolgados-torcedores-do-botafogo-tem-feito-mosaicos-no-estadio-11896613.ghtml)


Lage assumiu o clube com 12 pontos de vantagem na ponta do torneio nacional e com a missão de manter o ótimo momento na busca por um título de Campeão Brasileiro que não é conquistado pelo Glorioso há 28 anos.


Leia mais sobre o Botafogo:

+ Conheça o grupo que organiza as festas do Botafogo no Brasileirão



Desde a apresentação, no dia 12 de julho, até este domingo quando enfrenta o Tricolor Baiano, 45 dias se passaram com o treinador em um processo de "trocar o pneu com carro andando" para implementar suas próprias ideias de jogo de forma cuidadosa para manter a equipe no mesmo nível de desempenho. Entre mudanças na fase defensiva e na ofensiva, algumas alterações já ficam claras na equipe:


Linha alta e pressão na saída de bola

Uma mudança clara na postura defensiva é a altura da linha de zaga em comparação ao que o time usava na maior parte do tempo antes com Luís Castro. O antecessor tendia a ter os zagueiros mais perto do gol e exercer uma pressão média, controlando o jogo sem a bola sem expor as costas da defesa.


Dentro da ideia de jogo praticada pela comissão de Bruno Lage, a linha de zaga alta é combinada com um pressão forte na saída de bola do adversário para recuperar a posse mais perto do gol adversário e encontrar espaços para atacar.


Muito além de uma identidade do treinador, é também uma necessidade para um time que lidera o campeonato passa a ser visado e estudado pelos adversários, que tendem a vir mais fechados na defesa para jogar no Nilton Santos.




Aos 17 min do 2º tempo - revisão do VAR de Luciano do São Paulo contra o Botafogo (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-17-min-do-2o-tempo-revisao-do-var-de-luciano-do-sao-paulo-contra-o-botafogo-11878632.ghtml)


A pressão alta também deixa os adversários mais longe da meta defendida pelo Botafogo. Esse tipo de postura demanda uma coordenação dos zagueiros também para forçar impedimentos dos adversários e isso fica claro nas últimas duas partidas. Foram 11 somando os jogos contra São Paulo (7) e Internacional (4).


Por outro lado, exige também que os zagueiros corram mais para trás na cobertura e contem com a ajuda do goleiro Lucas Perri para evitar perigo de possíveis bolas esticadas pelos adversários.


Paciência com a bola

É ofensivamente falando que o Botafogo passa pela maior mudança nas mãos de Bruno Lage e sua comissão técnica, mais uma diferença de ritmo do que propriamente de posicionamento. A ideia de construção de jogo por trás da estrutura montada pelo treinador é de mais paciência com a bola e posicional do que era anteriormente.


O time ataca em ritmo mais cadenciado, tentando explorar também a agudez dos pontas, uma das grandes forças do elenco nesse campeonato, mas trabalhando a posse, rodando a bola em busca de espaços para explorar.



Marlon Freitas em Botafogo x Guaraní-PAR pela Sul-Americana — Foto: Vítor Silva / Botafogo


Um reflexo dessa postura é que a bola passa cada vez mais tempo nos pés do volante Marlon Freitas, o maestro dessa estrutura. Três das cinco partidas em que o volante mais teve ações com bola foram justamente sob o comando do novo técnico. Cada vez mais, também, o goleiro Lucas Perri deve ser exigido para ajudar nessa construção com a bola nos pés.


Alternativa nas pontas

Justamente por essa mudança de característica na forma de atacar, Lage vem buscando alternativas para a ponta-direita desde que assumiu o comando do Botafogo, em busca de um jogador com características de construção pelo lado do campo para combinar com a veia ofensiva e agudez de Di Plácido, titular no setor.


O português testou cinco atletas diferentes no setor em nove partidas, entre Brasileiro e Sul-Americana, com titulares ou reservas: Segovinha, Júnior Santos, Gustavo Sauer (que já deixou o clube), Victor Sá e Tchê Tchê.


Quem mais vezes começou de titular com o técnico foi justamente Sauer, que deixou o clube para assinar com o Rizespor, da Turquia, seguido por Segovinha e Júnior Santos, duas vezes cada. Nenhum dos jogadores parece ter tomado a frente nessa disputa.



Bruno Lage - Botafogo x Defensa y Justicia — Foto: André Durão/ge



Neste domingo, o treinador coloca à prova as ideias de trabalho pela 10ª vez para tentar manter a invencibilidade e o aproveitamento de 100% dentro do Nilton Santos no Brasileirão, com 10 vitórias em 10 partidas, na esperança de ampliar a vantagem na ponta da competição.


+ Leia mais notícias do Botafogo


🎧 Ouça o podcast ge Botafogo 🎧



Fonte: ge/Por Giba Perez e Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo. Participe com suas opiniões!