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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Botafogo ressuscita base e festeja 'melhor momento' desde ícone Almir


Vitinho (esquerda) e Renan Lemos (direita), duas revelações da base do Botafogo
Vitinho (esquerda) e Renan Lemos (direita), duas revelações da base do Botafogo

Num passado recente, quando o assunto em uma mesa de bar era sobre as categorias de base, os botafoguenses fechavam a cara e tinham que aguentar as brincadeiras dos rivais cariocas, que revelavam jogadores de qualidade como Júlio César, Juan, Adriano, Roger, Carlos Alberto, Felipe e Pedrinho, por exemplo. Os alvinegros, por outro lado, apenas lamentavam. Desde 2001, o atleta que despontou no clube com maior destaque foi Almir, - com passagem marcante em 2004 quando a equipe voltou para a elite do futebol brasileiro. O meia, no entanto, perdeu espaço e deixou o clube dois anos depois.

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Em seu melhor momento desde então, o Glorioso conta com 16 atletas oriundos de Marechal Hermes entre os profissionais - nenhum deles é titular absoluto, entretanto. O atacante Alex, que foi emprestado para Joinville até o fim de 2012, é outro jogador de destaque. Neste período, o clube não teve sucesso e lançou jovens que não deixaram saudade, casos de Leandro Carvalho, Rafael Marques, Thiago Xavier e Marcio Gomes.
No clube desde janeiro de 2009, data de posse do presidente Maurício Assumpção, o gerente geral de base, Sidnei Loureiro, aponta o motivo pelo qual o Alvinegro ficou tanto tempo sem revelar um grande jogador.
“Um questão de política de gestão. O Botafogo passou por uma crise interna muito grande, foi quando caiu para a segunda divisão em 2002. Depois o Bebeto de Freitas assumiu a presidência [2003] e tinha como política de gestão, ele mesmo dizia, que não acreditava nas divisões de base. Não estou criticando, mas é apenas a forma como ele via o futebol. Não apostava nisso. Por esses motivos, o clube ficou sem revelar um grande jogador por muito tempo”, disse.
Entretanto, a filosofia mudou com a chegada de Assumpção. Segundo Sidney Loureiro, o atual presidente diz acreditar que o futuro do clube passa pelo sucesso de novas revelações. O resultado pode ser notado na equipe profissional, que aposta em atletas como Caio, Cidinho, Renan e Lucas Zen.
“Quando o Maurício [Assumpção] assumiu o clube, em 2009, tinha como intenção voltar a revelar jogadores. Ele encontrou o futebol profissional com apenas quatro jogadores com contrato firmado para a temporada. A maioria dos jogadores estava com contrato encerrando. O presidente sempre teve a visão que a base seria importante para o futuro, ainda mais pela situação que o futebol profissional se encontrava. Tínhamos que recorrer à base. Investimos na base. Era o foco. Acreditamos no trabalho. Investimos em profissionais, em atletas e criamos uma política de desenvolvimento das categorias de base”, afirmou.
O alto aproveitamento de jogadores no time profissional, no entanto, ainda não satisfaz o Botafogo. Pelo menos, é isso que afirma Sidney Loureiro. Segundo o gerente geral da base, o Alvinegro está investindo ainda mais para voltar a revelar atletas com condições de vestir a camisa da seleção brasileira.

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 “O Botafogo tem como tradição, em seu passado, uma forte divisão de base. Vários jogadores são oriundos da nossa base, como são os casos de Zagallo e Jairzinho. Campeões do mundo com a seleção e que eram da base do Botafogo. Realmente, mais recentemente, passamos por um período mais complicado. Lá no passado, o clube viveu um momento de muita glória com relação às categorias de base e o nosso objetivo é resgatar essa história”, comentou.
No início de 2012, o Botafogo promoveu cinco jogadores para o elenco profissional. Vitinho e Jeferson são as principais apostas. Após alguns meses de treino, os jovens receberam muitos elogios e ganharam a companhia do volante Jádson, que fez sua estreia no último domingo, contra o Boavista. Sidney Loureiro, entretanto, prefere não escolher uma grande revelação.
“Acreditamos no trabalho como um todo. Por exemplo, o volante Fabiano seria o escolhido para subir em janeiro de 2012, mas teve uma lesão no joelho e subimos o Elber e o Gabriel. Entretanto, quem teve a chance de jogar como titular foi o Jádson, que foi muito bem. Esse é o maior exemplo de que acreditamos em um projeto e não apenas em uma atleta”, encerrou. 
Bernardo Gentile do UOL

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